sexta-feira, 30 de julho de 2010

Slogans Idiotas

Se há algo que me irrita são slogans que procuram transmitir ideias que não passam de grandes mentiras, mas mascaradas de verdades, e ainda por cima, de verdades de aparência bondosa, altruísta.

O último destes irritantes slogans é da autoria do PCP, que há algumas semanas atrás encheu o país com faixas onde dizia: "Público é de todos, privado é de alguns".

Todo este slogan é uma mão cheia de mentiras, pois a prática nos tem ensinado que, desde o 25 de Abril, onde os "bondosos" ideais colectivistas nos levaram, foi a um altruísmo que as coisas "públicas" que seriam de todos, na verdade não eram de ninguém, sendo por isso mal geridas e casas de "amiguismos" em grande escala. Serviam para empregar os amigos e sobretudo, goste-se ou não, os "camaradas" de partido.

A moda agora para empregar os amigos partidários, uma vez que se têm feito privatizações e alguns apertos em empresas do SEE, são as empresas municipais.

Conheci uma realidade estranha, por exemplo aqui no Concelho de Sintra, onde a oposição é a fingir, sendo talvez apenas, justiça lhe seja feita, garantida verdadeiramente pelo Bloco de Esquerda. No mandato autárquico anterior, sendo o executivo do PSD/CDS (Coligação Mais Sintra), foram atribuídos pelouros aos vereadores eleitos pelo PS (estes a um ano das eleições demitiram-se desses pelouros para poderem sacudir as responsabilidades e "fingirem" serem alternativa), o Presidente dos SMAS era do PCP (CDU), havendo vários elementos deste partido "encaixados" nas estruturas de empresas municipais de Sintra, como por exemplo na inútil "Educa". Neste mandato não sei bem como ficou o desenho, mas acredito que não esteja muito diferente.

Mas importa fazer aqui uma ressalva para esclarecer uma coisa: considero-me politicamente um liberal democrata, mas isso não significa que ache que todas as privatizações são boas. Acho que o SEE deve privatizar todas as empresas que concorram com outras no mercado (como por exemplo a TAP e a RTP), mas que não devem ser privatizadas empresas públicas que operam em regime de monopólio (como por exemplo a REN) porque isso distorce negativamente o mercado, empobrecendo-o, descredibilizando-o e sobretudo não se traduzindo em qualquer vantagem, nem para o país, nem para os consumidores.

Importa também ressalvar aqui que se fosse por mim, tudo, ou praticamente tudo o que são empresas municipais acabavam.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Falta de Tempo




O tempo é sempre um problema: quantas vezes já desejámos que o dia tivesse mais do que as suas poucas 24 horas. Uns pelos seus muitos afazeres, outros pelo seu gosto imenso por uma soneca profunda, a quem as oito horas normais são insuficientes.
Mas o tempo, até hoje, nunca pareceu ser um problema para a Justiça portuguesa, pelo menos a avaliar pela forma displicente com que trata o tempo, despendendo deste em abundância. Famosas tornaram-se as prescrições, os processos demorados, os adiamentos infinitos, os recursos sem fim.
Aparentemente no caso Freeport, ou pelo menos na investigação deste, o tempo foi comprado a peso de ouro, poupado com cuidado, reservado mesmo, ao ponto de não ter sido suficiente para ouvir um dos intervenientes chave do processo, que foi só o responsável máximo pelo licenciamento ambiental do projecto, mas que, por pura coincidência, é hoje apenas o Primeiro Ministro de Portugal.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Conferência Desafio Jovem 2010


Teve início ontem e prolongar-se-à até sexta-feira a Conferência do Desafio Jovem, com o tema "De Volta à Intimidade". Após vários anos de conferência na Aula Magna, este ano voltou-se à primeira casa: o Instituto Bíblico Monte Esperança, em Fanhões. Quem nunca participou nesta conferência não deve perder esta fantástica experiência, um ambiente e um lugar únicos.

Para encontrar o local da conferência é muito fácil, basta no google maps pedir orientações para Fanhões, Concelho de Loures.

As sessões da noite, que começam às 20:30, são abertas ao público e não implicam qualquer inscrição, por isso são todos bem idos.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Pessimismo crónico


De praticamente toda a proposta de revisão constitucional proposta pelo PSD (ou pelo menos daquilo quen desta é mais conhecido) a única pequena coisa com que eu concordo inteiramente é com a alteração da "justa causa" para "causa atendível" como razão para despedimento. Efectivamente e em concreto, ao contrário do que os histéricos desordeiros da esquerda têm dito, não jaz ali nenhuma oculta intenção de flexibilizar os despedimentos, porque a haver essa flexibilização ou não, esta terá de estar consignada na Lei, não tendo para isso a Constituição aplicação imediata.

Claro que podemos sempre admitir que esta "abertura" no vocábulo constitucional poderá permitir leis mais flexíveis. Por aí já me levam, mas a verdade é que o português continua a ser um povo desconfiado e sobretudo cronicamente pessimista.

