terça-feira, 31 de março de 2009

30 anos de SNS


O Serviço Nacional de Saúde - doravante SNS - foi criado em 1979, pelo que se comemoram este ano os 30 anos do SNS. Este é sem dúvida um serviço fundamental no Estado de direito democrático, num espírito de solidariedade e responsabilidade social. Porém ninguém pode esconder também que este é um sistema podre, actualmente quase indefensável, pelo menos nos moldes actuais.

O candidato do PS às europeias, Prof. Vital Moreira, publicou hoje um texto no jornal público em que diz o seguinte:

"Essa conexão, popularmente enraizada, entre o SNS e a democracia teve duas cosequências altamente positivas. Primeiro, conferiu-lhe uma grande base social de apoio e uma grande legitimação política na sociedade portuguesa, como condição de igualdade social e de cidadania efectiva. Segundo, tornou-o largamente consensual no plano político, não sendo contestado em si mesmo por nenhum partido político do arco parlamentar (pelo menos até recentemente), apesar de nem todos os partidos o terem apoiado de início. Depois da sua consolidação nos anos 80, só nos últimos anos, sob pressão da onda neoliberal (radicalmente hostil aos serviços universais e gratuitos em especial), é que começou a surgir a contestação ideológica e política do SNS, umas vezes em geral, outras pelo menos quanto ao seu actual modelo.

Algumas considerações.

Se é uma verdade histórica inquestionável que a existência de um SNS é uma conquista da democracia, e que, a sua existência confere uma estabilidade social e uma melhor qualidade de vida, sendo promotora de igualdade e cidadania, ninguém também pode negar que os anos 80, não foram de consolidação, mas sim de saturação, ou pelos menos o início da saturação, e consequente desfuncionalidade deste mesmo sistema.

Ao contrário do que Vital Moreira sugere, todos os ataques que tenho ouvido de partidos do 'arco parlamentar' ao SNS, não são dirigidas ao sistema em si, mas sim ao modelo.

Não sei que tipo de experiências tem tido o Prof. Vital Moreira com o SNS, mas certamente não o estou a ver levantar-se às cinco da manhã doente para ir para uma fila, esperar pelas oito da manhã, quando o centro de saúde abre, para tentar marcar uma consulta. Pior, gostaria que me explicasse como é que eu, com dois filhos pequenos, com menos de cinco anos de idade, quando a minha mulher fica doente - e recorrentemente tem problemas de garganta, com febres e dores - deixo os meus filhos em casa às cinco da manhã, com a mãe doente e por isso incapaz de cuidar deles, e ir marcar uma consulta para ela no centro de saúde, tendo ao mesmo tempo de os entergar no infantário até às nove e meia da manhã, sem ainda assim saber se vou ter consulta ou não.

A alternativa que tive de encontrar para isto foi pagar um seguro de saúde e assim ter médico em casa por 15€, ter urgência em hospital por 36€ e consulta de clínica geral, ou especialidades por 12,50€.

O Prof. Vital Moreira e muitos outros intelectuaisitos de esquerda acham que o SNS é muito bom para o Zé povinho, com o qual depois nem gostam de se misturar, porque assim, mesmo eles, coitaditos, sempre vão tendo um médico.

O Prof. Vital Moreira é intelectualmente desonesto quando deixa entender que quem defende uma mudança profunda, quem combate até contra o SNS é pura e simplesmente por questões ideológicas, o que não é verdade. Eu e muitas pessoas anónimas como eu, criticamos e condenamos a existência do SNS nestes moldes porque este não tem funcionado, não tem sido um garante de saúde com qualidade para todos.

Pior, não é intelectualmente sério quando afirma que, na 'onda neo liberal' existe um ataque contra tudo o que é serviço público e universal. É de um atrevimento tal alguém considerar que existem pessoas que consideram haver outras, seus concidadãos, que não merecem cuidados de saúde. Isso é mentira, nem tão pouco anda perto da verdade. Essas pessoas, de tudo o que tenho lido, defendem sim um sistema regido por pricípios de rigor de gestão, que lhe garantam, não só qualidade, como também sustentabilidade: pois, os intelectualsitos de esquerda esquecem-se é que os serviços universais e gratuitos custam na mesma dinheiro, e que não é o Estado quem o produz, para haver riqueza esta tem de ser criada e esse não tem sido, e a meu ver não é mesmo o papel do Estado. O que não lhe confere por isso o direito de delapidar essa riqueza como entende. É vergonhoso que se continue a achar que há sempre dinheiro para tudo.

Mas o Prof. Vital Moreira permitirme-á uma reflexão: afinal quem criou as taxas moderadoras; pior, quem as criou para tudo o que é exames e análises que se façam, mesmo numa urgência; quem criou taxas moderadoras para as cirurgias e para o internamento. Resposta: o PS, com o qual se sente, este caro Prof., em casa.

A Segurança Social é uma vergonha


Paço a explicar as minhas razões de queixa da Segurança Social.


Há alguns anos atrás, solicitei que os pagamentos que, eventualmente, viesse a receber da Segurança Social me fossem pagos por transferência bancária. Para tal preenchi e entreguei o respectivo impresso, tento para mim como para a minha esposa. Cerca de dois anos depois, alterei o banco com o qual trabalhava, para evitar problemas, porque a qualquer altura poderia ficar doente e ter uma baixa para receber, fui à Segurança Social e mudei o NIB para o qual os pagamentos deveriam ser feitos. Mais uma vez entreguei os respectivos impressos, tanto para mudar o meu NIB como o da minha esposa. Alguns anos mais tarde, a minha mulher engravida e temos a nossa menina. Aguardámos o pagamento do subsídio de maternidade e de uma semana de baixa que ela gozou antes da bebé nascer, como estava já a demorar mais do que o razoável fomos à Segurança Social perguntar o que se passava. Informaram-nos então, para espanto e revolta nossos, que o dinheiro já tinha sido enviado para o NIB indicado, que era do banco x. Qual não foi o meu espanto quanto verifiquei que essa era a conta que eu tinha encerrado, a do banco antigo. Fiquei revoltadíssimo. A informação que me deram era de que o NIB tinha sido alterado para abonos de família, mas para baixas e subsídios de maternidade, que eram outros departamentos, não. Pior ainda, informaram-me que quando fiz a alteração é que devia ter pedido alteração para todas as prestações. A minha revolta aumentou ainda mais e perguntei se fazia algum sentido isso, pois quando dou inicialmente o NIB basta dar uma vez que serve para todos, porque é que não servia para todos quando é para alterar? Mas o pior de tudo foi que, quando pedi para verificarem o meu processo, esse estava todo alterado, o NIB tinha sido actualizado para todo o tipo de prestações sociais que pudesse receber. Claro que me revoltei e tive de perguntar porque é que actualizaram o meu processo e o da minha esposa não. Mas pronto, entregámos de novo os papéis para actualizar tudo, corrigir tudo e a minha esposa pode então receber, embora por cheque, o pagamento do subsídio e da baixa.

Qual o meu espanto quando hoje a minha esposa telefona para a Segurança Social, perguntando pelo seu subsídio de desemprego, e lhe foi indicado que tinha sido de novo pago para a conta antiga, encerrada há mais de quatro anos. COMO É ISTO POSSÍVEL.

Só é explicável com uma grande incompetência e sobretudo irresponsabilidade, agravada por um sentimento de impunidade, destas pessoas que trabalham nestes serviços.

