Anunciou duas medidas sobremaneira importantes: a primeira foi o alargamento do subsídio do Estado à formação de funcionários de empresas, que antes era privilégio reservado às empresas do sector automóvel, mas agora está acessível a empresas de qualquer área de negócio, aprofundando mesmo essa ajuda, que anteriormente se ficava pelos 85% do ordenado, para os 95%; a segunda medida foi a assinatura de um protocolo com várias autarquias para a recuperação das 50 escolas preparatórias e secundárias mais degradadas (perdoem-me a denominação antiquada).
Apesar do mérito das medidas, fico com um saborzinho estranho na boca: não estivemos em contenção devido ao défice durante os últimos quatro anos?, não se fechou todo o tipo de serviços tendo em conta a racionalização de recursos?, não se esteve a fazer uma contenção? como é que de repente já existe tanto dinheiro para gastar?, terá sido o esforço destes últimos anos em vão?, será que afinal o esforço não era para controlo do défice orçamental, mas sim para se conseguir margem financeira para um despesismo desmesurado em ano de eleições?, há quantos anos as escolas precisam de obras e só agora é que estas vão avançar?, há quantos anos o sector automóvel recebe subsídios para fazer formação e só agora é que são divulgados (trabalhei 10 anos na autoeuropa e todas as formações que lá se fizeram foram pagas pelo Estado, ao ponto de se formalizar mesmo uma instituição, em conjunto com a Siemens e a Câmara de Comércio Luso-Alemã, para canalizar esses subsídios, a Academia ATEC)?
Deixo as perguntas, cada um que responda para si, embora a manipulação me pareça óbvia.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.