segunda-feira, 15 de junho de 2009

Segurança - notícia do Público: "Falta de guardas nas prisões pode ter facilitado fugas do Hospital Prisional de Caxias"


Sem margem para dúvidas a nossa justiça, em todos os seus aspectos, até no cumprimento de penas, na segurança das prisões está cada vez mais degradada: parabéns Engenheiro Sócrates. Leia-se esta notícia do Público.

O número de guardas prisionais recomendado pelo estatuto da classe não está a ser respeitado. A acusação parte do Sindicato dos Guardas Prisionais que, em declarações à TSF diz que a falta de guardas pode ter facilitado a fuga de cinco reclusos, este fim-de-semana, do Hospital Prisional de Caxias.

Segundo Jorge Alves, presidente do Sindicato do Corpo da Guarda Prisional faltam mais de mil guardas prisionais em Portugal actualmente. E o número de profissionais existentes está muito abaixo do mínimo indicado pelo estatuto profissional da classe.

Jorge Alves, que avança com este facto como possível justificação da fuga de cinco reclusos, na noite de sábado, do Hospital Prisional de São João de Deus, em Caxias, conta que naquela noite apenas uma das quatro torres de vigia estava activa e que apenas estavam três guardas ao serviço.

Todos os reclusos evadidos, incluindo um homem acusado de triplo homicídio, foram recapturados.


Em comunicado, a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais disse hoje que instaurou um processo de inquérito na sequência da evasão dos reclusos e que prevê, ainda hoje, apresentar conclusões preliminares a esse inquérito.

Adianta ainda que "no Hospital Prisional de Caxias encontram-se internados 108 reclusos e estão ali afectos 75 guardas prisionais, sendo 66 guardas, 8 subchefes e um chefe".

Os estudos de Mário Lino


Hoje fiquei ainda mais preocupado do que já estava com o projecto do TGV. Ouvi na TSF o Ministro Mário Lino a afirmar que os estudos que tinha comprovavam as vantagens que a alta velocidade traziam para Portugal. O Ministro afirmou que estas, segundo os mesmos estudos, superavam as custols, pelo que valia a pena avançar com a obra.
A minha aflição vem do facto de Mário Lino se estar a basear em estudos. Sim, quem não se recorda dos inúmeros estudos que o mesmo ministro possuía e que confirmavam que a Ota era o melhor local para a construção do novo aeroporto. Será que, como ali, temos de aguardar que um estudo da CIP venha de novo salvar o país de mais uma asneira do governo socialista de José Sócrates e Mário Lino?
Temos de temer e tremer sempre que este governo puxa dos estudos para justificar as suas decisões, porque já daí verificámos a qualidade de tais estudos.

Vontades

As próximas eleições aí estão, ainda sem data, mas com a previsão de se realizem em dois fins-de-semana seguidos, o que é no mínimo vergonhoso, porque se a proximidade é tanta não existe justificação nenhuma para que não se realizem no mesmo dia. O prejudicado é o do costume, é o povo que tem de pagar tudo isto: em vez de pagar uma campanha, paga duas, em vez de pagar a organização de uma eleição paga duas. Também é verdade que, em vez dos elementos das assembleias de voto ganharem só um dia, ganham dois: dos males o menor.

domingo, 14 de junho de 2009

Uma outra reflexão (5)


A partir do dia de hoje "Uma outra reflexão" passa a ser um novo blogue. O objectivo é proporcionar um outro tipo de reflexão, bem diferente d' A textura do Texto, que é uma blogue eminentemente de opinião e reflexão política. O "Uma outra reflexão" será um blogue de reflexão eminentemente espiritual.


Visitar aqui.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Financiamento dos partidos (2)

Após leitura desta proposta a um colega, este fez duas observações que, por me parecerem pertinentes e contribuírem para o aperfeiçoamento desta ideia, que aqui desde já publico.
A primeira é de que um militante, que queira fazer uma doação para além do limite de 10€ mensais, só entrará na lista pública a partir de um determinado montante.
A segunda é de que o partido, em época de campanha, quando recebe um financiamento, em vez de informar o Tribunal antes da oferta, por ser muito complicado, tenha sim um tempo limitado de tempo quer para informar o Tribunal, quer para publicar a declaração de interesses.

Financiamento dos partidos


Agora que a polémica nova lei do financiamento partidário foi vetada pelo PR e relegada a aprovação de uma outra versão desta lei para a próxima legislatura, importa reflectir um pouco sobre o assunto.
Por princípio sou contra a utilização de dinheiros públicos para fins particulares. No entanto no domínio do financiamento partidário, há que perceber da virtude do puro e simples fim desse financiamento pelo estado.
Costuma-se encarar os custos com o financiamento partidário como inerentes ao sistema democrático, que não pode existir sem partidos. Esta opção é justificada pela tentativa de, pelo financiamento público, limitar ou tornar completamente desnecessário o financiamento privado, que, pela sua natureza intrínseca, poderia acarretar um comprometimento pouco salutar com as agendas e objectivos particulares dos financiadores. Acontece porém que, da prática actual, o sistema de financiamento público dos partidos tem-se demonstrado, ainda assim, permeável às incursões da corrupção nos meandros político partidários. Desde situações, como as de Felgueiras, onde um alegado saco azul serviria para financiar as campanhas do Partido Socialista local, até situações de compadrio e ingerência directa de financiadores de campanhas em decisões políticas. Pior é que este modelo, como é bem conhecido, nada tem feito ou resultado em termos de transparência, tendo proliferado as situações de corrupção e favorecimento que são bem conhecidas.
Em conclusão, o sistema de financiamento dos partidos pelo Estado, justificado como um meio para prevenir a corrupção proveniente dos favorecimentos em financiamentos vindos de privados, pessoas ou empresas, não tem efectivamente prevenido esse nefasto fenómeno, com a agravante de ser um peso financeiro, algo considerável, para as finanças públicas.
Além do já considerado, este sistema de financiamento dos partidos pelo estado tem servido para a manutenção do poder oligárquico de um grupo muito restrito de partidos. Importa lembrar o dito aqui, bem como as declarações a este propósito ali deixadas por José Miguel Júdice:
(...)"como é possível que o Estado todos os anos venha aumentando a subvenção (...) sem que nenhum partido reaja com a apresentação de um diploma legal que limite (...) a correcção anual ao valor da inflação esperada?"
"A resposta é óbvia. Os partidos políticos têm uma lógica oligopolista e estão todos interessados em manter a posição dominante conjunta que detêm no mercado político."
"E diz a teoria da concorrência que subsídios elevados a incumbentes funcionam como uma forte barreira à entrada de competidores"
Assim resta pensar no enquadramento devido, mais apropriado e sobretudo de forma a aumentar a transparência do financiamento dos partidos, partindo para um modelo alternativo, onde os financiamentos públicos não existissem, sendo exclusivamente feito por privados.
Aqui devemos colocar várias questões:
  1. Deve haver ou não limite à verba que um privado pode conceder no financiamento a um partido?
  2. Quem deve poder financiar os partidos, apenas os militantes ou qualquer outra pessoa ou entidade?
  3. Como deve ser feito esse financiamento, pode ser em dinheiro vivo ou apenas por meios bancários?
  4. Deve ser obrigatório os partidos revelarem quem são os seus financiadores ou não?

