domingo, 8 de março de 2009

Xenofobia ou bom senso?


Antes que alguma preocupação assalte alguma mente mais sensível, com o título não pretendo dizer que a xenofobia, ou que ser xenófobo, é sinal de bom senso.

Há algumas semanas atrás foi notícia uma greve levada a cabo pelos trabalhadores de uma refinaria, no Reino Unido, porque iria ser construída uma nova refinaria, ao lado da anterior, onde os postos de trabalho, durante a construção, iriam ser ocupados na sua maior parte por estrangeiros, exigindo os grevistas que fosses nacionais a realizar os trabalhos. Isto atingiu trabalhadores portugueses que estavam já indicados para os mesmos. Uma primeira leitura desta situação levaria-nos a pensar que esta fora uma inqualificável demonstração de xenofobia.

Mas será que não foi antes uma questão de bom senso?

O primeiro-ministro britânico, bem como os seus pares no parlamento nunca trataram estes trabalhadores como racistas xenófobos, antes disseram entender a posição deles, estimularam uma negociação que se concluiu com a garantia de que um determinado número de postos de trabalho seria obrigatoriamente ocupados por cidadãos britânicos.

Tentei, logo quando ouvi a notícia, transpor esta situação para a realidade nacional e imaginei logo os políticos portugueses a defender, não os cidadãos nacionais, mas sim a ofendê-los, chamando-lhes racistas e xenófobos. Imagino o que não seria se na próxima grande obra pública se fizesse uma greve para que os lugares de trabalho fossem ocupados maioritariamente por portugueses. Cairia o Carmo e a Trindade. Uma cascata de impropérios cairia de todos os lados, mas a realidade é que essa, para mim, é mais uma demonstração de bom senso do que de xenofobia.


Há algum tempo quando a Dra. Manuela Ferreira Leite disse que as grandes obras públicas iriam é ajudar o desemprego na Guiné e nos países de leste, muita gente se insurgiu, mas ela, sem dever de dizer o que disse, disse o que muitos pensaram e desejariam ter dito.


A realidade é que muitos desses trabalhos que os imigrantes fazem, são trabalhos que os portugueses deixaram de querer fazer, porém estamos a atravessar uma crise sem precedentes, algo de muito mais grave do que se pode pressupor até no seu início, e, muita dessa gente que antes não admitia acartar um balde de massa, agora estaria disposto a fazê-lo. Sou contra proteccionismos, porém, perante as dificuldades actuais, creio dever ser obrigação nossa dar prioridade de acesso aos empregos a cidadãos nacionais, pois os emigrantes, num país com leis de emigração eficazes e correctas, só testariam no país a trabalhar enquanto houvesse trabalho para elas - claro que aqui se excluem as que obtiveram dupla nacionalidade e aquelas que obtiveram a efectividade nos seus empregos.


Pelo que acho que este não seria um acto de xenofobia, mas de puro bom senso.

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