sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Fim da época de saldos


Hoje é o penúltimo dia desta época de saldos. Umas lojas queixam-se da crise, outras afirmam que não a sentiram, porém todos falam na "Crise".



Mas o facto é o fim dos saldos. Fim dos saldos no comércio, na roupa, no calçado, porém creio que na política os saldos não acabaram, acho até que nunca acabam: há sempre políticos em saldo, à venda por preço baixo, trocando amizade e influências por jobs ou por alguma jeitosa house.


Será que faz sentido, num país com a nossa dimensão, mantermos um parlamento com tantos deputados, mantermos ainda um número de cerca de 400 câmaras municipais, e um número ainda maior de freguesias, e pior, ainda discutirmos o aparecimento de mais uma estrutura intermédia de poder, com mais cargos, lugares e despesas, como as propostas de regionalização vêm defendendo.


Estamos metidos num lodo partidário, onde a política fede e mete nojo, porque ninguém consegue encarar como séria uma actividade onde o compadrio, o amiguismo, os conhecimentos e as cunhas dominam e com isso se pretende dirigir um país.


Poucas pessoas entendem, neste país, que alguém se interesse por política e se envolva num partido a não ser para conseguir agarrar algum tacho, sugar, por algum lado, um pouco do Orçamento de Estado. É assim que o português médio vê a política e os políticos, e, na verdade, pouco os podemos criticar por isso, pois quem mais faz para transparecer essa imagem são eles mesmos.


Pois é, tal como roupa em montra, os políticos portugueses estão sempre em saldo, é fácil comprar um, até para coisas pouco escusas...


Será que ninguém se indigna que um político que saí do governo vá dirigir uma empresa da área que tutelou (atenção que eu não sou contra o facto de os políticos poderem dirigir empresas após saírem de funções governativas, pois precisam de continuar a trabalhar - pelo menos alguns - o que critico é o irem trabalhar para empresas da mesma área que até há pouco tutelavam) e depois de estarem nesse lugar, de repente, essa empresa começar a ganhar concursos públicos a torto e a direito, ou pior ainda, ganhar a exploração de actividades e de obras sem sequer concurso público nenhum.


Apesar do pouco tempo de idade, quem se indignar deve clicar no link que deixo no fim desta página e conhecer o Movimento Mérito e Sociedade.

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