Só consigo dizer que a Segurança Social é uma vergonha.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Porquê só agora? Afinal a Manuela Ferreira Leite tem razão

Deixei a escola há pelo menos 13 anos e já na altura escolas degradadas é coisa que não faltava. Recuperaram-se algumas, arranjaram-se e pronto. De repente, o nosso Primeiro-Ministro arranja 175 milhões de Euros para reparar e renovar as 50 escolas (antigamente designadas preparatórias e secundárias) mais degradadas do país.
A única dúvida com que fico é se foi em quatro anos de governo de Sócrates que estas escolas se degradaram de uma forma que agora urgisse encetar obras inadiáveis, ou esteve o nosso primeiro a aguardar que a urgência eleitoral do PS exigisse uma medida de tão mérito e premência como esta. A medida em si é absolutamente intocável, já a escolha do momento é em si bastante questionável. O povo diz, sempre em surdina, para os políticos não ouvirem, que deviam haver sempre eleições, porque é a única altura em que - sejam governos ou municípios - fazem alguma coisa.
Mas o mais asqueroso - peço desculpa pela força da palavra, ma é a que mais me corre na mente - é que o nosso primeiro, começasse, muito ao de leve, quando da assinatura deste protocolo com as Câmaras Municipais (só ainda não verifiquei se as contempladas com este protocolo são todas do PS, para dar uma ajudinha na campanha autárquica, o que seria ainda mais nojento, mas vou tentar averiguar) a criticar aqueles que apontam o dedo ao investimento público, afirmando que não iriam esperar mais, que era este o momento, que não iriam esperar pelo fim da crise.
Pois o que o nosso primeiro não disse, é que com esta medida, neste contexto de crise, só estão a dar razão à Manuela Ferreira Leite, que ao contrário do que a manipulação governativa quer ventilar, nunca esteve contra o investimento público, mas sim contra todo e qualquer investimento público, afirmando até que o investimento em obras públicas de proximidade - como é o caso das escolas - é benvindo e é benéfico no combate à crise, até porque gerará empregos entre os nacionais. Era bom que algum órgão de comunicação social confrontasse as afirmações do Sr. Primeiro-Ministro de hoje, com as afirmações que a líder do PSD tem feito, para que a verdade fosse reposta.

Mais milhões

O nosso caríssimo Primeiro-Ministro voltou a anunciar uma distribuição de milhões de Euros do erário público.
Anunciou duas medidas sobremaneira importantes: a primeira foi o alargamento do subsídio do Estado à formação de funcionários de empresas, que antes era privilégio reservado às empresas do sector automóvel, mas agora está acessível a empresas de qualquer área de negócio, aprofundando mesmo essa ajuda, que anteriormente se ficava pelos 85% do ordenado, para os 95%; a segunda medida foi a assinatura de um protocolo com várias autarquias para a recuperação das 50 escolas preparatórias e secundárias mais degradadas (perdoem-me a denominação antiquada).
Apesar do mérito das medidas, fico com um saborzinho estranho na boca: não estivemos em contenção devido ao défice durante os últimos quatro anos?, não se fechou todo o tipo de serviços tendo em conta a racionalização de recursos?, não se esteve a fazer uma contenção? como é que de repente já existe tanto dinheiro para gastar?, terá sido o esforço destes últimos anos em vão?, será que afinal o esforço não era para controlo do défice orçamental, mas sim para se conseguir margem financeira para um despesismo desmesurado em ano de eleições?, há quantos anos as escolas precisam de obras e só agora é que estas vão avançar?, há quantos anos o sector automóvel recebe subsídios para fazer formação e só agora é que são divulgados (trabalhei 10 anos na autoeuropa e todas as formações que lá se fizeram foram pagas pelo Estado, ao ponto de se formalizar mesmo uma instituição, em conjunto com a Siemens e a Câmara de Comércio Luso-Alemã, para canalizar esses subsídios, a Academia ATEC)?
Deixo as perguntas, cada um que responda para si, embora a manipulação me pareça óbvia.

domingo, 29 de março de 2009

Carrapatoso? E porque não?


O presidente da Vodafone em Portugal, António Carrapatoso, teve esta semana umas declarações onde anunciou estar na disposição de deixar a presidência da empresa, porque 17 anos à frente da mesma já era tempo suficiente.
Esta afirmação deixou-me de pulga atrás da orelha. Porque será que logo agora vem afirmar-se como descomprometido profissionalmente?
A primeira ideia que tive é se seria ele o cabeça de lista do PSD para o Parlamento Europeu.
Depois surgiu, em conversa com um colega, a hipótese de que estaria a preparar um posicionamento para a liderança do PSD, após a queda de Ferreira Leite.
E porque não?
Jovem, dinâmico, de imagem fácil de vender, com contactos no mundo empresarial, de mensagem fácil, excelente líder, de imagem completamente renovada, sem qualquer tipo de comprometimento com o PSD do passado.
Este é um nome valioso para o PSD e a ter em conta.

Pacheco Pereira e a comunicação social


A seguir reproduzo um post de Pacheco Pereira no seu blog Abrupto.

No Correio da Manhã a notícia é esta:
A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, voltou ontem a insistir na criação de um fundo de emergência social para apoiar as instituições que estão a acudir às situações de carência originadas pela crise.
No Público a notícia é esta:
Ferreira Leite fala em sucessão de factos no caso Freeport e pede esclarecimento rápido.
No Diário de Notícias a "notícia" é esta:
Manuela Ferreira Leite queixou-se de não ser ouvida pelo País, num momento em que o corre de lés a lés em numerosas iniciativas. Os polítólogos consultados pelo DN dizem que ela continua a rejeitar as regras do espaço mediático e que concorre com uma hiperprofissional máquina de José Sócrates.
O artigo é mais um artigo de ego e eco, o enésimo vindo no Diário de Notícias, cuja conclusão só pode ser "contrate uma agência de comunicação", subordine-se às "regras do espaço mediático", porque sem isso não existe em política, nem nós a deixamos existir. Pague a portagem, se faz favor, torne-se igual aos outros, se faz favor.
Por muito que admire o Pacheco Pereira acho que ele está a bater contra uma parede de betão. Insistentemente tem criticado o facto de os jornais não darem a relevância de direito à líder do PSD. Posso concordar com muitas das críticas que faz de subserviência evidente, principalmente por parte da RTP, mas também de outros órgãos de comunicação social, não tanto pelo desinvestimento no PSD, mas pelo sobrinvestimento no governo. Ninguém equidistante consegue disfarçar, nem tão pouco negar, esse fenómeno, mas este é independente do facto da líder do PSD não se conseguir impor na agenda mediática, sobretudo pela forma da mensagem, mais do que pelo seu conteúdo. Goste-se ou não os jornais, revistas, rádios e televisões são negócios - exceptua-se os canais televisivos e radiofónicos da Rádio e Televisão de Portugal - e como negócios que são vivem do lucro, lucro que vem da publicidade, publicidade que vem das audiências, audiências que vêm dos conteúdos, conteúdos esses que têm de ser atractivos. Logo se a líder do PSD não consegue transmitir a sua mensagem, sem deturpar a sua essência, de forma que os órgãos de comunicação social possam produzir um conteúdo - de preferência com qualidade - que consiga conquistar audiências, pura e simplesmente não é interessante para o negócio. Não se trata do facto de ter de pagar uma portagem, mas sim de encarar a realidade. Não se trata do facto de se tornar igual aos outros, mas sim de ser pragmática e compreender o meio em que se move. Quando se dá aulas fala-se de uma forma, quando se ensina numa escola primária fala-se de outra, numa conversa informal explica-se de outra, quando se fala para a comunicação social de outra. O PSD, e o Pacheco Pereira, mais do que criticar os jornais e a comunicação social em geral, devem é de, sem deixarem de ser quem são, compreender as regras do jogo e jogá-lo. Aliás isto até me surpreende um pouco vindo de um homem que de forma que raia a genialidade, comunica em todas, ou praticamente todas, as plataformas de comunicação que existem: escreve em jornais, de maneira diferente do que escreve nos blogues e de maneira diferente do que escreve nos livros; fala de maneira diferente no debate da Quadratura do Círculo do que fala a dar aulas, ou do que falava quando era parlamentar. Diferentes plataformas e diferentes destinatários, diferentes formas de comunicar a mensagem.