Muitas outras se poderão colocar, mas creio estas serem as principais.

O que defendo é um modelo de financiamento partidário onde o estado não tem qualquer outra intervenção senão a de fiscalizador do cumprimento rigoroso das normas e leis decretadas. No modelo defendido, que aqui apresento pela primeira vez, o financiamento é feito eminentemente pelos militantes do partido. Estes estão devidamente identificados e devem estar registados junto do Tribunal que fiscaliza as contas partidárias. Os militantes devem poder entregar verbas em dinheiro vivo aos partidos, até um limite máximo de 10€ mensais, seja a título de quota ou doação, sobre o qual deve ser emitido o respectivo recibo ou talão de quota. Além desta verba, os militantes podem financiar os seus partidos em montantes sem limites, desde que seja por meios bancários, facilmente identificáveis. Os partidos devem publicar, de forma actualizada diariamente, os nomes e interesses dos militantes que exerçam esse direito, em sítio da internet, ou seja deve estar acessível na internet o nome, profissão, entidade patronal, ou em alternativa os negócios ou ligações empresariais do militante que financia em valores mais altos os partidos. Todos os eventos de angariação de fundos, sejam festas, sorteios, rifas, ou outros, devem ser previamente autorizados pelo governo civil, e os seus proveitos devidamente registados. Para além destes meios de financiamento, outros particulares não militantes devem poder financiar os partidos. Neste caso, a meu ver, deve haver um limite de até 1000€ por pessoa e por ano, que só pode ser por meio bancário, devendo ser publicada uma declaração de interesses, tal como indicado para os militantes. Em época de campanhas eleitorais não existem limites de doações, nem para militantes, nem para outras pessoas, mas as doações devem ser sempre por meios bancários. Porém, antes de se concretizar a transacção, deve ser informado o Tribunal que aquela pessoa vai realizar na data tal uma determinada oferta, por um determinado meio, sendo depois publicada uma declaração de interesses, conforme anteriormente indicado para os militantes. Nenhuma instituição, nomeadamente empresas, poderá financiar directamente um partido, embora o possa fazer por interposta pessoa, que a dita declaração de interesses despistará e esclarecerá quem é.

Creio que com este modelo, a ser com certeza aperfeiçoado com outros contributos, será certamente mais transparente, reduzindo também assim os encargos do estado.

Aguardo comentários e propostas de melhoria desta ideia.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Discurso do 10 de Junho do Presidente da República

Transcrevo a seguir o discurso do Presidente da República, do qual deixo aqui o link, neste 10 de Junho, ficando para adiante mais comentários.

Senhor Presidente da Assembleia da República,
Senhor Primeiro-Ministro,
Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça,
Senhor Presidente do Tribunal Constitucional,
Senhores Membros do Governo,
Senhores Membros do Corpo Diplomático,
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Santarém,
Senhor Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações,
Senhoras e Senhores,
Portugueses,

Hoje é o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o dia em que evocamos os nossos maiores e prestamos homenagem àqueles que continuam a sua obra e se distinguem por feitos notáveis em prol da nação.

Neste dia tão cheio de significado para os Portugueses, estamos aqui, em Santarém, para celebrar a nossa identidade como povo e os laços que desde há séculos nos unem, seja onde for que tenhamos rumado, em busca de um futuro melhor.

Estamos aqui, além disso, para honrar a obrigação que temos para com aqueles que nos antecederam e legaram um País soberano, manifestando a nossa vontade de deixar esse mesmo legado, se possível engrandecido, àqueles que nos irão suceder.

Gostaria, neste momento, de evocar a memória de João Bénard da Costa, que, nos últimos dez anos, desempenhou de forma notável as funções de Presidente da Comissão Organizadora destas Comemorações.

As comemorações do 10 de Junho representam, antes de mais, uma manifestação de fé e confiança nas capacidades do povo português, tantas vezes demonstradas ao longo dos tempos.

Capacidade para resistir em momentos adversos e defender a integridade do território e a independência nacional, como a que demonstrou, por exemplo, Nuno Álvares Pereira, que a Igreja Católica ainda recentemente canonizou.

Capacidade para planificar com rigor e executar com determinação as ideias mais arrojadas, como a que demonstrou o Almirante Gago Coutinho, nascido há precisamente 140 anos, que realizou com Sacadura Cabral essa proeza extraordinária que foi a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

Capacidade, ainda, para ir à aventura, arriscar e descobrir novas terras e novos mundos onde vencer, como a que podemos ver ainda hoje em tantos dos nossos emigrantes.

O exemplo destes e de tantos outros homens e mulheres, nossos compatriotas, sejam eles famosos ou simples anónimos, é um justificado motivo de orgulho.

Mas deve igualmente constituir um estímulo, uma prova de que somos capazes de vencer, mesmo perante os maiores desafios ou as piores adversidades.

Numa passagem das Viagens da minha terra, esse livro magnífico onde se retrata com tanta sensibilidade a região de Santarém, Almeida Garrett contempla o rio Tejo, lê alguns versos d’Os Lusíadas, e exclama com entusiasmo:

«sonhei que era português, que Portugal era outra vez Portugal!».
Neste dia de Camões, mais do que sonhar, temos de acreditar que Portugal será outra vez Portugal, um Portugal melhor, o mesmo Portugal que tantas vezes se afirmou no decorrer da sua história.

Os exemplos que nos vêm do passado constituem, em primeiro lugar, uma responsabilidade para todos e para cada um de nós. Responsabilidade na solução dos problemas que temos pela frente. Responsabilidade na criação de um País melhor para os nossos filhos e para os nossos netos.

Não se trata de uma responsabilidade em abstracto. Trata-se de uma responsabilidade concreta, que se traduz, desde logo, na obrigação que temos de participar na vida pública.

Em tempos reconhecidamente difíceis como aqueles em que vivemos, não é aceitável que existam Portugueses que se considerem dispensados de dar o seu contributo, por mais pequeno que seja.

