terça-feira, 3 de março de 2009

Eleitoralismos


Frequentemente ao longo do último ano tem vindo ao de cima uma velha questão, importantíssima por sinal, que apesar de já esclarecida por quem de direito, parece ainda agitar algumas águas: trata-se da data dos três actos eleitorais a decorrer ao longo do corrente ano. Da indignação inicial causada a alguns o facto de outros tantos alvitrarem a hipótese de se juntar numa só data dois ou mesmo três dos ditos actos, passou-se ao período da não notícia, pois o Presidente da República em Novembro passado já tinha deixado transparecer, em comunicado, a ideia de que não iria juntar eleições.

Não podia estar mais em desacordo. A desculpa de que a cada acto corresponde uma dignidade própria, de que se valoriza o poder local ao dar-lhe um dia próprio para essa eleição, parece-me no mínimo uma brincadeira de muito mau gosto, que me levanta duas questões fundamentais: haverá em Portugal poder mais desacreditado e pouco considerado do que precisamente esse poder autárquico, por ser, como correntemente se diz, onde há mais corrupção, tacho e tráfico de influências?; como é que o facto de essas eleições não coincidirem com outros actos eleitorais lhes confere ou retira importância e até dignidade.

Quero aqui levantar o exemplo de um país, que embora em muitas coisas não seja exemplo, creio que na eficiência da utilização dos recursos disponíveis o é, trata-se dos Estados Unidos. Ainda na última eleição Presidencial - nada que eles mais assumam como importante e digno - coincidiu com uma série de eleições de senadores e congressistas, de mayors e até com alguns referendos locais, e, acho que nenhuma destas votações perdeu dignidade por isso.

A verdade é que nos Estados Unidos o dinheiro para as campanhas eleitorais vem das doações que os particulares, os apoiantes e militantes dos partidos, doam para esse mesmo fim, em Portugal o dinheiro vem do orçamento de estado, do bolso de todos nós, pelo que, em nome de uma suposta dignidade, os Partidocratas dão-se ao luxo de querer fazer três campanhas eleitorais e gastar dinheiro na organização de três actos eleitorais consecutivos. Todos temos ouvido falar na crise e no aperto de cinto que ela significa, mas afinal parece que este aperto é para alguns, pelo menos para os partidos políticos do sistema parece que não é - PS, PSD, PCP, PEV, BE e CDS/PP - que continuam a querer esbanjar dinheiro desta maneira.

É hora da indignação e é tempo de votar fora do sistema, apelo aqui abertamente ao voto no único partido que fora do sistema, não quer entrar nele, quer sim pôr-lhe fim: o Movimento Mérito e Sociedade - MMS - que defende e propõe o fim da comparticipação estatal aos partidos, devendo estes ser financiados apenas pelos seus militantes.

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