Vieira da Silva e o abandono de Estado - Evidência gritante da Partidocracia vigente

O Partido Socialista escolheu um coordenador para os vários actos eleitorais que irão decorrer ao longo deste ano. A escolha recaiu sobre Vieira da Silva: socialista de renome, da velha guarda, conotado com a ala mais à esquerda do PS, sentido para o qual Sócrates tem virado todo o discurso do partido nos últimos tempos.
Por coincidência Vieira da Silva é também Ministro do Trabalho e da Solidariedade.

Salvo erro este é o ministério que regula o mercado de trabalho, tem a tutela do Instituto do Emprego e da Formação Profissional, e, tutela também a Segurança Social. Salvo erro também acho que, pelo menos é o que dizem as televisões e os jornais - já agora também os bloggers -, estamos numa época de crise, onde os problemas nas empresas são grandes, onde o desemprego tem aumentado sobremaneira e onde os problemas sociais se têm agravado.

Isto mete-me um bocadinho de confusão: então se o Vieira da Silva é o ministro daquele ministério, quando estão a haver tantos problemas destes, ele deve estar cheio de trabalho, de coisas para tratar, de problemas para resolver, ou será que não? Como é que então este pobre senhor vai conseguir ainda fazer este trabalho todo no PS? Será que é por ser o ministro do trabalho, quer dar o exemplo trabalhando até à exaustão? Ou será que se vai aplicar o velho provérbio popular que diz que 'quem muitos burros toca algum fica para trás'. E o pior, é que da experiência que temos com estes políticos, o 'burro que ficará para trás' de certeza que será o ministério, porque o primeiro instinto dos partidos políticos portugueses, regentes desta Partidocracia, é a sobrevivência política, negligenciando tudo o resto à sua volta.

Daí que seja bastante questionável a opção do PS por Vieira da Silva, pois denota um tremendo egoísmo, pensando primeiro no partido e só depois no país, mas desta vez de uma forma descarada e por demais evidente.

O fumo da corrupção


Vivemos num país que gosta de se ver como sendo de brandos costumes, de gente séria, onde uma cunha vem sempre a calhar e onde um chico esperto é sempre bem visto. Em Portugal um corrupto nunca o é, é apenas alguém que foi esperto: costuma-se mesmo dizer que se se estivesse no lugar dele, se faria exactamente o mesmo. Isto porque o português nunca admite ser menos esperto do que o outro.
Só por este retrato é que se consegue compreender a apetência que o povo português tem para admirar, defender e, insistentemente, eleger e proteger políticos acusados ou suspeitos de corrupção.
Existem inúmeros casos de autarcas com processos judiciais devido a casos de corrupção, que são amados, seguidos e eleitos sucessivamente, de uma forma que outros apenas desejam e nunca conseguem alcançar. Vamos a nomes: Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim Loureiro, entre outros, amados, alguns rejeitados pelos partidos, mas concorrendo como independentes conseguiram ganhar as câmaras (excepção de Avelino Ferreira Torres, mas porque não concorreu ao Marco e sim a Amarante).
Nunca as gentes destes lugares puseram a hipótese de que estas pessoas, pelos seus comportamentos não seriam a melhor escolha.
Depois existe sempre a questão das provas: nunca se consegue provar nada e ninguém acredita na justiça, porque mesmo aqueles que chegam a Tribunal são, normalmente absolvidos - como aconteceu esta semana com Avelino Ferreira Torres, absolvido por falta de provas. Claro que ninguém pensa, ao contrário do que disse Salazar e do que muitas vezes se quer fazer passar, que em política 'o que parece é', é mais complicado, porque o corrupto, que nunca o é, é só um esperto, logo ou se prova que é corrupto - e se há provas é porque já não é tão esperto assim e já merece ser castigado - ou é impoluto e limpo, estando só a ser alvo de uma calúnia, uma campanha negra, vítima de uma cabala, o que se quiser.
Só assim entendo que, havendo fumos, nuvens, de corrupção a pairar sobre o Primeiro-Ministro José Sócrates, como nunca aconteceu com nenhum outro, este continue tão popular e com grandes chances de ganhar as próximas eleições.

sábado, 28 de março de 2009

Por favor corram com o Queiroz


Já está na altura de

alguém fazer alguma

coisa. Ponham o Carlos

Queiroz da selecção para

fora. Rua com ele. Já

agora aproveitem e contratem de

novo o Scolari.

Alberto João Jardim: - E o maluco sou Eu...?




Depois da noite atribulada que o nosso pobre Primeiro-Ministro teve, com a divulgação do conteúdo de um DVD onde era abertamente acusado de ser corrupto, e, com a monumental vaia que sofreu quando chegou atrasado ao CCB, as hostes políticas ficaram, fossem de que cor fossem, agitadas.


Mas no meio de tantas - ou nalguns casos tão poucas - declarações, a única pessoa que disse algo realmente de jeito foi, pasme-se, o Presidente do Governo Regional da Madeira Alberto João Jardim. Embora pessoalmente também não morra de simpatias pela personagem, e, ache que a sua forma de fazer política é uma vergonha, em primeiro lugar para o país, mas também para o PSD e para a Madeira, a verdade é que desta vez disse uma verdade, que de tão chocante ser, muitos se recusam a aceitar sequer como mera hipótese.


Alberto João declarou, em mais um daqueles almoços convívio que tanto gosta de organizar, que noutro país civilizado e democrático o partido do governo - neste caso o PS - já teria retirado a confiança política ao Primeiro-Ministro e nomeado um outro para o seu lugar. Analisando bem as coisas isto é verdade, porque se fosse, por exemplo, no Reino Unido, o partido do governo já teria substituído o Primeiro-Ministro.


Lembro-me de que todos os primeiros-ministros foram pressionados e até perseguidos pelos jornais: quem não se recorda da marcação feita pelo Independente a Cavaco Silva e ao seu governo, atacando as suas opções políticas, mas também encontrando e divulgando inúmeros casos de corrupção e ilegalidades cometidas por membros do governo (a SISA do Duarte Lima por exemplo), porém, nunca conseguiram - certamente não por falta de tentarem - tocar na figura do Primeiro-Ministro; o mesmo se passou com Guterres e com Durão, porém nunca se achou ponta de suspeita de corrupção. Com Sócrates foi o Freeport, depois a sua Licenciatura, depois as obras assinadas por si em Castelo Branco, depois de novo o Freeport, depois a casa do Heron Castilho e agora ainda continua o folhetim Freeport. Nunca assistimos a nada assim.


Mas porque é que será que o PS não faz nada? Por duas razões principais: a primeira razão é que Sócrates é um eucalipto que tudo secou à sua volta; a segunda razão é porque a lógica destes partidos (seja PS, PSD, PCP, PEV, CDS e BE) é de primeiro garantir a sobrevivência do tacho e Sócrates ainda é garantia de uma melhor performance eleitoral para o PS.


No final de contas quem é o maluco?

Vaiado...