O alheamento não é uma forma adequada – nem, certamente, eficaz - de enfrentar os desafios e resolver as dificuldades. Pelo contrário, níveis de abstenção como aquele que se verificou nas eleições de domingo passado são um sintoma de desistência, de resignação, que só empobrecem a democracia.

Quando estão em causa questões que a todos dizem respeito, nenhum de nós se pode eximir das suas obrigações, sob pena de a gestão da coisa pública ficar sem esse escrutínio indispensável que é o voto popular.

A abstenção deve, além disso, fazer reflectir os agentes políticos. A confiança dos cidadãos nas instituições democráticas depende, em boa parte, da forma como aqueles que são eleitos actuam no desempenho das suas funções.

Se não tivermos órgãos de representação prestigiados, será difícil aumentar a participação dos eleitores e demonstrar-lhes que o seu voto é importante e útil para a formação das decisões de interesse geral.

A credibilidade dos agentes políticos é tanto mais necessária quanto a situação económica e financeira actual representa um desafio, sem precedentes nas últimas décadas, à qualidade das instituições democráticas, à competência e visão de futuro dos decisores, e ao empenhamento responsável e solidário de cada um dos cidadãos. Da minha parte, asseguro aos portugueses que, nas boas como nas más horas, estarei aqui.

Senhoras e Senhores,

Neste dia em que se celebra Portugal e a memória de uma nação com mais de oito séculos, devemos interrogar-nos sobre aquilo que podemos e queremos fazer para que essa caminhada prossiga, e para que os nossos descendentes possam vir também a sentir-se orgulhosos das nossas realizações e das opções que tomámos.

Não podemos invocar as glórias do passado sem olhar às dificuldades do presente e à responsabilidade que a todos cabe na procura de soluções para o futuro.

É correcto, e certamente justo, que tenhamos confiança nas nossas energias e recursos enquanto nação. Mas é necessário ter também a coragem de encarar a verdade dos factos e proceder às mudanças que sejam necessárias, na política como na sociedade em geral, na esfera pública como na actuação de cada um em particular.

Conforme já tenho dito, «a verdade gera confiança, a ilusão é fonte de descrença». Só uma informação correcta permite às pessoas fazerem as escolhas mais adequadas para acautelarem o seu futuro e o das suas famílias.

Temos, antes de mais, de saber extrair da actual situação as lições que se impõem.

De pouco adiantarão os diagnósticos e, ainda menos, as lamentações ou recriminações, se nada, entretanto, mudar nas atitudes e nos comportamentos.

Face às dificuldades e aos desafios que temos pela frente, é imperativo promover uma cultura de valores, uma cultura que contemple a dignidade das pessoas, incentive o esforço e o mérito e favoreça a coesão social.

É preciso valorizar os laços familiares, que são o mais sólido alicerce de qualquer sociedade e a melhor forma de assegurar a responsabilidade inter-geracional.

É preciso reavivar nas pessoas um espírito de sobriedade e uma consciência solidária; combater o esbanjamento e o desperdício e rever hábitos de consumismo; compreender que também somos responsáveis pela sorte dos outros, principalmente daqueles que são mais carenciados e que vivem e sofrem perto de nós, na nossa cidade ou aldeia, no nosso bairro ou na nossa empresa.

Mais do que simples regras formais, terá de haver, sobretudo, uma clara presença de princípios éticos nas instituições, no mundo dos negócios e no mundo do trabalho. A justiça, a equidade e a responsabilidade social não podem ser letra morta, simples palavras de que só nos lembramos em momentos de apuros.

Tanto no Estado como na sociedade civil é preciso adoptar uma cultura de transparência e de prestação de contas.

Não esqueçamos que, na origem de alguns dos principais problemas que o mundo actualmente enfrenta, esteve a ausência de escrúpulos e de princípios por parte daqueles que abusaram da confiança neles depositada, prejudicando milhões de pessoas e acabando por comprometer o bem-estar de muitos mais.

Se há um ensinamento claro a retirar da conjuntura actual é o de que o desenvolvimento económico não pode processar-se à margem da responsabilidade social e do respeito por normativos éticos, que vinculam tanto os governos e os políticos, como os mercados, os empresários e os gestores.

Senhoras e Senhores,

Tal como sempre aconteceu no passado, para triunfar das dificuldades é indispensável ter confiança. Portugal, pese o realismo que os indicadores impõem, tem razões para confiar. Portugal não é «o País possível», nem «o País de desistentes», de que noutro tempo falou o poeta Ruy Belo, em versos inspirados mas de profundo desalento. Portugal pode e tem de confiar em si próprio.

No mundo globalizado em que vivemos, Portugal possui recursos estratégicos importantes, recursos que estão de há muito identificados e que são conhecidos de todos.

Somos, desde há séculos, um Estado com fronteiras definidas e uma nação coesa, que fala a mesma língua e que tem uma origem e uma história comuns.

A rede de instituições de solidariedade social, disseminada por todo o território, com uma já longa tradição de prestação de inestimáveis serviços à comunidade, representa um activo da maior relevância nos tempos que correm, constituindo uma prova irrefutável das reservas morais que soubemos preservar.

Estamos, além disso, integrados no espaço europeu e na zona euro, um espaço dotado de grande dinamismo económico, que tem vindo, no último meio século, a dar um contributo inestimável para a melhoria das condições de vida dos cidadãos e para a solidariedade entre os povos.

No plano internacional, temos um relacionamento privilegiado com um conjunto importante de países, em todos os continentes, fruto da nossa aventura marítima, da nossa já secular diáspora, da dimensão universal da língua portuguesa e do prestígio que conhecem as comunidades de emigrantes.

Em virtude da nossa situação geográfica, somos detentores de uma das maiores zonas económicas exclusivas da Europa, de um património oceânico que é único e de recursos geológicos, biotecnológicos e energéticos muito relevantes.

Temos uma riqueza florestal de grande valor, se a soubermos proteger dos incêndios.
As condições climatéricas e de segurança, somadas a um rico e diversificado património natural e cultural, fazem de Portugal um País reconhecidamente vocacionado para o desenvolvimento do turismo.

Há que saber mobilizar o esforço e o talento dos portugueses para aproveitar todos estes recursos, quer para melhorar o desempenho da nossa economia, quer para suster a tendência para o endividamento crescente do País - famílias, empresas, sector público.

É certo que a situação económica e financeira internacional, ao mesmo tempo que tornou claro até que ponto os países estão hoje interdependentes, veio também evidenciar algumas vulnerabilidades específicas de Portugal.

Não basta, por isso, que nos limitemos a tentar sobreviver.

É necessário ver mais além; antecipar, desde já, a situação em que queremos estar quando for finalmente ultrapassada a conjuntura actual; e criar as condições para tirarmos partido da fase de recuperação.

