sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sócrates O Calimero




Resisti até ao máximo das minhas forças contra o impulso de escrever acerca do Congresso do PS. Mas depois do discurso inaugural do seu Secretário Geral, o Eng. José Sócrates, não consegui aguentar mais.

Vimos ali, no púlpito solitário mas majestoso do congresso, uma nova criatura política "Sócrates O Calimero".

Quem não se recorda do desenho animado do pequeno pinto preto, sempre cheio de pena de si mesmo, com a casquinha de ovo na cabeça, "coitadinho do Calimero".

Sócrates ainda não colocou a casquinha de ovo, mas o número da vitimização está a apresentá-lo ao país como forma de conquistar votos. Começou com o debate quinzenal, mas agora continua... Coitadinho do Sócrates, tentam fazer-lhe uma capanha negra, não é o povo, é sim a comunicação e os bloggers, malandros que perseguem o primeiro ministro com falsidades de freeports e coisas do género.

Já se adivinhava que este momento litúrgico de celebração do poder da rosa seria o lançamento da campanha eleitoral para o ciclo que aí vem. No entanto nunca pensei que o grande mote ficasse na vitimização: pensei sempre que fosse apresentar propostas novas, talvez um cabeça de lista às europeias, nunca que apresentasse O Calimero, como o grande argumento eleitoral do PS.

Afinal a pobreza da nossa democracia está mesmo aqui. Um Primeiro Ministro que diz que é o povo e não os jornalistas quem escolhe o governo, está a querer enganar-nos a todos. Isto é uma grande mentira.

O Povo prtuguês não escolheu o Sr. Sócrates para o governar, a grande maioria nem sequer votou: não encontrou em Sócrates nem nos seus pares dos outro partidos, motivos, razões para votarem. Para quê votar? Para quê incomodar? Para quê interromper o fim de semana?

A Partidocracia dominante, o nosso regime de governo, afasta as pessoas, porque a base de toda esta sociedade política, é a defesa do partido e dos seus cúmplices.

Este congresso do PS mais parece um programa de culinária, não daqueles onde se apresenta um grande prato da cozinha tradicional portuguesa, nem daqueles pratos sofisticados de cozinha gourmet, mas sim um pobre programa de distribuição de tachos e panelas.

Esta é uma situação que só nos pode perturbar, é tempo de dizer não a Calimeros e aos partidos do costume - a Partidocracia tem de acabar, tem de ser extinta.

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