Mais uma vez os partidos do arco do poder, em especial do Partido Socialista, demonstraram que perante o Estado, e perante o Governo em particular, há filhos e há enteados.
O que quero dizer com isto?
Acabou de ser aprovada no parlamento a redução dos salários dos funcionários públicos, e, alargada essa redução até às empresas de capitais públicos, ou maioritariamente públicos, incluindo empresas municipais. Porém, à última hora, o grupo parlamentar do PS, acrescentou a possibilidade de excepções, para as ditas empresas, sendo no entanto implacáveis para com os funcionários públicos. Abre a porta a que nas ditas empresas de capitais públicos, na totalidade ou na maioria dos capital, os funcionários podem ver os seus ordenados mantidos e quem sabe até aumentados. Vê-se aqui que para o PS e para o Governo há filhos e enteados.
Alegadamente a razão para a introdução desta excepção terá sido um apelo do Presidente da Caixa Geral de Depósitos, que temia a fuga de quadros da instituição para o sector privado. O que antevejo é a fuga de boys do sector público para mais empresas públicas, porque ali os seus altos ordenados e mordomias podem ser mantidos.
E aqui é que está o fulcro da questão: o PS e o Governo arranjaram maneira de continuar a alimentar os seus amigos e os seus protegidos em desrespeito e desprezo para com aqueles que trabalham para o Estado e não têm como dali fugir.
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