É necessário, em suma, ter uma visão estratégica de médio e longo prazo, uma visão alheia a calendários imediatos, que poderiam comprometer o futuro e tornar inúteis os sacrifícios que a hora exige.

A história demonstra que, dos tempos de profundas dificuldades, sempre emergiram vencedores: os que souberam agir com determinação, sentido estratégico e capacidade de mobilizar esforços e vontades. Portugal pode ser um dos vencedores.

Sabemos bem quais são os grandes desígnios nacionais. Resta sabermos colocar o País no rumo certo, introduzir as mudanças necessárias, reajustar os comportamentos e expectativas individuais, apostar no que é, de facto, essencial para o aumento da nossa capacidade competitiva.

Ninguém ignora a urgência de uma melhoria do sistema educativo, por forma a incutir nos jovens o valor do conhecimento, da inovação, da criatividade e do empreendedorismo.

A educação não é só um problema da escola. A sociedade, no seu conjunto, tem de incorporar no seu dia-a-dia a importância da aprendizagem, como factor de realização pessoal e de progresso social.

Não podemos esquecer o mundo rural, cujo desenvolvimento é decisivo, tanto na perspectiva da produção agrícola e de actividades complementares, como na perspectiva do ordenamento territorial, do combate ao despovoamento do interior e da coesão do todo nacional.

Temos de ambicionar uma sociedade civil verdadeiramente emancipada do Estado, afirmando-se, autonomamente, pela sua criatividade, organização, trabalho e capacidade inovadora; uma Administração Pública que preste serviços de qualidade e tenha assegurada a sua independência face a interesses partidários ou outros; um sistema judicial com credibilidade e prestígio, eficiente no seu funcionamento e que inspire confiança à comunidade.

Portugueses,

Não podemos deixar-nos abater pelo desalento.

Portugal soube sempre encontrar a forma de vencer as dificuldades que conheceu ao longo da sua história.

Estou certo de que saberemos, uma vez mais, estar à altura dos nossos antepassados.
Tenho mantido contactos frequentes com os mais diversos sectores da nossa sociedade. Por tudo quanto vi e ouvi, tenho a certeza de que podemos fazer deste tempo de provação um tempo de esperança.

Existem, felizmente, muitos exemplos, em particular entre os mais jovens, de cientistas, empresários, artistas e outros profissionais portugueses que têm triunfado, tanto cá dentro como no estrangeiro, e que não se conformam com os atrasos que persistem em muitos sectores da vida nacional.

O seu inconformismo deve ser o nosso lema. O seu trabalho deve ser o exemplo e o seu triunfo a meta que ambicionamos para o País inteiro.

Esperança é a palavra.

Dia de Portugal - O hino completo


I
Heróis do mar, nobre Povo,
Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

II

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

III

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Financiamento dos partidos - um veto inevitável


Após uma lei vergonhosa feita na Assembleia da República, o Presidente deu-lhe o inevitável veto, o que me deixa particularmente satisfeito.
Porém a moralidade, ou melhor, a boa gestão do dinheiro dos contribuintes, como o ministro Teixeira dos Santos gosta de dizer para ir cozinhando os depositantes do BPP em lume brando, impõe que o financiamento dos partidos seja feito apenas, sublinho o apenas, pelos seus militantes, por meios completamente claros e verificáveis. Não entendo a paranóia em querer que as entradas de dinheiros da festa do avante ou de quotas de militantes pagas directamente em dinheiro, justifiquem a desregulamentação que os partidos queriam implementar. Basta que tudo esteja facturado, as quotas com o recibo adequado passado, tudo documentado, como em qualquer instituição deste país, para que tudo esteja certo. Esta entrada livre de dinheiro vivo sem justificação deixa no ar, e muito justificadamente, todo o aroma podre da corrupção e do compadrio, de que a nossa nacional política tanto padece.
Volto a falar do MMS e das suas propostas, pois é o único partido, gostaria de reforçar isto, o ÚNICO PARTIDO, a defender o fim de toda e qualquer subvenção estatal, pelo que os partidos teriam sempre que se auto-financiar. Caro ministro Teixeira dos Santos, isto é que é boa gestão dos dinheiros públicos.

Apreciação dos Resultados Eleitorais do MMS nas Eleições Europeias 2009


Transcrevo aqui a apreciação do resultado eleitoral do MMS, publicada ontem pela comissão política no site do partido.

O MMS apresentou-se ontem a eleições pela primeira vez. Treze propostas políticas foram apresentadas aos portugueses para a escolha dos seus eurodeputados mas, mesmo com esse alargado leque de escolha os portugueses preferiram massivamente a abstenção. A abstenção pode até servir de protesto mas, não tem qualquer outra utilidade. Para resolver os problemas de Portugal temos de começar por resolver os problemas da política em Portugal, e isso só se consegue votando.


No total nacional, o MMS recebeu 21633 votos, que correspondem a 0,61% e lhe conferem a 9ª posição das treze candidaturas sufragadas. Assumimos com humildade a condição de estreantes e demonstraremos a todos e todas, com responsabilidade, que somos merecedores da confiança depositada. Em 2007 éramos uma centena, em 2008 reunimos mais de 8000 assinaturas para constituir o partido, hoje somos dezenas de milhares e as perspectivas de grande crescimento são reais. Apesar das limitações de meios e visibilidade na comunicação social, a estreia foi auspiciosa. No grupo dos 8 pequenos partidos portugueses, o MMS entrou para o quarto lugar, a curtíssima distância do terceiro posto.

Verificamos nestas eleições uma derrota importante dos partidos da alternância do poder, PS+PSD nunca tinham tido tão pouca expressão. O país está aberto à mudança e às novas ideias. Com o MMS o país ganhou um novo partido e novas soluções e, quando Portugal ganha ganhamos todos. Estamos certos que os mais de 20 mil apoiantes do MMS votaram, essencialmente, nas ideias que sustentam o projecto político do MMS. Votaram para MUDAR PORTUGAL com base no mérito, rigor, transparência e responsabilidade. A mensagem do MMS é credível e obtém a aprovação dos portugueses que a conhecem, como o demonstram os resultados no distrito de Aveiro (com o dobro da expressão nacional do MMS), fruto da forte divulgação do MMS nesse distrito.

Agradecemos o apoio de todas e todos quantos votaram MMS. Um agradecimento especial a todas e todos os que voluntariamente, e com elevado sentido de luta pelo bem comum, participaram activamente na campanha eleitoral. Contamos com todos para fazer mais e melhor nas próximas Eleições Legislativas. Desde já, e com sentido de responsabilidade, a Comissão Política do MMS compromete-se com mais empenho para desenvolver com maior sucesso as próximas campanhas. O MMS somos todos, e todos juntos formaremos um MMS maior e melhor.

