quarta-feira, 8 de julho de 2009

BE: Louçã e Chora


Ainda que para alguns isto seja estranho efectivamente de estranho nada tem. Acontece que o ilustre António Chora tem uma agenda pessoal muito própria, que não se coaduna, nem tão pouco tem em conta, quer os interesses dos trabalhadores, quer, pelos vistos, os interesses do BE. Mas eu não sei se estas declarações elogiosas de Chora a Manuel Pinho não são um qualquer namoro deste ao PS, porque consta, segundo fontes ligadas ao processo, que António Chora foi afastado das listas do BE para as próximas legislativas, devido às medidas manifestamente lesivas do interesse dos trabalhadores da AE que tem defendido. É que no interior da CT e da própria fábrica há mais pessoas com interesses e influência dentro do BE que têm sido frontalmente contra o caminho e as opções de António Chora. Aliás o clima de intimidação e de falta de liberdade de expressão dentro da empresa está atingir um nível preocupante, que apenas por poder piorar a situação não desmonto aqui mais, sem que o ilustre Chora diga uma palavra acerca do assunto.

2 comentários:

  1. Independentemente das lutas e querelas políticas que perspassam a Auto-Europa, especialmente entre PCP e BE, não tenho a ideia firme que Chora seja um judas dos trabalhadores.

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  2. Mas tenha, efectivamente ele é isso mesmo que disse. Provas: desde que António Chora se tornou coordenador da CT da AEn que nunca mais colocou os pés no seu posto de trabalho. Houve um curto período de tempo em que ele foi destituído desse lugar, por a sua lista ter perdido, e o coordenador dessa altura não teve a essa benesse por parte da empresa. Além disso em assuntos de conflito entre os trabalhadores e a empresa é sempre ele quem vai representar a CT e a resposta dele é invariavelmente que a lei permite. Ora quem pertence a uma CT não pode encolher os ombros e dizer "a lei permite", deve sim dizer "sim a lei permite mas esse não é o interesse do trabalhador, vamos encontrar uma solução de compromisso". Mais ainda: embora não se tenha visto isso neste acordo, dada a projecção que teve na comunicação social, houve outros que tendo sido recusados numa primeira fase, a CT, mais pessoalmente o A Chora, em plenários assumiram o papel da empresa e ameaçaram os trabalhadores, repetindo votações até se alcançar o resultado desejado. Neste último acordo aconteceu algo de ainda pior: tendo os trabalhadores recusado o acordo em votação secreta, o Sr. Chora patrocinou um abaixo assinado para dar totais poderes à CT para assinar o acordo anteriormente rejeitado. Como não teve a adesão esperada, um outro abaixo assinado foi produzido pela empresa e enviado aos supervisores das zonas para que em reuniões de equipa estes pressionassem descaradamente os trabalhadores, criando-se assim as potenciais listas dos amigos e dos inimigos. Mesmo assim a maior parte das pessoas não assinou este documento. Se o António Chora não fosse um Judas dos trabalhadores, com toda a projecção mediática que tem, deveria de, pelo menos ter denunciado este clima de pressão e completamente anti-democrático que neste momento se vive na AE. Acredite em mim, trabalhei lá 10 anos e ainda tenho lá muitos amigos.

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