sábado, 21 de novembro de 2009

Tomar Partido


Tomar Partido é o nome do blogue que fica na blogosfera após a morte do seu autor: Jorge Ferreira. O comentário político em Portugal fica mais pobre. Uma das minhas leituras, dos autores que seguia, desapareceu. É um dos blogues da lista da textura, que ali permanecerá como testemunho do respeito pela opinião de alguém frontal e directo e que mantinha um dos melhores blogues individuais do país.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Taxa de reincidência dos pedófilos chega aos 80%


Este é o título desta notícia do Expresso, onde se fala da alta taxa de reincidência de um dos mais hediondos e odiosos crimes que se podem cometer: a pedofilia.
Na notícia fala-se da França, onde se está a estudar a introdução da castração química, aliado a uma psicoterapia, para a qual se deverá conceber uma infra-estrutura própria.
No mesmo texto fala-se também do Reino Unido, onde um pai, como eu, pode ir à polícia e perguntar se o professor, o contínuo, ou outra pessoa que lide com um dos seus filhos, foi alguma vez condenado, ou apenas suspeito, de ter cometido abuso sexual de menores.
Estas medidas extraordinárias que se têm tomado em vários países por esse mundo fora, na intenção clara de proteger as crianças, mesmo diante de apenas suspeitas, o que pode constituir uma enorme devassa de vidas que podem ser inocentes. Mas ainda assim, essas sociedades preferiram isso como forma de protegerem as suas crianças. Estas medidas têm-se justificado também devido à elevadíssima taxa de reincidência destes criminosos, que ronda, de acordo com vários estudos internacionais, entre os 80% e os 90%.
Claro que em Portugal os especialistas são sempre melhores do que no resto do mundo, as medidas mais fortes e musculadas nunca são tomadas, pois efectivamente, como acontece em muitos outros crimes, a perspectiva da vítima é sempre desvalorizada.
Quando se procuram alternativas que concedam mais segurança às crianças, em relação a estes crimes e criminosos, no nosso país os "especialistas" continuam a dizer que a solução é solução nenhuma. Ou seja, o "especialista" ouvido pelo Expresso, autor de um livro sobre o assunto, diz que a melhor alternativa para tratar os pedófilos será a psicoterapia, eventualmente acompanhada por psicofármacos.
Deixo porém a pergunta, e uma pergunta que muito me inquieta enquanto pai de duas crianças pequenas: não seria preferível que um pedófilo liberto, após cumprir a sua pena de prisão, seja preventivamente castrado quimicamente - ou para quem não gosta da expressão, seja tratado com psicofármacos que inibem a libido e o apetite sexual - protegendo primeiramente as crianças, naquilo que é possível, ainda que não seja absoluto, encaminhando-os para uma psicoterapia que resolva definitivamente o problema - que cure - podendo-se na altura retirar esses medicamentos, em vez de permitir que saiam (das prisões) com todas as suas pulsões, que depois serão tratadas com psicoterapia, ainda que esta já se tenha iniciado na prisão?
Ou será que este especialista não sabe que a psicoterapia só resulta se o doente aderir à mesma, não havendo qualquer garantia da vontade do criminoso em se tratar, enquanto a castração química já confere, à partida, algum grau de protecção?
É por isso que defendo a castração química dos pedófilos, por uma questão de prevenção e redução dos riscos de reincidência, o que, ainda que não seja a cura, que deve ser a meta, é já alguma protecção que as crianças merecem, enquanto potenciais vítimas.
Por isso quando o MMS apresentou tal medida eu aderi de imediato a esta, compreendendo as polémicas, até porque tendo um psicólogo clínico na família, e este de imediato me alertou para o facto de não resolver o problema. Ainda assim prefiro alguma protecção a protecção nenhuma, que é efectivamente a situação actual.
O MMS só falhou por não ter promovido, ou provocado por si só, um profundo debate sobre esta matéria, e sobre a pedofilia em si, que a nossa sociedade já necessita.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A solução dos nossos políticos para a crise: naturismo e casamento gay

O título deste texto pode parecer um disparate, mas a realidade é que estes dois assuntos vão ocupar imenso tempo de debate e de trabalho dos nossos deputados.
O nosso país debate-se com uma enorme crise, estando já anunciado o regresso da crise orçamental, após o fim da crise actual, pelo que à crise seguir-se-à a crise, após a tempestade virá a tempestade.
Seria de supor que o nosso governo e os nossos deputados estivessem preocupados em como superar a actual e a vindoura crise, a mitigar as suas consequências sociais, entre muitos outros assuntos, mas não.
O primeiro projecto de lei que o Partido Ecologista "Os Verdes " vai apresentar é no sentido de se aumentar o número de praias onde se pode fazer naturismo, bem como reduzir de 1500 para 500 os metros que têm de separar as praias de naturismo das localidades.
O PS já avisou que, via governo, irá fazer aprovar o Casamento Civil entre pessoas do mesmo sexo, com uma prioridade imediata.
Sendo assim se vê que os nossos políticos não estão autistas, eles estão é a viver noutro mundo, noutro planeta, noutra galáxia talvez, pois estas coisas é que são importantes e não discutir um bom programa de governo, um bom orçamento, boas práticas, a corrupção - porque raio não discutem eles, por razões óbvias, a corrupção e como combatê-la. Será uma prioridade para o país levantar estas questões fracturantes, ainda por cima sem debate, ou as questões ridículas - como as do naturismo - em vez de se discutir como vamos ajudar o país a produzir, a induzir investimento, a criar riqueza, a educar melhor os seus cidadãos, a garantir mais segurança, a assegurar melhores serviços de saúde.