A Comissão Política Nacional do MMS,
08 de Junho de 2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Análise aos resultados do MMS



Estas foram as primeiras eleições do Movimento Mérito e Sociedade, umas eleições europeias, onde a forte abstenção marcou a sua senda vitoriosa cada vez mais evidente na sociedade portuguesa. Este alheamento dos portugueses em relação à política, sobretudo no que diz respeito à política europeia, deveria preocupar os políticos, que porém se limitam a fazer crítica de circunstância, não retirando daí ilações, pois a auto-crítica não faz parte dos seus exercícios políticos.
Daí passemos para os resultados do MMS.
Estamos perante umas eleições onde o MMS teve uma intensa exposição pública, através dos cartazes e das acções de campanha, mais presente até do que o próprio CDS/PP, porém este arrastava a comunicação social consigo, coisa que ao MMS não aconteceu, preferindo a comunicação social manifestamente a candidatura do MEP.
A verdade é que o MMS escolheu o caminho mais difícil, entrar de novo na política, com transparência, sem grandes rasgos publicitários, tipo autocarros, e sem se ancorar em figuras públicas, que por si só atraem atenções. Este caminho difícil coloca o partido numa situação de, sendo sério, está também muito isolado. Os cerca de 21 mil votos que o partido obteve são claramente um resultado insuficiente perante o esforço despendido. O preocupante é que o MEP, partido pequeno e que também concorreu a umas eleições pela primeira vez, ultrapassou os 50 mil votos, logo a barreira da subvenção, pelo que terá a sua campanha paga pelo estado e as suas actividades subvencionadas. Isto dá um avanço considerável a este partido perante os outros pequenos, dando razão à sua cabeça de lista que afirmou que com este resultado o MEP estava no mapa. Preocupante também é o facto de o PCTP/MRPP também obter mais votos que o MMS. Este partido certamente goza do estatuto de figura pública do seu mandatário nacional, o advogado Garcia Pereira, mas a sua mensagem, ultrapassada e desactualizada mantém fiel um eleitorado considerável, apesar de não ter chegado aos 50 mil votos. A seguir ficou o MPT, que pela primeira vez fez uma campanha com uma forte presença na rua. Se a sombra do fundador deste partido, o arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, que ainda é o presidente honorário do partido, ainda traz notoriedade, o facto de ter ideias claras sobre o Tratado de Lisboa, entre outras questões europeias, talvez tenha dado os seus frutos. O MMS surge depois.
Claro que estes resultados não sendo em si mesmos maus para um partido estreante, ficaram muito longe das expectativas que a campanha criou. Deixa também um problema nas mãos da Comissão Política Nacional, que deverá, não enterrar a cabeça na areia, mas analisar o que correu menos bem. Para mim a maior evidência é a falta de uma estrutura nacional mais disseminada do partido, que continua ainda muito concentrado na figura do presidente, o Prof. Dr. Eduardo Correia. Parece-me evidente que a estrutura das distritais deve ser implementada enquanto estrutura organizacional, com uma Comissão Política Distrital, naqueles onde existem militantes para tal. O exemplo de Lisboa é gritante, onde a Distrital não existe, confunde-se com a estrutura nacional. Um erro, mas natural num partido estreante de gente estreante, do qual faço, orgulhosamente, parte.

Uma outra reflexão (4)

domingo, 7 de junho de 2009

Eleições (15)

Resultados praticamente finais. Com 4250 de 4260 freguesias apuradas, o MMS obteve um total de 21493 votos.
Resultados distritais:
Viana do Castelo - 252 votos, 0,3%, 11º lugar
Vila Real - 206 votos, 0,27%, 11º lugar
Braga - 1369 votos, 0,43%, 8º lugar
Bragança - 175 votos, 0,35%, 10º lugar
Porto - 2968 votos, 0,47%, 8º lugar
Aveiro - 3160 votos, 1,32%, 7º lugar
Viseu - 487 votos, 0,38%, 9º lugar
Guarda - 276 votos, 0,44%, 9º lugar
Castelo Branco - 733 votos, 0,99%, 8º lugar
Coimbra - 724 votos, 0,5%, 9º lugar
Leiria - 841 votos, 0,55%, 10º lugar
Santarém - 902 votos, 0,58%, 9º lugar
Portalegre - 188 votos, 0,47%, 9º lugar
Lisboa - 6208 votos, 0,82%, 8º lugar
Setúbal - 1587 votos, 0,59%, 9º lugar
Évora - 236 votos, 0,41%, 9º lugar
Beja - 182 votos, 0,35%, 11º lugar
Faro - 733 votos, 0,63%, 10º lugar
Açores - 111 votos, 0,23%, 11º lugar
Madeira - 299 votos, 0,29%, 12º lugar
Estrangeiro - 7 votos, 0,33%, 11º lugar

Termina por aqui esta cobertura d' A textura do Texto, desta noite eleitoral, de onde não saio obviamente feliz, porque o resultado foi, quanto a mim, muito à quem daquilo que era a minha expectativa, dada a campanha realizada. Amanhã voltarei com uma análise mais fria dos resultados.

Eleições (14)

MMS: Lisboa já é o melhor resultado distrital, com mais de 5 mil votos.

Eleições (13)

MMS: 4097 freguesias apuradas, 19417 votos.

Eleições (12)

Por distrito o melhor resultado do MMS até agora foi em Aveiro.

Eleições (11)

O MMS está a ter uma média de 3,82 votos por cada freguesia, quanto a mim manifestamente pouco.

Eleições (10)

Movimento Mérito e Sociedade: 3653 freguesias apuradas, 13958 votos.

Eleições (9)

O Movimento Mérito e Sociedade com 3467 freguesias apuradas tem 12036 votos.

Eleições (8)

Vitórias e derrotas.
Vitórias: PSD, BE, CDS, Manuela Ferreira Leite, Paulo Rangel, Paulo Portas e Nuno Melo
Derrotas: PS, CDU, José Sócrates e PCP

Estou curioso para ver os resultados dos pequenos, como o meu querido MMS e a sondagem da SIC para as legislativas.

Eleições (7)

Ricardo Araújo Pereira revelou à pouco a sua costela de bloquista quando gozou com Paulo Portas, devido à frase que teve acerca da civilização e a diferença entre democratas-cristãos e trotskystas. A realidade é que, sem brincadeiras, a barbárie é uma característica ideológica desta gente: se votou sem conhecer caro RAP, o meu conselho, se lhe interessar é que se cale, a sua opinião vale enquanto tal, mas de-lhe base.