O último primeiro-ministro que me lembro de ser vaiado, de forma unânime, num local público, foi o Durão Barroso aquando da inauguração do Estádio da Luz.
Hoje José Sócrates, devido ao atraso na chegada ao Centro Cultural de Belém, obrigou a que o espectáculo, em estreia, da ópera 'Crioula' se atrasasse. O público presente na sala não gostou, mas o primeiro-ministro teve um bom motivo: o Jornal da TVI. Claro que os outros não tiveram a culpa e não estiveram, para ali chegarem a horas, a ver o jornal da televisão. Em consequência desse atraso, ao entrar na sala, com um atraso de meia hora, o primeiro-ministro foi vaiado: se a tradição se mantiver, depois de vaiado em local público, Sócrates deve ir para outro cargo qualquer, lá para a Europa.
Pelo meu lado fica já o tchausinho, adeus e não precisa de voltar mais.

107 Soluções para Portugal (3)


Extinguir a entrega de verbas do orçamento do estado através da subvenção estatal aos partidos políticos do arco do poder.
Da moção "Soluções para Portugal" do MMS
Esta medida preconizada pelo MMS é uma das ideias que mais distingue, e quanto a mim credibiliza, o partido. O Movimento Mérito e Sociedade não quer viver à custa do orçamento de Estado, nem quer alimentar-se à custa de todos, defende que os militantes de cada partido é que devem de o financiar.
Para além de credibilizar a política, faz com que os partidos sejam obrigados a serem mais responsáveis e a gastarem mais criteriosamente os seus fundos. É assim que o MMS se financia e é assim que defende que todos deviam fazer. Isto coloca em causa os partidos que actualmente sugam do que é produzido por todos, num despesismo evidente por demais, por exemplo, neste ano: num ano em que haverá três eleições, em vez de se juntar todo os actos eleitorais num único dia, vão-se fazer três campanhas, organizar três eleições e gastar, gastar muito dinheiro nosso, de todos nós. Se o dinheiro fosse dos partidos estes teriam mais cuidado e iriam certamente querer racionalizar mais os custos. Mas como pagamos todos eles gastam a seu belo prazer.
Enfim é tempo de acabar com estes abusos e votar no MMS que é quem defende o fim destes abusos.

Freeport agora e sempre...


Sinceramente não há vergonha. Hoje o Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Marinho Pinto, veio defender o Sr. Sócrates, dizendo que a Judiciária cozinhou o nome de primeiro-ministro, com um deputado do PSD, com mais outros convivas, para que se desenvolve-se uma vergonhosa campanha negra e a TVI, grandes sacanas, nem deu tempo ao nosso primeiro de respirar e lança outra vez o seu nome para a lama do Freeport. Mas como é possível que esta gente não deixa o Sr. Eng., porque é preciso isto. O Sr. Dr. Marinho Pinto deve estar com um grande sentimento de frustração, pois após tanto esforço, tudo foi em vão, o nome do primeiro está de novo na lama.
Claro que o nosso primeiro veio logo com o detergente e a lixívia limpar o seu nome, garantindo num comunicado apressado que é tudo uma grande mentira.
É caso para todos dizermos em coro: - Caro primeiro não se preocupe que todos acreditamos em si, sabemos que é sério, impoluto, incapaz de mentir, nem de prometer coisas que não cumpre: caro primeiro o povo está consigo.
Acho que em São Bento, às sextas-feiras, às 20 horas, o nosso primeiro e a sua equipa de 'comunicação' assistem já algo nervosos e com o aparelho de fax já em aquecimento, aos telejornais, em especial ao da peixeirada da TVI.
Cuidado que aí vem farpa.
Mas isto do Freeport já começa a cheirar mal demais.
O povo costuma dizer que 'onde há fumo há fogo' e no caso Freeport já há mais do que fumo, já se começa a ver a ponta da labareda.

Eu sou munícipe de Sintra.


Eu sou munícipe do Conselho de Sintra e senti-me profundamente ofendido pelo anúncio de que a Ana Gomes será a candidata do PS à Câmara Municipal de Sintra. Esta senhora já declarou que pretende ser candidata ao parlamento europeu, afirmou querer estar ao lado de Vital Moreira na lista do PS, tentado aí garantir um lugar (vulgo 'tacho'),e , depois será candidata a Sintra. Aí se ganhar irá assumir a presidência (vulgo 'tacho'), porém se perder já tem o lugar assegurado no parlamento europeu (vulgo 'tacho').
Ora não me consigo esquecer do facto de esta senhora ser uma completa anti-patriota, de não ter a mínima noção de nação e de pátria, querendo insistentemente provar que por Portugal passaram voos da CIA, sabendo das consequências negativas, e algumas mesmo graves, que o país sofreria se isso fosse comprovado. Claro que não defendo o encobrimento da verdade, mas se não havia provas, se tudo era difícil de provar, esta senhora não tinha de continuamente querer continuar a castigar o seu próprio país: DEVIA TER VERGONHA.
Quanto mais candidatar esta senhora, radical, barulhenta, completamente inexperiente autarquicamente, à segunda maior Câmara do país, é no mínimo uma ofensa. Se Seara foi um Presidente ausente, pouco interventivo, pois grande parte do trabalho (e bom) foi efectuado pelos vereadores e pela sua equipa. Felizmente Seara apagou a má imagem de Edite Estrela, corrigiu alguns dos seus erros, embora tenha ficado muito aquém do necessário. Mas agora a Ana Gomes é brincar.
Por favor exige-se seriedade.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Marinho Pinto - O Incendiário


Num país onde os incêndios florestais são um problema grave e recorrente, que este ano começou mais cedo, a dificuldade em identificar e levar a tribunal os incendiários, que toda a gente constantemente acusa dessa catástrofe anual, é uma realidade frustrante que nos deixa a percepção de que nunca vamos conseguir fazer justiça. No entanto existe um incendiário, que é uma figura pública, que se passeia à solta, constantemente a chegar o fogo ao mato seco, em locais estrategicamente estudados para provocarem o maior estrago, que ninguém detém nesta sua fúria incendiária: trata-se do Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Marinho Pinto.
A última acha lançada foi no caso Freeport, ao utilizar o Boletim da Ordem dos Advogados, para publicar um artigo de opinião onde refere que, a carta anónima que envolveu José Sócrates, foi combinada entre o seu autor e a Polícia Judiciária. O incêndio começou e não há ninguém dentro desta Ordem que a ponha em ordem, deixando que arda como floresta seca em pico de Agosto. Claro que assim os Advogados vão ser uma classe cada vez mais descredibilizada.
Uma vergonha.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Boa noite...


Depois de mais um conjunto insípido de jornais televisivos e de um ridículo Aqui&Agora, sobre uma matéria desinteressante e completamente sem ligação nenhuma com a realidade e a actualidade - Porque não discutirem a Provedoria, ou o TGV, ou a falência do Estado? (ontem o Jornal da Noite valeu a pena só pela matéria sobre a falência do Estado português lá para 2014, sem dúvida das melhores peças jornalisticas da televisão dos últimos tempos) - vou finalmente desligar o computador e mergulhar nas profundezas do AXN e da FOX para terminar a noite, até adormecer no sofá.
Boa noite...

Estas birras a quem interessam?


