Numa actividade já de si sempre mal cheirosa - a política - o deteriorar do ambiente político apenas piora o odor que quem percorre esses meandros tem de suportar. Os portugueses em geral, o povinho, desliga-se muito da política sob um confortável carimbo de "são todos iguais". Sentem a crise no bolso e a corda na garganta, ao mesmo tempo que o cinto lhes estrangula o estômago, mas ainda assim procuram sobreviver sem querer tocar nas nojentas nuances de uma política cheias de partidarites e interesses mesquinhos a essa associados. Mas a verdade, por muito que se queira enfrentar a realidade ou não, são os políticos quem decide uma boa parte da nossa vida, são eles quem decide se um imposto sobe ou não e se por isso vamos ter mais ou menos dinheiro na carteira. A verdade verdadinha é que a política tem muito mais importância e influência nas nossas vidas do que aquela que nós estamos dispostos a atribuir-lhe, sendo portanto merece
dora de muito mais atenção do que aquela que lhe prestamos.
dora de muito mais atenção do que aquela que lhe prestamos.E aqui estamos mais uma vez numa encruzilhada, criada pelos partidos, mas que nos vai cair em cima, como uma casinha mal construída em dia de terramoto, com todo o peso e dor que daí advém. O PS e o PSD em aparente ruptura parecem querer criar uma crise que leve o país a eleições. Sem falta. porque o PS está a demonstrar não ter unhas para tocar esta viola que é Portugal, com todas as suas dificuldade e problemas orçamentais. Na verdade o PS é apenas uma máquina de fazer política, no sentido mais propagandístico ou maquiavélico do termo, porque entende a política como o jogo da conquista do poder, do desdizer e derrotar os argumentos dos adversários, porém sem qualquer capacidade de gerir e governar o país, ou seja de passar da teorização da guerra política para o exercício da governação.
Claro que, pela maneira como as nossas mentes foram ao longo dos anos formatadas, em alternativa ao PS apenas pensamos haver o PSD (antes de mais quero deixar claro que não vejo nos restantes partidos do arco parlamentar alternativas de governo, mas esclarecerei melhor mais adiante). Mas será o PSD capaz de preconizar as mudanças urgentes para o país? Não creio, porém perante os problemas imediatos com nos defrontamos creio que o PSD faria uma governação que poderia responder melhor às ansiedades e nervosismos do mercado, bem como tomar as medidas de austeridade que o PS não quer tomar, por estas afectarem uma boa parte da sua base fixa de apoio eleitoral.
Mas qual será então a solução? Bem, para mim a solução não está nem no PS, nem no PSD, nem na muleta deste, o CDS, nem nos contra tudo e contra todos PCP, BE e PEV. Se tomarmos consciência da situação do país, se tivermos conscientemente coragem para perceber que a responsabilidade pela situação actual do país, também é nossa, devido ao desprezo com que tratamos a política e pela displicência com que doamos o nosso voto, talvez possamos então arrepiar caminho e decidirmos de uma vez por todas tomarmos os destinos da nação nas nossas mãos de cidadãos. Urge assim, como fonte de resolução dos nossos problemas mais estruturais e profundos, uma onda da sociedade civil, que se revolte contra os partidos do costume e possa preconizar, como dizia o Prof. Eduardo Correia, a revolução inteligente.
Em consciência sei que estou num esforço de cumprir a minha parte nessa mudança urgente, ao participar activamente na construção de uma nova força política que se apresente como alternativa a este estado de coisas da política portuguesa.
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