Eleições (6)

Por muito que tente Ricardo Araújo Pereira não consegue ser sério.
Também é estranho ver os manos Costa a comentar no mesmo estúdio.
Mas o Ricardo Costa disse algo de importante: "Uma importante derrota do bloco central". A pensar...

Eleições (5)

Parece que o impossível acontecerá: o PSD provavelmente ganhará estas europeias. As legislativas de repente ganham um outro interesse, afinal MFL poderá destronar Sócrates.

Eleições (4)


Fica aqui o link do sítio onde, a partir das 21 horas, serão, publicados os resultados oficiais das eleições.

Eleições (3) - Já temos vencedor: A abstenção


A SIC Notícias avançou agora os números da abstenção, segundo a sondagem que efectuaram hoje à boca das urnas. O resultado é uma esmagadora vitória da abstenção, indicando essa sondagem um intervalo entre os 60,7% e os 64,3% de abstenção.
Mais uma vez a democracia efectivamente não funcionou.

Eleições (2)


Faltam cerca de duas horas para o início da noite eleitoral, e para o fim deste jejum de opinião política, que já me começa a atrofiar.
A ansiedade também me ataca um pouco, pois existem alguns motivos de interesse: o primeiro é naturalmente conhecer o vencedor - se há algumas semanas a vitória do PS parecia inevitável, depois da campanha essa certeza desvaneceu-se - o segundo é que pela primeira vez estou envolvido na militância partidária - no Movimento Mérito e Sociedade - estando extremamente curioso acerca dos resultados que o partido vai obter na sua primeira eleição. Estou curioso para saber até que ponto a mensagem passou, para conseguir compreender onde falhámos e o que fizemos bem. Se a eleição de um eurodeputado é com certeza uma utopia, um resultado perto dos 50 mil votos seria um excelente resultado para um partido estreante. Vamos ver.
Vou acompanhar a transmissão televisiva da SIC, por me parecer sempre a mais rigorosa e com comentadores de qualidade, para além da grande sondagem para as legislativas que estão a anunciar para perto das 20 horas. Tudo ingredientes que aguçam o apetite político.
A textura do Texto acompanhará a noite eleitoral com actualizações mais ou menos frequentes.

Uma outra reflexão (3)

Eleições


Não esquecer que hoje é dia de cumprir um dever cívico. É um dever para connosco mesmos, pois é um exercício de liberdade individual, para com os outros, porque é um dever de compromisso para com os nossos concidadãos, é uma dever para com a nossa história e aqueles que a fizeram, que lutaram para que tivéssemos este direito, é um dever para com aqueles que ainda não têm esse direito, pois uma das grandes formas de desmascarar as ditaduras é exercendo a democracia, demonstrando assim que esta, sendo imperfeita, é o melhor de todos os regimes: por tudo isto cumpra o seu dever cívico e vote.

sábado, 6 de junho de 2009

Uma outra reflexão (2)

Carta de S. Paulo aos Romanos, capítulo II

1 Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. 2 E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. 3 E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? 4 Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? 5 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; 6 O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: 7 A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; 8 Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; 9 Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego; 10 Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; 11 Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. 12 Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. 13 Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14 Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; 15 Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; 16 No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

Uma outra reflexão

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Protesto contra o voto de protesto que é voto de destruição e a favor do verdadeiro voto de protesto


Passo a explicar.
Acabei de ouvir mais uma sondagem, no Primeiro Jornal da SIC, mas o que me indignou, ou preocupou, não foi quem ganha, qual dos dois cinzentões fica à frente, há sondagens que dizem que é um, outras que dizem que é o outro. Mas o que me deixa, digamos, profundamente chateado é que todas elas dão o BE como a terceira força política.
Isto só é possível neste país, quem mais colocaria na cabeça que um voto de protesto é o voto no Bloco?! O Bloco é apenas um grupo de moralistas hipócritas, tal qual os religiosos fariseus, que mostravam uma coisa mas eram outra. Alguém acredita que esta trupe de gente com as suas ideias idiotas de proibir despedimentos, incentivar nacionalizações, e outros disparates tais pode ser alguma alternativa??!!! Só se a ideia do protesto dos portugueses for colocar uma bomba e destruir tudo. É isso que toda esta força àquele partido fará em Portugal. Olhemos para a Europa onde nenhum partido desta família tem o destaque que se dá a estes senhores em Portugal. Mais, na República Checa, onde um partido muito equivalente ao BE também existe, num comício, quando começaram com o seu chorrilho de demagogia, a reacção do povo foi lançar-lhes ovos. Vejam bem: OVOS não VOTOS.
O nosso voto, até o de protesto, é demasiado precioso para ser desperdiçado com gente que nada fará para melhorar o nosso país. Sem querer cair nas xenofobias do PNR, os senhores do BE defendem uma integração de imigrantes, haja ou não trabalho para todos, entre outros disparates. Os vândalos que atacam nos bairros sociais são pobres desgraçados vítimas de uma sociedade que não os integra. Que grande mentira, a integração é difícil, as medidas são poucas, mas nada desculpa o vandalismo e a destruição da propriedade alheia. Claro que estes senhores do BE não se preocupam com isso, pois não têm qualquer respeito pela propriedade privada.

O verdadeiro voto de protesto não é em quem só quer destruir mais Portugal, o verdadeiro voto de protesto é aquele que será feito no Movimento Mérito e Sociedade que quer destruir, não o país, mas regalias e privilégios dos políticos e dos seus partidos, colocando sempre em primeiro Portugal.

POR UM PORTUGAL MAIOR, NUMA EUROPA MELHOR O VOTO DE PROTESTO, PARA MUDAR, PARA CONSTRUIR, PARA FAZER DIFERENÇA, É O VOTO NO MMS.

Acerca de Vital Moreira


Notícia do Sol

O cabeça-de-lista do Partido Socialista ao Parlamento Europeu foi o docente menos votado nas eleições para o Conselho Científico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Vital Moreira não recebeu nenhum voto no escrutínio de terça-feira

Segundo a acta da Comissão Eleitoral para as Eleições do Conselho Científico da FDUC, Vital Martins Moreira não colheu qualquer voto e ficou em último lugar nas preferências dos docentes da faculdade.

A votação realizou-se terça-feira, 2 de Junho. Entre os candidatos contavam-se todos os docentes doutorados que não tivessem declarado indisponibilidade para concorrer a um lugar no conselho científico.

Vital Moreira não manifestou indisponibilidade para continuar naquele órgão para o qual foi eleito em 2006, apesar não ter comparecido a qualquer reunião do conselho durante dois anos.

