sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Governo anula concurso da linha Lisboa-Poceirão do TGV


O Governo fez aquilo que toda a gente esperava e sabia que teria de ser feito: anular o concurso da linha Lisboa-Poceirão do TGV. Creio mesmo que até dentro das hostes governativas e socialistas, já há muito que sabiam da inevitabilidade desta medida. No entanto a verborreia e sobretudo a manipulação que o Primeiro-Ministro fez e gosta de fazer das pessoas e sobretudo das pessoas que votam, não lhes permitiu antes aceitar, ou pelo menos admitir publicamente isso.
Mas o que me preocupa com esta admissão pública, esta anulação inevitável, é que isto só demonstra que afinal a sisuda e "politicamente feia e pouco apelativa" Manuela Ferreira Leite dizia a verdade e tinha razão. Disputar razões não traz vantagem nenhuma ao mundo, principalmente em casos de inevitabilidade e urgência como este. Mas temos de fazer um esforço de memória, que é aí que está o meu susto com isto, em que o Primeiro-Ministro, na altura candidato a PM, e, líder do PS em campanha, afirmava que eram as grandes obras públicas, em especial o TGV e o Aeroporto que eram as alavancas fundamentais de desenvolvimento económico do país, para que este saísse da crise. Ora se o Governo, por obrigações próprias e que se esperavam, para com o mercado, foi obrigado a recuar no prosseguimento do concurso da construção dessas obras públicas, fica a dúvida, sobre qual vai ser então agora a alavanca que nos vai retirar economicamente da lama da crise. Claro que para mim isto só é mais uma demonstração do absoluto desnorte do Governo, que já não sabe mais o que fazer para incrementar algum progresso económico e financeiro, bem como medidas de combate concreto ao desemprego, sobrando-lhe apenas o socorro aflito do momento, anulando concursos ou reagindo contra números das estatísticas.
Isto demonstra, a meu ver, o prejuízo maior que o país tem em manter este Governo com a desculpa de se pretender evitar uma crise política com consequências económicas.

Mas a verdade é que dificilmente o cenário poderia ser pior, incluindo com a emergência que surge cada vez mais evidente, do surgir de um Orçamento Rectificativo que permita aumentar a margem de endividamento público que está a atingir o seu limite a três meses do final do ano.

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