O que quero dizer com isto é que podemos sempre olhar para meio copo de água como meio cheio ou meio vazio, mas na nossa herança cultural é-nos sempre incutida a visão do copo meio vazio, não conseguindo enxergar, por muito que alguém nos aponte, a meia quantidade de água ainda existente no copo. Ou seja, os políticos de esquerda (principalmente, mas não exclusivamente, porque Paulo Portas também disse algo sobre isto, sendo contra), continuam a querer assustar os meninos para a flexibilização dos despedimentos que certos monstros papões querem trazer para o país, recusando-se estes e com eles o povo (infelizmente cego) que esta é também, e sobretudo, uma flexibilização das contratações. Vêm o uma maior facilidade no despedimento mas não querem enxergar uma maior facilidade na contratação.

Compromisso

Depois de um período bastante activo, A textura do Texto tem passado por um período de maior estagnação. Porém é meu intento começar a contrariar essa mesma pasmaceira, mesmo estando nós a entrar em época de férias (o que não é o meu caso). Como tal pretendo assumir hoje um compromisso com os leitores e amigos da textura em que irei tentar publicar todos os dias pelo menos um post. Ainda que não seja um texto, nem que seja uma frase, um pensamento, um vídeo ou uma imagem, pelo menos uma publicação nova por dia farei.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Portas: o inveterado populista











O Presidente do CDS/PP, Paulo Portas, é daqueles políticos que ou se adoram ou se odeiam. A forma aguda como fala, cheia de sound bites e sempre revestido de uma superioridade moral, dão-lhe um ar de Louçã da direita absolutamente único.

Mas a verdade é que, se adorando inicialmente, por julgamento das suas palavras e daquilo que defende, pensando um pouco tudo soa a oco e resta apenas um soar populista, mesmo perigosamente populista.

O último exemplo, que me leva a escrever este texto, foi dado hoje mesmo, quando o PP, através do seu Presidente, anunciou uma iniciativa legislativa para que todos aqueles que sendo beneficiários do Rendimento Social de Inserção, vulgo Rendimento Mínimo, que sejam apanhados a cometer crimes graves, devem perder imediatamente esse mesmo apoio.

Da esquerda, sempre tão preocupada com os criminosos, certamente se ouvirão críticas de que ao retirar o RSI a essas pessoas, em vez de se contribuir para que esses criminosos se reinsiram na sociedade, ainda se está a empurrar mais essas pessoas para o crime. Isto não é efectivamente argumento, pois não está em causa o rendimento antes de se cometer crime, mas sim após, o que, a ser preventivo do cometer do crime e fonte de profilaxia, o teria sido já, pois ao cometer o crime, se mostra que afinal o RSI de nada serviu como reinserção nessas pessoas.

Mas o que eu critico e acho que é populismo perigoso é que, se o PP afinal diz ser contra o RSI, deve lutar para acabar com o RSI e exigir um outro tipo de medidas. Paulo Portas e o seu partido vão pelo que parece bem ao povinho, sem manter a firmeza das suas convicções e daquilo que defendeu antes.

Eu sou contra o RSI, acho que devia acabar, como escrevi noutras ocasiões, e, como não sou um invertebrado político, como o parece ser Paulo Portas e o seu CDS, nunca vou lutar pelo fim do RSI apenas para quem comete crimes, mas pelo fim total dessa aberração social.

O Regresso de Pinócrates


Pinócrates regressou, mas desta vez em Inglês. Creio que só mesmo ele acredita no que diz.










quarta-feira, 7 de julho de 2010

A hipocrisia de Sócrates




Tornou-se célebre a obra de Descartes em que este fazia a apologia do antigo filósofo grego Sócrates, mas em Portugal começa a tornar-se igualmente célebre a hipocrisia do nosso Sócrates caseiro.


De facto o nosso Sócrates não é filósofo, é sim Primeiro-Ministro, aliás tem como título académico Engenheiro e primeiro nome José - isto é só para os mais distraídos.


Ora o nosso Sócrates, José, Engenheiro e Primeiro-Ministro, não sendo mestre em filosofia, é-o concerteza em hipocrisia, pois vejamos: Que nome se dá a uma pessoa que perante uma crise decide de imediato baixar a protecção social aos desempregados, atacar as prestações sociais - e atenção que não estou a fazer juízos de valor sobre essas medidas, estou só a constatar factos - e depois, perante os seus socialistas pares, vocifera contra um neoliberalismo qualquer, que alguém quererá, segundo ele, inscrever na constituição? Resposta: um hipócrita. Que nome se dá a alguém que sabe perfeitamente que o tal neoliberalismo, ou melhor, que o liberalismo democrático não defende o fim do Estado de Previdência, nem o fim do Estado Social e ainda assim usa esse fantasma para atacar os outros e assustar as criancinhas (pois, os liberais são agora os novos comunas)? Resposta: um hipócrita e desonesto intelectualmente. Que nome se dá a um sujeito que anda a beijar há anos o chão onde o Zapatero pisa e depois manda um camarada seu dizer que o Paços Coelho foi ajoelhar-se ao PP? Resposta: um hipóóóóócrita.