Nesse período, o constitucionalista também acumulou faltas injustificadas às aulas e não apresentou sumários da lições, como a lei exige. No entanto, Vital não foi alvo de qualquer processo disciplinar.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Acerca do consumo privado


Temos ouvido incessantemente dos responsáveis políticos, especialmente os ligados ao partido do poder, que esta crise, caracterizada pela forte redução do investimento e do consumo privado, só pode ser minimizada pelo aumento do investimento público.
Eu tenho um pouco de dificuldade em encaixar esta tese keynesiana, especialmente no caso português. O nosso país tem um grave problema de endividamento, quer das famílias, quer das empresas, dos bancos, até do estado, atingindo níveis próximos dos 100% da riqueza produzida. O estado é alimentado pelo restante da sociedade, pelo sector privado, pela iniciativa privada, uma vez que o estado não produz riqueza. A pouca riqueza produzida pelo estado será através das empresas públicas, daquelas poucas que não dão prejuízo.
Sim porque aqui também existe um dogma da esquerda, que ultimamente, de uma forma manifestamente demagógica tem reclamado da privatização de grandes empresas, e da banca comercial, que têm obtido grandes lucros. O que essa esquerda não diz é que esses lucros são fruto de investimentos dos accionistas e de uma gestão rigorosa, implementada por uma administração privada dirigida para os lucros, o que esses mesmos senhores abominam. Também não é líquido que essas mesmas empresas, na mão do estado, teriam esses lucros, dado que, quer os investimentos necessários para os obter, quer a gestão rigorosa devida, dificilmente seria implementada numa empresa pública, pois estas são conhecidas pelos vícios e má gestão, induzida muitas vezes por esses mesmos dogmas proletários que impedem o rigor e a criação desses lucros que agora cobiçam. Sendo assim voltamos ao princípio, quando se apresentou que o aparelho do estado é alimentado pela fiscalidade aplicada ao sector privado. Estando nós numa época de crise, reclamando os keynesianos um aumento do investimento público, estando nós num país profundamente endividado, com défices sucessivos, que nos últimos anos foram reduzindo, porém mantendo-se, ao se efectuar esse aumento do investimento público esse mesmo défice tem de aumentar, aumentando também a pressão fiscal. E isto é que os responsáveis do PS não nos dizem: não dizem que para aumentarmos o investimento público e continuarmos com a distribuição dos milhões anunciados nos programas de incentivo do estado, só há uma hipótese, o aumento de impostos. Provavelmente é isso mesmo que José Sócrates se prepara para fazer se for eleito de novo para governar, devendo também acabar com muitos desses programas.
Ainda sobra uma outra dúvida: havendo retracção do investimento e da iniciativa privada, fonte das receitas fiscais do estado, como pode este pressionar fiscalmente ainda mais os contribuintes? Isso só pode ocorrer agravando ainda mais o estado débil do nosso tecido económico, tornando-nos ainda menos competitivos, em termos fiscais, em relação a outros países. Fenómenos de deslocalização ou de retracção profunda e ainda mais intensa do investimento estrangeiro irão certamente agravar-se. A essa pressão sobre o sector privado não se consegue responder apenas com o aumento da dimensão do sector público, porque no limite este deixaria de ter fonte de financiamento.
Qual a alternativa?
Daquilo que consigo depreender da situação actual, dado que os estímulos às empresas não estão a resultar num aumento do investimento privado só pode haver, quanto a mim, duas respostas: a primeira é a revisão de todos os critérios de acesso a esses estímulos, alargando e facilitando o acesso aos mesmos, devendo no entanto ser estudado que empresas, mesmo com ajudas, nunca serão viáveis, não se devendo enterrar dinheiro aí; em segundo lugar estimulando o consumo privado, de forma a aumentar, pelo aumento do volume de negócios das mesmas, a liquidez e resultados destas.
Mas que medidas para estimular o aumento do consumo privado serão essas? Uma das medidas que proponho é o regresso da bonificação no crédito à habitação para jovens - estimula-se assim o sector da construção, que é crucial no nosso país e coloca-se assim em funcionamento o sector financeiro (este sector financeiro deveria ser seriamente e rigidamente regulado pelo Banco de Portugal, que deveria reduzir o limite máximo de spread possível de cobrar pelas instituições financeiras. Outra medida - e esta defendida pelo Movimento Mérito e Sociedade - seria o aumento do salário mínimo nacional dos 450€ para 650€ mensais, até ao ano de 2010. Esta medida é de difícil aceitação, e, até polémica, uma vez que colocaria em causa a saúde financeira de muitas empresas. Porém esta medida deve ser enquadrada. A minha proposta - e atenção que esta é a minha proposta, o MMS propõe apenas o aumento do salário mínimo, todo este enquadramento é ideia minha - é de que, ao efectuar-se este aumento, esses trabalhadores deixariam de receber subsídio de férias e de natal, pelo que o aumento anual de rendimentos desceria dos 2400€ para apenas 1500€, reduzindo também a pressão sobre as tesourarias que esses subsídios representam; proponho também que, a avançar com este aumento desta forma, deveria de se implementar um regime transitório, onde, sendo os trabalhadores que recebem salário mínimo isentos de IRS, quer estes, quer as empresas continuariam a descontar para a segurança social sobre o ordenado de 450€, minimizando assim também o impacto desta medida sobre as empresas. Se pensarmos que assim se evitaria o aumento da carga fiscal então também aí seria ganho para as empresas. Desta forma o estado estaria a financiar a economia, em vez de ser com programas ineficazes e estéreis, seria via segurança social, devido ao regime transitório, que vigoraria enquanto este período de crise se mantiver.
O consequente aumento do consumo privado, iria certamente ajudar a reanimar a economia, provavelmente muito mais do que nos ditos programas. A alternativa ao endividamento público, a alternativa ao aumento, com custas para todos, do aumento do investimento público, logo da despesa pública, só pode estar no sector privado e na riqueza por este produzida.

Vital Moreira e o BPN


Transcrevo aqui uma carta escrita ao Director do Público, da parte do leitor Rui Murta de Lisboa, publicada no jornal de hoje. Diz muito acerca da forma como a mensagem do PS está a ser lida pelos cidadãos anónimos deste país.

