segunda-feira, 16 de março de 2009

Investimentos Públicos


Estamos em crise. Até aqui nada de novo. Qual será a melhor forma de encarar a crise? Com políticas de contra-ciclo, ou com aperto e restrição? Não sou economista e não tenho a presunção de conseguir responder àquilo que eles não conseguem, porém uma ideia parece unânime: não se pode penhorar as gerações futuras a reboque da crise. O que isso quer dizer? Do que entendo é que os economistas nos dizem que medidas de contra-ciclo sim, mas com conta peso e medida.
Daí surgir sempre a discussão acerca dos investimentos públicos, mais especificamente das obras públicas. Enquanto o governo diz que devemos de continuar no rumo traçado e entrar pela crise adentro com grandes obras, sem baixar os braços e parando de dizer que não há dinheiro para nada, a oposição, e também a esmagadora maioria dos economistas, dizem que se deve aguardar para avançar com grandes obras.
Embora seja um profundo crítico da partidocracia vigente, crítico de todos os partidos dominantes do nosso sistema político, as declarações da Presidente do PSD, Dra. Manuela Ferreira Leite, vêm precisamente ao encontro do meu pensamento, e, aparentemente da quase unanimidade dos economistas e especialistas destas áreas de estudo. Ela afirmou, à saída de uma reunião com o primeiro-ministro, de preparação do Conselho Europeu, que não era contra o investimento público, que era contra todo o investimento público. Explicando afirmou que o investimento público que exija uma grande incorporação de exportações, com impacto económico e social a longo ou muito longo prazo, que hipotecasse, ou comprometesse orçamentos futuros, devia ser adiado para melhor altura, mas que o investimento público de proximidade, capaz de causar impacto imediato, criar emprego entre os portugueses, com pouca ou nenhuma incorporação de importações, e, que não comprometa orçamentos futuros, esses devem avançar.
Ou seja, loucuras megalómanas como o TGV e o novo aeroporto, devem ser adiados para melhor altura. Investimentos como construção de escolas ou hospitais, devem avançar. Parece-me algo de completamente certo. O mais importante é não comprometer o futuro, pois ninguém sabe onde vai acabar esta crise, por isso ninguém pode hipotecar um futuro que ninguém sabe como será, para além de que, a avançarem essas grandes obras, vão estrangular ainda mais o crédito disponível para a iniciativa privada, em especial para as micro, pequenas e médias empresas.

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