domingo, 1 de agosto de 2010

Chumbo na Ministra

Claro que estou a falar de Isabel Alçada e da intenção de acabar com os chumbos no ensino, não estou a fazer nenhum apelo bélico a que despejem na senhora as "pressões de ar".

Mas que é certinho e direitinho que se houvesse notas para os Ministros a autora Isabel Alçada tinha uma nega brutal.

Mas vamos por partes.

Que toda a gente quer uma redução, ou mesmo uma eliminação radical das retenções, creio que isso é unânime, a dúvida que se coloca é se isso deve ser feito por via administrativa e/ou legal, ou deve ser feita pelo esforço e trabalho dos componentes do sistema. Parece que a solução da Ministra da Educação é acabar com os chumbos por decreto, no que parece ser uma cedência vergonhosa e gravosa à força das estatísticas. Claro que ter outras formas de apoio para os alunos que têm mais dificuldades é um caminho evidentemente correcto, porém deve ser rigoroso, nunca se devendo optar pelas derivas facilitistas, quer em termos de avaliação, como sugeriu a ministra, ou por via do facilitismo nos próprios programas. Se é certo que estes devem ser realistas, não é menos certo que não devem ser levianamente vazios de conteúdo só para garantir as passagens de ano.

É importante implementar nas escolas uma cultura de mérito e de reconhecimento do esforço, porém é importante que a escola seja inclusiva dos que têm menores capacidades e/ou maiores dificuldades em acompanhar as matérias. Daí que medidas como a divisão de turmas ou outras são evidentemente de estudar. Mas nunca se deve acabar com os chumbos. Se o aluno não atinge o mínimo de conhecimentos, apesar de todos os esforços, deve pura e simplesmente ser retido e após isso estudar meios de recuperação alternativos.

Eu proponho aqui dois de implementação relativamente fácil: o primeiro é que os alunos que no final do ano lectivo não consigam alcançar os objectivos lectivos e chumbem, devem ter aulas de recuperação durante o Verão, com um exame no final desse período, às disciplinas nas quais reprovou; o segundo é que um aluno com mais de 14 ou 15 anos que não atinja um determinado nível lectivo deve transitar automaticamente para o ensino profissional, sendo-lhe atribuído no final do curso uma equivalência ao ensino geral.

Creio que em vez de decretar o fim dos chumbos o Ministério da Educação deve preocupar-se em reestruturar profundamente o sistema para que estes não ocorram, e que, caso ocorram sejam ainda recuperáveis os alunos para a continuidade dos estudos.

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