De praticamente toda a proposta de revisão constitucional proposta pelo PSD (ou pelo menos daquilo quen desta é mais conhecido) a única pequena coisa com que eu concordo inteiramente é com a alteração da "justa causa" para "causa atendível" como razão para despedimento. Efectivamente e em concreto, ao contrário do que os histéricos desordeiros da esquerda têm dito, não jaz ali nenhuma oculta intenção de flexibilizar os despedimentos, porque a haver essa flexibilização ou não, esta terá de estar consignada na Lei, não tendo para isso a Constituição aplicação imediata.
Claro que podemos sempre admitir que esta "abertura" no vocábulo constitucional poderá permitir leis mais flexíveis. Por aí já me levam, mas a verdade é que o português continua a ser um povo desconfiado e sobretudo cronicamente pessimista.
O que quero dizer com isto é que podemos sempre olhar para meio copo de água como meio cheio ou meio vazio, mas na nossa herança cultural é-nos sempre incutida a visão do copo meio vazio, não conseguindo enxergar, por muito que alguém nos aponte, a meia quantidade de água ainda existente no copo. Ou seja, os políticos de esquerda (principalmente, mas não exclusivamente, porque Paulo Portas também disse algo sobre isto, sendo contra), continuam a querer assustar os meninos para a flexibilização dos despedimentos que certos monstros papões querem trazer para o país, recusando-se estes e com eles o povo (infelizmente cego) que esta é também, e sobretudo, uma flexibilização das contratações. Vêm o uma maior facilidade no despedimento mas não querem enxergar uma maior facilidade na contratação.
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