A colagem que Vital Moreira tem vindo a fazer entre o caso BPN e o PSD é por demais hipócrita, suja e reles, e cada vez mais se constrói daí o próprio carácter do seu autor.
Devo dizer que nada, mas mesmo nada, me liga ao PSD. Tinha já uma péssima impressão de Oliveira e Costa enquanto responsável nas Finanças, e acho que Dias Loureiro devia estar preso há muito, mas pela sua responsabilidade enquanto ministro da Administração Interna aquando do bloqueio da ponte, por ter enviado a polícia de choque (como sempre...) para resolver um problema político, com consequências que se conhecem.
Mas o descaramento de Vital Moreira impressiona qualquer um. E deve impressionar (e arrepiar) ainda mais o Partido Socialista. Pois o que Vital Moreira parece querer dizer é que o PS é o partido que apoiou e acolhe alguns dos principais intervenientes do caso Casa Pia. Será o PS um partido de pedófilos? E quanto ao caso Freeport, e suas ramificações na Justiça, será o PS o partido dos corruptos? E também quanto ao caso de Fátima Felgueiras? Serão assim todos os autarcas do PS?
Mas já que Vital Moreira levantou a lebre, será bom salientar que mesmo assim Dias Loureiro (não obstante nunca ter tido gabarito para ser nem ministro, quanto mais conselheiro do Estado) teria muito menos razões e indícios para se demitir (até porque estamos num caso da esfera da economia privada) do que José Sócrates, tanto no que diz respeito ao caso Freeport como a todos os outros casos de águas turvas onde tem sido referenciado, onde estão em causa interesses públicos. (...)

Haja moral




A Dra. Edite Estrela é uma senhora do PS a quem mantenho uma antipatia de estimação. Isto deve-se ao facto de eu ser munícipe de Sintra, onde esta senhora foi presidente de Câmara Municipal, promovendo nuns casos, permitindo noutros, a continuação do agravamento no caos urbanístico do concelho. Ontem fez declarações, conforme esta notícia, onde criticava Ilda Figueiredo por ser, simultaneamente candidata ao Parlamento Europeu e à Câmara Municipal de Gaia. Segundo Edite Estrela, Ilda tem andado muito caladinha acerca deste facto. Porém só alguém distraído não seria conhecedor deste facto, porque sempre foi público. A campanha de denegrir, sobretudo sem moral, sem a força do exemplo, tem sido habitual por parte do PS. Edite Estrela certamente esquceu-se de que na lista a que pertence tem duas bicandidatas, ao PE e às Câmaras de Sintra e do Porto. Mas, embora seja errado e criticável da mesma forma, Ilda Figueiredo é já vereadora da Câmara de Gaia e assumiu que se for eleita para a Câmara não abandona o PE, acumulará os cargos. Mais uma vez reforço que o desrespeito pelos mandatos e pelos eleitores, Ilda tem um precedente histórico bem diferente das bicandidatas do PS, pelo que se exigia a Edite Estrela pelo menos um mínimo de decoro.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dia de reflexão

Embora a lei seja omissa em relação à obrigação de blogues e redes sociais respeitarem o dia de reflexão para as eleições, A textura do Texto vai respeitar esse dia não publicando qualquer texto de teor político no sábado dia 6.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Estamos cá para incomodar e muito mais


Uma bandeira rasgada é uma imagem sempre forte. Demonstra a revolta, o incómodo pelo país, pelo governo, ou pela instituição que é simbolizada por essa mesma bandeira.

Uma bandeira rasgada é o rasgar de um símbolo, do estandarte representativo, das ideias, das actividades. Enfim é uma tentativa de, pelo símbolo, atingir de quem essa bandeira é.

Uma bandeira rasgada é também uma tentativa de calar, de silenciar, de oprimir, pois o lugar de uma bandeira é ao vento, bem alta, de onde pode ser facilmente vista. Rasgá-la é tirar-lhe a sua funcionalidade, é por isso tentar esconder, calar, omitir, impedir, tirar da vista.

O MMS já teve a sua bandeira rasgada: ontem em Lisboa, durante uma acção de campanha, alguém, digamos apenas alguém, rasgou uma bandeira do MMS e vazou o pneu do carro onde esta bandeira estava exposta, onde esta bandeira se passeava ao vento, estava à vista.

O MMS incomodou, o MMS tem ideias novas, de ruptura, de incómodo para os interesses instalados. O MMS, apesar da tentativa, não foi atingido, foi fortalecido, não será silenciado, arranjará aqui mais forças para prosseguir o trabalho de denunciar o erro e apresentar a alternativa.

Estamos cá para incomodar. Mas não estamos cá para sermos apenas incómodos. Estamos cá para trabalhar, para produzir mudança e não apenas para falar nela, estamos cá para construir, não apenas para maldizer, estamos cá para governar, não apenas para "fazer política".

Incomodar é pouco, porque dizer a verdade e ter boas propostas não muda nada. Incomodar e ser a consciência não é a nossa vocação, a nossa vocação é de dirigir, de governar, de realizar a transformação de que Portugal precisa.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dia Mundial da Criança

Declaração dos Direitos da Criança

Adoptada pela Assembleia das Nações Unidas de 20 de Novembro de 1959

PREÂMBULO


Considerando que os povos da Nações Unidas, na Carta, reafirmaram sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano, e resolveram promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla,

Considerando que as Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamaram que todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades nela estabelecidos, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição,

Considerando que a criança, em decorrência de sua imaturidade física e mental, precisa de proteção e cuidados especiais, inclusive protecção legal apropriada, antes e depois do nascimento,

Considerando que a necessidade de tal protecção foi enunciada na Declaração dos Direitos da Criança em Genebra, de 1924, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos estatutos das agências especializadas e organizações internacionais interessadas no bem-estar da criança,

Considerando que a humanidade deve à criança o melhor de seus esforços,

A ASSEMBLEIA GERAL

PROCLAMA esta Declaração dos Direitos da Criança, visando que a criança tenha uma infância feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades aqui enunciados e apela a que os pais, os homens e as melhores em sua qualidade de indivíduos, e as organizações voluntárias, as autoridades locais e os Governos nacionais reconheçam este direitos e se empenhem pela sua observância mediante medidas legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas, de conformidade com os seguintes princípios:

PRINCÍPIO 1º

A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças, absolutamente sem qualquer excepção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.

PRINCÍPIO 2º

A criança gozará protecção social e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidade e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na instituição das leis visando este objectivo levar-se-ão em conta sobretudo, os melhores interesses da criança.

PRINCÍPIO 3º

Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.

PRINCÍPIO 4º

A criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidados e protecção especiais, inclusive adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a alimentação, recreação e assistência médica adequadas.

PRINCÍPIO 5º

À criança incapacitada física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar.

PRINCÍPIO 6º

Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança precisa de amor e compreensão. Criar-se-à, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afeto e de segurança moral e material, salvo circunstâncias excepcionais, a criança da tenra idade não será apartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem família e aquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.

PRINCÍPIO 7º

A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário.

Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade.

Os melhores interesses da criança serão a directriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais.

A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.

PRINCÍPIO 8º

A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber protecção e socorro.

PRINCÍPIO 9º

A criança gozará protecção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objecto de tráfico, sob qualquer forma.

Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

PRINCÍPIO 10º

A criança gozará proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza. Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes.