segunda-feira, 23 de março de 2009

Partidocracia: o verdadeiro Situacionismo

Sou um admirador confesso de José Pacheco Pereira, já escrevi sobre a sua grande obsessão actual, reflectida no seu excelente blogue Abrupto: o situacionismo. Citando

"O resultado é evidentemente perverso: tende, no mundo comunicacional claustrofóbico que é o nosso, a criar uma narrativa que depois é repetida pelo jornalismo de rebanho dominante. É isso que eu tenho chamado situacionismo, porque o seu efeito, mesmo não subjectivamente pretendido, é servir o poder que está. E o poder que está não é uma abstracção: existe e exerce-se."
Excerto do texto "O Ego à procura do Eco (1)" publicado no blogue Abrupto

Sei que a interpretação de situacionismo feita por Pacheco Pereira é de que o tal poder que está é o do governo e do partido que o domina, ou apoia. No entanto o verdadeiro situacionismo, o verdadeiro poder mantido pela comunicação social é o dos partidos da esfera do poder, não apenas do PS: isto inclui o próprio PSD, bem como o PCP, o BE, o PEV e o CDS/PP. Todos do mesmo tacho situacionista, alimentados pelo regime que substituiu há muito tempo a democracia: a partidocracia.

Pois vejamos: este fim de semana, em particular no sábado dia 21 de Março, realizou-se em Lisboa, no Hotel Altis, o I Congresso Nacional do Movimento Mérito e Sociedade, o mais recente partido político português e o único que abertamente propõe medidas concretas de combate ao status quo da partidarite vigente. Procurei insistentemente em todos os sítios da net dos jornais, rádios e televisões nacionais e nem uma única referência a este congresso nem ao que lá foi dito ou produzido. Mais ainda a única peça que vi foi cerca de 30 segundo na SIC, uma referência mais que breve, e recheada de conteúdo opinativo, com pouca objectividade.

Assim sim se faz democracia, só se dá voz aos mesmos, sempre aos mesmos, silenciando todos os outros, sobretudo os que ameaçam o bem estar desses mesmos.

Que vergonha!!!!

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