O Presidente do CDS/PP, Paulo Portas, é daqueles políticos que ou se adoram ou se odeiam. A forma aguda como fala, cheia de sound bites e sempre revestido de uma superioridade moral, dão-lhe um ar de Louçã da direita absolutamente único.
Mas a verdade é que, se adorando inicialmente, por julgamento das suas palavras e daquilo que defende, pensando um pouco tudo soa a oco e resta apenas um soar populista, mesmo perigosamente populista.
O último exemplo, que me leva a escrever este texto, foi dado hoje mesmo, quando o PP, através do seu Presidente, anunciou uma iniciativa legislativa para que todos aqueles que sendo beneficiários do Rendimento Social de Inserção, vulgo Rendimento Mínimo, que sejam apanhados a cometer crimes graves, devem perder imediatamente esse mesmo apoio.
Da esquerda, sempre tão preocupada com os criminosos, certamente se ouvirão críticas de que ao retirar o RSI a essas pessoas, em vez de se contribuir para que esses criminosos se reinsiram na sociedade, ainda se está a empurrar mais essas pessoas para o crime. Isto não é efectivamente argumento, pois não está em causa o rendimento antes de se cometer crime, mas sim após, o que, a ser preventivo do cometer do crime e fonte de profilaxia, o teria sido já, pois ao cometer o crime, se mostra que afinal o RSI de nada serviu como reinserção nessas pessoas.
Mas o que eu critico e acho que é populismo perigoso é que, se o PP afinal diz ser contra o RSI, deve lutar para acabar com o RSI e exigir um outro tipo de medidas. Paulo Portas e o seu partido vão pelo que parece bem ao povinho, sem manter a firmeza das suas convicções e daquilo que defendeu antes.
Eu sou contra o RSI, acho que devia acabar, como escrevi noutras ocasiões, e, como não sou um invertebrado político, como o parece ser Paulo Portas e o seu CDS, nunca vou lutar pelo fim do RSI apenas para quem comete crimes, mas pelo fim total dessa aberração social.
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