Foram hoje noticiadas umas declarações do ex-Presidente da República Jorge Sampaio, onde este dizia que nos últimos quatro dias as únicas notícias que lhe chegavam de Portugal eram o penalti mal marcado ao Sporting e a polémica com a substituição do Provedor de Justiça. Jorge Sampaio afirmou ainda que, neste ano eleitoral, com este quadro de crise, o que os portugueses esperariam dos seus políticos seria um confronto saudável de ideias tendo em vista a resolução dos problemas, dos muitos problemas, que o país tem de enfrentar.
Estas declarações puseram-me a pensar que provavelmente a estratégia do PS de começar a lançar, logo agora, esta confusão para a praça pública não era inocente.
Nos últimos dias, em especial desde que foi aprovado o traçado do primeiro troço do TGV, tem renascido a discussão acerca das grandes obras públicas, se este é ou não o momento certo para elas, o Presidente da República a exigir rigor no gasto de dinheiros públicos, com a oposição a dizer que só o investimento de proximidade deveria avançar, etc. A verdade é que o PS quer avançar com gastos em obras públicas que vão hipotecar o futuro de várias gerações, com consequências futuras muito imprevisíveis, porém, numa lógica muito própria dos regimes ditatoriais - pois os fascistas e os nacional-socialistas fizeram o mesmo - decide avançar com grandes obras públicas para combater a crise. O problema que nada disto é líquido, aliás trabalho vai haver sobretudo para as empresas de quem teremos de importar tecnologia e materiais, a mão de obra pouca será portuguesa, enfim, toda uma série de considerações que se poderiam fazer. Esta seria a grande discussão política do momento, seria por aqui que as conversas andariam, mas nesse preciso momento, vem o PS lançar esta bomba de fumo, lançar esta confusão e toldar os pensamentos, desviar as atenções para algo, que sendo intrinsecamente importante, perante o restante o não é de facto.
Fica então a pergunta: Estas birras a quem interessam?

Pela manhã... de novo os Incêndios


Nos últimos dias tem sido sucessivo o acordar com as notícias constantes - tipo pico do verão, mês de Agosto e assim - dos incêndios que lavram em Portugal. O mais triste (e mais revoltante também) é que a desresponsabilização é total. O Jaime Silva está mais interessado em fazer campanha contra o PSD do que em proteger a floresta, o ministro da Administração Interna anda caladinho que nem um rato a tentar passar despercebido.
É vergonhoso que num país destes, onde a floresta é tão importante e é um dos poucos activos naturais que temos, é alvo de tanta incúria por parte das autoridades, que até hoje, de todos os governos, ainda não houve um que conseguisse estabelecer uma estratégia para a gestão e tratamento das florestas. O pior é que o actual governo nos anos anteriores tem-se desculpado, ora com o défice herdado, ora com o combate ao défice para deixar arder o país (apesar de a metereologia ter ajudado), mas este ano, com o tempo a aquecer tão cedo e com a distribuição de milhões que para aí vai, quero bem ver que desculpa vai haver para a ineficácia e falta de meios quem todos os anos é evidente em época de incêndios.

quarta-feira, 25 de março de 2009

107 Soluções para Portugal (2)


Vedar a acumulação qualquer outro cargo no sector privado, possibilitando uma dedicação exclusiva ao cumprimento do interesse público aos detentores de cargos na administração pública.
Da moção "Soluções para Portugal" do MMS
A promiscuidade entre o sector público e privado é um dos maiores cancros do nosso sistema político. Toda a gente aponta o dedo , fale em surdina, comente e escreva, embora consequências, pela dificuldade de provar a existência de facto desses fenómenos de corrupção, não existam, pelo que, a profilaxia parece ser a única forma de actuação que poderá ser eficaz. Uma das formas profiláticas é mesmo esta, quem é dirigente da administração pública, ou detentor de cargo público eleito, como acontece com os deputados, não pode exercer qualquer outro cargo no sector privado.
Alguns poderão objectar que esta solução poderá afastar da política e do exercício do cargo de deputado, alguns dos melhores quadros, ficando apenas aqueles que melhor alternativa não têm. Porém o MMS, no seu Manifesto, o Manifesto Mérito e Sociedade, da autoria do seu Presidente, o Professor Doutor Eduardo Correia, contém uma medida que contaria esse argumento, pois defende o fim dos ordenados dos deputados e outros titulares de cargos eleitos, estabelecido de forma fixa, devendo variar conforme o ordenado declarado anteriormente por essas personalidades. Assim não existe qualquer prejuízo material para aqueles que se interessam pela causa pública, afastando por outro lado o oportunistas e tachistas, tão comuns no actual cenário político nacional.

107 Soluções para Portugal (1)

Como sucede com a Presidência da República, limitar a dois mandatos consecutivos (ou oito anos) o exercício da mesma função a todos os candidatos eleitos através de voto directo e universal.
Da moção "Soluções para Portugal" do MMS
Em Portugal a perpetuação de certas personalidades em cargos eleitos tem sido muito comum, desde presidências de câmara, ao inevitável Alberto João Jardim na Madeira. Esta é uma medida que parece no mínimo razoável, pois previne uma série de vícios na vida política, como não deixa a ninguém sentir-se dono de qualquer lugar, como infelizmente hoje em dia acontece. Esta medida promove também a polivalência dos políticos, que para e manterem na actividade política têm de se fazer rodar por vários postos, em vez de se cristalizarem e agarrarem a um tacho com unhas e dentes. Provavelmente esta medida evitará também a existência de profissionais da política, pessoas cuja actividade política foi a única que alguma vez tiveram, enquanto profissão.

Se existe alguém que não concorda com esta medida eu gostaria sinceramente de saber o porquê, se concorda espero que nas próximas europeias já vote no MMS.

Movimento Mérito e Sociedade



No passado dia 21 de Março, aconteceu em Lisboa, no Hotel Altis, o I Congresso Nacional do Movimento Mérito e Sociedade, partido do qual sou, cada vez mais orgulhosamente, militante, embora não me tenha sido possível, por razões pessoais, estar presente nesse evento.

Neste congresso foi aprovada a Moção Soluções para Portugal em resposta ao lema do congresso Estratégia para Portugal. Na referida moção são apresentadas "107 soluções para desmontar o sistema vigente, obsoleto e viciado, e estabelecer o trajecto de transformação de Portugal numa sociedade mais equilibrada e moderna".

Assim, a partir do dia de hoje irei publicar cada uma das 107 medidas, acompanhadas de um texto de comentário pessoal acerca de cada uma delas. É meu desejo assim contribuir para um esclarecimento cada vez maior acerca deste projecto político moderno, inovador e muito promissor, no qual acredito profundamente.

Cavaco alinha-se com Manuela Ferreira Leite


Hoje pela manhã, na TSF, uma das notícias em destaque foi o alerta do Presidente da República em relação aos investimentos em obras públicas. Num tom de exigência Cavaco Silva afirmava ter de haver rigor na aplicação dos dinheiros públicos, nomeadamente em obras, porque deveria ser bem avaliada a relação custo/benefício, por forma a que não haja desperdícios. O Presidente chegou mesmo a dar exemplos de desperdício, alguns pelo exagero, do que considera desperdícios.
Após ouvirmos recentemente a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, a explicar que não era contra todo o investimento público, afirmando, embora por outras palavras, o mesmo que Cavaco agora vem afirmar, parece haver nestas declarações do Presidente um claro alinhamento ao lado do PSD, contra a teimosia do PS e do Ministro Mário Lino.

Claro que não me parece ser inocente o facto de o Presidente ter falado pouco tempo após a polémica acerca da relação custo/benefício do traçado aprovado pelo governo para o primeiro troço da linha do TGV.
No entanto fica, para mim, mais evidente o alinhamento, que não surpreende, do Presidente Cavaco Silva, com o PSD.

Enfim as eleições estão a chegar e a campanha está a começar.

terça-feira, 24 de março de 2009

Subserviência vergonhosa


Foi uma tristeza, uma verdadeira demonstração de subserviência vergonhosa da parte do jornalista da SIC António Cancela no Primeiro Jornal de hoje: só faltou beijar as mãos do Manuel Pinho.


Contando...

No decorrer do Primeiro Jornal, após uma reportagem acerca da situação de encerramento da Jotex, reportagem essa que terminou com uma pergunta feita por uma funcionária que questionava o seguinte - como podia uma empresa como a Jotex, cheia de encomendas, que exportava quase tudo o que produzia, com estilista de referência como o Luís Buchinho, de repente fecha e declara a insolvência. Logo após esta reportagem a SIC vai em directo para Famalicão, onde se encontrava o ministro Manuel Pinho, que foi confrontado com esta pergunta, não sem antes o António Cancela, o jornalista da SIC que estava com o ministro, ter introduzido a pergunta com uma expressão do tipo - eu sei que não é responsabilidade do governo, isto é culpa da crise internacional e da crise financeira, mas que resposta pode dar a esta pergunta?


É vergonhoso que o jornalismo em Portugal esteja profundamente curvado ao poder vigente.


Patrões criminosos


Existe no nosso país uma crise económica gravíssima, com despedimentos cada vez mais comuns, com recordes todos os meses no número de desempregados inscritos nos centros de emprego, enfim uma situação preocupante que se está a tornar caótica. Mas apesar disso os despedimentos têm decorrido dentro do que é normal e exigido por lei, no entanto existem empresários, que a reboque da crise têm cometido verdadeiros crimes contra os seus empregados. Nunca fui de esquerda nem tenho aqueles complexos de que os patrões são sempre bandidos e os funcionários os coitadinhos explorados, mas existem situações completamente revoltantes e que deveriam requerer das autoridades competentes uma atitude mais enérgica e imediata.

Hoje de manhã ouvi no Bom Dia Portugal da RTP uma notícia duma empresa que desde o princípio do ano não paga os salários aos trabalhadores, na sua esmagadora maioria mulheres, e não bastando isso, ainda abriu processos disciplinares contra 37 delas por estarem grávidas, suspendendo-as por duas semanas e agora impedindo-as de entrar nas instalações da empresa. Isto é demais. Este senhor, este patrão, deveria ser imediatamente chamado à responsabilidade, alguém deveria de o informar que não pode disciplinar alguém por estar grávida, e, pior ainda, por isso impedi-la de regressar ao trabalho. Alguém deve intervir, se preciso for, nestes casos, devem os bens do próprio, responder pelas dívidas que este senhor tem para com os seus colaboradores. É plausível que esteja com dificuldades em pagar aos seus trabalhadores, então que proceda ao seu despedimento e entregue-lhes a carta para o Fundo de Desemprego - o problema é que provavelmente este senhor deve ter ficado com aquilo que descontou e com o que devia ter entregue à Segurança Social, por isso não manda ninguém para o desemprego. Isto é no mínimo criminoso. E como criminoso que é, como criminoso deve ser tratado.

O que é demais, é demais!!


Não se tem falado em mais nada na comunicação social senão do descontentamento do Sporting e dos ecos que a final da Taça da Liga trouxe, devido à polémica, e errada, decisão do árbitro de marcar uma grande penalidade que não existiu.
Tantas vezes estas situações têm acontecido que é demais continuarmos ainda a falar disto. Não estão já habituados a que isto aconteça, ou será que é por o beneficiado ter sido o Benfica? Isso é que não costume, não é?
Os jogadores do Sporting terem ficado frustrados e irritados e terem feito declarações que revelassem os seus sentimentos, tudo isso é compreensível e aceitável, pois afinal são humanos, mas daí a achar-se que a atitude do Pedro Silva de atirar a medalha deve ficar por isso mesmo é demais. Onde vamos parar? Que mensagem mandamos aos mais novos, que tão atentos estão ao fenómeno desportivo, vamos ensinar-lhes que não faz mal atirar com as coisas quando estamos chateados. Peço desculpa mas o Pedro Silva deve ser correctamente castigado pela atitude que teve.
Continuando com o ridículo em que o Sporting está a cair ao deixar a direcção da Liga e a armar a birra que está a armar por causa da Taça da Liga. O que é demais, é demais! Direito à indignação sim, direito ao desrespeito é que já não. O Sporting manifesta mau perder e pior manifesta um olhar superior em relação ao Benfica: dizer-se que o erro do árbitro teve influência no resultado, tudo bem, mas dizer que foi decisivo para o resultado, isso já é demais. Será que os dirigentes do Sporting não conseguem colocar-se um pouco em questão e aceitarem a possibilidade do Benfica poder conseguir empatar o jogo mesmo sem a intervenção que o árbitro teve? Acham-se assim tão bons e superiores. Creio que têm de se lembrar de Munique e pensar nos 12 a 1 que sofreram recentemente e aprender a lição da humildade. Ninguém pode retirar ao Sporting o direito a sentir-se frustrado, indignado, etc., já ninguém pode aceitar situações como as que se estão a ver, em que o Soares Franco abandona a direcção da Liga, ameaçam de morte o Lucílio Batista (sobre isto é que o presidente do Sporting devia dizer algo, dizendo aos adeptos, numa atitude de seriedade e pedagogia, que errar todos errar - até porque o Lucílio Batista foi mais homem do que esses sportinguistas e diante de todo o país, na televisão reconheceu o seu erro), pedem o fim da carreira de Lucílio Batista, entre muitas outras atitudes exageradas.
Fico a pensar comigo mesmo se tivesse sido ao contrário, como reagiria o Sporting. Imagino que até o Sr. Pinto da Costa, o grande amiguinho do Sporting, já tinha vindo a público defender o Sporting.
Meus senhores sejam educados, não façam mais birras, aceitem o resultado com fair play, e tenham calma. Que estes erros sirvam para se reflectir melhor sobre a necessidade de introduzir meios tecnológicos no futebol, para melhorar a formação dos árbitros e para tornar mais consequentes as avaliações feitas aos árbitros, bem como a profissionalização dessa classe. Isso sim é o importante e essencial a retirar desta situação.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Assoberbadas


Ontem à noite vi um programa, na SIC Mulher, um talk-show, da Oprah, sobre uma mãe que deixou a filha, uma bebé de dois anos, durante oito horas, sendo encontrada morta. Recordei-me de imediato da situação semelhante que recentemente ocorreu em Portugal. No programa ninguém condenou esta pobre mulher que, ao quebrar a sua rotina, se esqueceu tragicamente da filha. Nunca ninguém teve ali uma palavra de condenação, nem tão pouco ninguém poderia ter, tal como no caso em Portugal, porque, apesar das afirmações de algumas pessoas, poderia acontecer a qualquer um. Basta um engano, uma distracção, um aumento de pressão, de stresse, uma circunstância diferente, etc., e a tragédia acontece.
No programa falou-se de mães assoberbadas, mulheres que, devido a todas as pressões colocadas sobre as mulheres: casa arrumada, compras, roupa sempre impecável para toda a família, empregos cada vez mais exigentes, cozinhar e sempre com um ar de relaxada, feliz e bem cuidada. Quem poderá aguentar tal ritmo? Creio que ninguém. Sou Pai e vejo as dificuldades que eu e a minha esposa sentimos em ter tudo em ordem para cada dia, a forma com o demoramos mais de duas horas para nos prepararmos a todos, aos quatro, para sair de casa para qualquer lado. A pressão e os nervos começam logo pela manhã. É uma loucura. Apesar se tudo não nos encaixamos muito no perfil comum, porque tenho horários diferentes do habitual, mas mesmo assim a pressão é enorme.
Tudo isto levou-me a uma reflexão simplista apenas acerca das ajudas necessárias às famílias, bem como aquelas que efectivamente lhes são atribuídas. Não quero falar em situações nem ajudas financeiras. Estou a pensar efectivamente em ajudas concretas às famílias. Creches, pré-primárias, assistência social e na saúde, escola primária a tempo inteiro, com ATL's pertencentes às escolas, apoio na aquisição de materiais escolares, facilidade de transportes escolares, entre outras. Creio que esta pressão que todas as famílias sentem seria um pouco mais aliviada se todas estas infra-estruturas estivessem mais acessíveis e mais próximas das famílias.

Partidocracia: o verdadeiro Situacionismo

Sou um admirador confesso de José Pacheco Pereira, já escrevi sobre a sua grande obsessão actual, reflectida no seu excelente blogue Abrupto: o situacionismo. Citando

"O resultado é evidentemente perverso: tende, no mundo comunicacional claustrofóbico que é o nosso, a criar uma narrativa que depois é repetida pelo jornalismo de rebanho dominante. É isso que eu tenho chamado situacionismo, porque o seu efeito, mesmo não subjectivamente pretendido, é servir o poder que está. E o poder que está não é uma abstracção: existe e exerce-se."
Excerto do texto "O Ego à procura do Eco (1)" publicado no blogue Abrupto

Sei que a interpretação de situacionismo feita por Pacheco Pereira é de que o tal poder que está é o do governo e do partido que o domina, ou apoia. No entanto o verdadeiro situacionismo, o verdadeiro poder mantido pela comunicação social é o dos partidos da esfera do poder, não apenas do PS: isto inclui o próprio PSD, bem como o PCP, o BE, o PEV e o CDS/PP. Todos do mesmo tacho situacionista, alimentados pelo regime que substituiu há muito tempo a democracia: a partidocracia.

Pois vejamos: este fim de semana, em particular no sábado dia 21 de Março, realizou-se em Lisboa, no Hotel Altis, o I Congresso Nacional do Movimento Mérito e Sociedade, o mais recente partido político português e o único que abertamente propõe medidas concretas de combate ao status quo da partidarite vigente. Procurei insistentemente em todos os sítios da net dos jornais, rádios e televisões nacionais e nem uma única referência a este congresso nem ao que lá foi dito ou produzido. Mais ainda a única peça que vi foi cerca de 30 segundo na SIC, uma referência mais que breve, e recheada de conteúdo opinativo, com pouca objectividade.

Assim sim se faz democracia, só se dá voz aos mesmos, sempre aos mesmos, silenciando todos os outros, sobretudo os que ameaçam o bem estar desses mesmos.

Que vergonha!!!!

Birra?!... Só se for de Sócrates e do seu PS!!!


O Primeiro-Ministro, numa das suas demonstrações de espírito democrático e de capacidade de encaixe, veio chamar ao facto de o PSD não ir a correr aprovar o nome do Professor Jorge Miranda, uma Birra. Ora bem, eu tenho dois filhos, um menino de quatro anos e uma menina de 21 meses, pelo que de birras percebo eu. É muito comum os meus filhos fazerem birras e normalmente elas ocorrem porque um quer mais atenção do que aquela que lhe é dada; outra razão é porque estando um a ter atenção o outro lha quer roubar; fazem birra ainda porque um quer tirar ou tira mesmo o brinquedo que o outro tem, etc.
Havendo dúvidas da baixeza da forma como o PS tem tratado este assunto, todas me ficaram dissipadas ao ouvir as declarações quer do líder parlamentar do PSD Paulo Rangel, quer do porta-voz do PS Vitalino Canas. Foi perguntado a Paulo Rangel porque razão não aprovava o PSD o nome do Professor Jorge Miranda para Provedor de Justiça, sendo respondido que não iria entrar em ping-pong de nomes, mantendo uma postura de Estado, reconhecendo até que se poderia aceitar a mediação do Presidente da Assembleia da República, numa demonstração de completa abertura, sem nunca se sentir ofendido nem tão pouco diminuído pelo facto deste debate ser feito entre todos os partidos com assento parlamentar. A mesma pergunta foi feita a Vitalino Canas, porque é que o PS não tinha sequer respondido ao nome que o PSD tinha proposto (que segundo alguns rumores teria sido Laborinho Lúcio - gostaria que alguém me explicasse o que é que este nome tem a menos do que o do Prof. Jorge Miranda). Vitalino Canas, demonstrando quem de facto estava de birra, respondeu que a questão não era essa era sim porque é que o PSD, reconhecendo a qualidade do nome proposto, não aceitava de imediato o nome do proposto. Ou seja, não respondeu à pergunta feita, demonstrando que não houve nenhuma razão a não ser puro sectarismo, o tal que acusaram o PSD de ter. O triste de tudo é que vejo muitos jornalistas e comentadores a entrarem nessa onda, a serem totalmente enganados pela verborreia socialista. Na verdade não venho defender o PSD, até porque toda esta situação é mais uma evidente e nauseabunda demonstração da Partidocracia vigente, porém, dentro do possível, reconheço total razão ao PSD.
Vitalino Canas deixou tudo bem claro ao dizer que nos últimos 19 anos foram personalidades ligadas ao PSD que ocuparam o cargo em questão - o que nem sequer é verdade - sendo desmentido até por um antigo Provedor, ouvido no fórum, que afirmou que quem lhe telefonou a convidá-lo foi o Dr. Jorge Sampaio, na altura líder do PS, não foi ninguém ligado ao PSD. Como há 19 anos que era assim - segundo Canas - o PS decidiu bater o pé, fazer uma birra e nem sequer responder às propostas do PSD. Agravando a birra decidiu aparecer com um brinquedo - alegadamente - melhor que o dos outros. Não respondeu ao nome do PSD e queria que de imediato este respondesse ao nome por eles apresentado. Como não houve resposta, o PS decidiu então piorar a birrar e ameaça o PSD no debate parlamentar. Manuela Ferreira Leite respondeu e o PS piorou a birra ao trazer todo o assunto, com o nome proposto, para a praça pública. O CDS e António Barreto fizeram propostas, uma para resolver o assunto imediato, outra para resolver o assunto a longo prazo, ou seja em futuras nomeações, e o PS, com tem sido hábito, na arrogância e sensação de total sapiência, de absolutos donos da verdade e da razão, recusaram todas as ideias.
Afinal onde está a Birra....???

sexta-feira, 20 de março de 2009

Cobardia política, falta de pudor político, falta de sentido de Estado e hipocrisia... enfim o PS dos nossos tempos.








Não me cabe a mim, especialmente pela insignificância que sou, efectivamente defender o PSD, nem as suas posições. Mas nesta situação da escolha do próximo Provedor de Justiça, o PS demonstrou toda uma série de epítetos negativos que exprimi no título. Há cerca de nove meses que o mandato de Nascimento Rodrigues chegou ao fim, o que significa que as negociações para a sua sucessão já se arrastam há pelo menos um ano. Certamente que já houve nomes propostos por um lado e pelo outro, sem que até hoje se tenham alcançado os consensos necessários.

Porém hoje Alberto Martins, líder parlamentar do PS, veio a público. ou melhor, veio dar uma conferência de imprensa, à hora dos telejornais, anunciando que h cerca de uma semana tinha proposto ao PSD o nome do constitucionalista Jorge Miranda para novo Provedor de Justiça. Alberto Martins afirmou que a razão pela qual anunciava esta proposta era porque, após as declarações feitas hoje pela líder do PSD - que afirmou que num espírito de independência e de equilíbrio de poderes, dada a natureza do cargo em questão, era normal, e deveria de ser assim, que a personalidade que fosse nomeada para esse cargo devia ser indicada pelo maior partido da oposição - o PS decidira abrir as negociações, que visam alcançar a maioria de dois terços dos deputados, aos outros partidos, abandonando uma tentativa de acordo com o PSD. Durante a noite ouvi reacções sensatas dos outros partidos e um disparate de um comentador político. O Sr. Mário Bettencourt Resendes, situacionista habitual, declarou na TSF que o PSD iria ter muitas dificuldades em explicar a recusa de um nome com a importância e a qualidade do Constitucionalista Jorge Miranda. Este comentário deixou-me no mínimo revoltado, pela fraca qualidade do comentário político português, porque ou o Sr. Mário Bettencourt Resendes é ignorante ou anda distraído, porque o PSD nunca veio recusar este nome, como nenhum outro. Porque acha o PS que o PSD numa semana tem de responder a algo para o que em um ano não houve qualquer resposta? Dos outros partidos ouvi reacções do BE - afirmando que até agora não tinha recebido nenhuma proposta de negociação da parte do PS - do PCP - que afirmou não ser nas televisões que se convida outros partidos para negociações, é sim em conversas na Assembleia da República - e do PSD - que afirmou não ir entrar em ping-pong de nomes, porque este era um assunto de Estado, pelo que não iriam fazer qualquer comentário, e, que quanto ao PS abrir as negociações aos outros partidos, o PSD afirmava que o Partido Socialista estava no seu pleno direito de o fazer. Onde reina a sensatez e o sentido de Estado? Certamente que todos estes partidos o demonstraram bem mais do que o PS.

Mas vejamos: há uma semana, portanto entre quinta a sexta-feira passada, o PS comunica ao PSD que tinha o nome de Jorge Miranda em cima da mesa para Provedor de Justiça; o PSD não responde até quarta-feira (houve encontros preparatórios do conselho europeu, aqui e no estrangeiro, entre outros eventos) dia em que o Primeiro-Ministro anuncia que se o PSD não chegar a acordo com o PS, este último está disposto a avançar sozinho com um nome para Provedor; sexta-feira Ferreira Leite afirma que a personalidade deverá ser escolhida pelo maior partido da oposição e nesse mesmo dia Alberto Martins anuncia o nome de Jorge Miranda. Analisando: o PS propõe um nome, de peso e de qualidade, talvez esperando que o PSD imediatamente respondesse sim, porém isso não acontece (talvez porque há cerca de uma ano tantos nomes e não acredito que fossem todos de menor qualidade do que o agora anunciado) o PSD não responde logo e José Sócrates faz aquela ameaça. O que estava à espera? que o PSD cheio de medo fosse a correr com o rabinho entre as pernas aceitar o nome do PS, ou quis fazer parecer que o nome que viesse a lume tinha sido proposto pelo PS e que este é que dominava a negociação? José Sócrates não quis forçar um acordo, quis foi pegar fogo ao circo e Manuela Ferreira Leite respondeu à altura, a personalidade tinha que ter a chancela da oposição. Claro que o PS viu nisto uma oportunidade de saltar ao pescoço do PSD, ao arrepio de todas as regras de dignidade e respeito, avançando com um nome de peso, querendo deixar mal o PSD.

Qual será a melhor reacção? Creio que a já tida foi a melhor.

Cobardia política: não conseguindo negociar veio refugiar-se na televisão, para esconder a sua fraqueza e o seu apetite enorme - como denunciou Nascimento Rodrigues na entrevista que deu à Visão - por cargos de nomeação política.

Falta de pudor político - é falta de vergonha na cara durante um ano não se chegar a acordo com outro e de repente, feitos meninos queixinhas, depois do puxão de orelhas do actual provedor e do Presidente da República, apontar o dedo ao outro a dizer - oh papá foi ele.

Falta de Sentido de Estado - fazer anúncios de nome, discutir assuntos desta importância na praça pública, anunciar a abertura de negociações aos outros partidos nas televisões, em vez de ser nos órgãos próprios, é no mínimo, uma grave falta de sentido de Estado e revela uma desmesurada vontade de exibicionismo eleitoralista.

Hipocrisia - quantas vezes José Sócrates, quando desafiado para esclarecer e debater com opositores nas televisões, recusou afirmando que o lugar próprio para a discussão política era na Assembleia da República, e agora hipocritamente vêm para a televisão fazer guerrilha política do mais baixo nível.

Enfim é o PS que temos...

Enfim é a partidocracia que temos...

quinta-feira, 19 de março de 2009

E Estratégia??!!


Todos ouvimos os anúncios do Primeiro-Ministro e as críticas da oposição, claro que todos temos as nossas opiniões, nem sequer é meu propósito agora discutir, ou melhor, dissertar sobre cada uma delas, embora seja já claro que não são aquilo que parecem à primeira vista. Sendo assim, embora seja uma crítica fácil e até recorrente, creio que o que transparece de todas estas medidas ultimamente anunciadas, alegadamente para contrariar os efeitos da crise, é que não existe uma estratégia clara, um rumo, uma orientação concreta de onde, ou melhor, para onde se quer rumar o país, fazendo uma governação tipo "navegação à vista", tentando tapar o último buraco, sem objectivos e propósitos estratégicos muito bem definidos. Aliás o único critério parece se governar para as eleições, ou em função do que se pretenda como resultado eleitoral, sem grande preocupação com os portugueses, sendo o maior dos contrasensos, de quem até há pouco tempo afirmava não governar pelas sondagens, a partir do momento em que estas passaram a dizer que se estava a tornar difícil a renovação da maioria absoluta pelo PS, tornaram-se a orientação de todas as medidas governamentais.
O Movimento Mérito e Sociedade, um pequeno partido político que não se identifica com o actual sistema partidocrático, desde o seu manifesto fundador, que vem afirmando e denunciando a falta dessa forma estratégica de governar, vem reclamando a necessidade premente de se governar com estratégia definida, sabendo para onde se quer levar o país, sem ceder a ventos e manobras, firmes no rumo traçado, proposto em eleições ao povo, que por essas opções e políticas escolhe quem o deve governar. Esta denúncia, ou melhor, esta exigência de uma estratégia, torna-se cada vez mais evidente perante a desastrosa e desorientada governação que José Sócrates e o governo do PS têm feito.

O Mealheiro do Engenheiro Sócrates




Ontem o nosso caro Primeiro-ministro encetou mais uma das suas infindáveis incursões pelo mundo da publicidade e do anúncio fácil, ao despejar no parlamento, para gaúdio do grupo feroz que avidamente, ou bebia cada palavrinha como água no meio de deserto, ou salivava esfomeado para o pescoço do primeiro, ansiando saltar-lhe ao mesmo, todo um conjunto de novas propostas e ajudas às famílias.

Curiosamente este mesmo Primeiro-Ministro andou nos últimos três anos a lutar heroicamente, sozinho, rodeado de uma cambada de imbecis ignorantes, preso nas malhas da incompreensão, contra um défice monstruoso, continuamente herdado do seu antecessor. Nesse combate gritava: - Aqui del rei, aqui del rei, acudam a apertar o cinto, esforço de todos, vitória de todos, apertai, apertai; é preciso fechar, fecha, é preciso cortar, corta, força, força!!!!

Afinal e de repente existem já milhões, que o digníssimo primeiro-ministro se digna lançar sobre tudo o que mexe e não mexe, pronto a estancar cada pingo de sangue que ameace a sua reeleição. Mas não senhores, não pensais que esteve o nosso primeiro a apertar, apertar, para amealhar, amealhar para agora em ano de eleições lançar, lançar. É pura coincidência senhores, não vos deixeis enganar, é da crise, da crise que tanto jeito dá para esconder na verdade que tanto aperto era, apenas pelos vistos era, uma forma do nosso primeiro encher um belo mealheiro e agora ter, por acaso em ano de três eleições, o que distribuir.