quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Estratégia de Sucesso


O Governo montou uma estratégia na qual tem preso o PSD, que tem dado os seus frutos. Após uma dramatização violenta contra a oposição, com declarações terroristas do tipo "não podem haver dois orçamentos", ou que o "governo é quem governa e não a assembleia", os partidos da oposição, principalmente os do arco do poder (PSD e CDS), sentiram uma necessidade imperiosa de demonstrar a sua responsabilidade e o seu sentido de Estado.

Claro que só isto era insuficiente, e após demonstrações de unidade dos partidos da oposição, que estavam a tentar ser contrapeso ao governo, numa lógica de tentar impedir os desvarios de Sócrates, a estratégia da vitimização foi refinada com a introdução da divisão - dividir para reinar - ao chamar o CDS para negociar, negligenciando o PSD que se sentiu melindrado. Ao fazer isto o Governo fragilizou ainda mais um PSD já dividido, a cair aos bocados e desorientado, levando a que a alternativa ao PS pareça ainda mais distante.

O PSD já percebeu isso e anda desesperado à procura de um buraquinho onde possa entrar e ter algum protagonismo no palco para a responsabilidade e sentido de Estado que será a aprovação, mais do que conseguida, com esta estratégia de sucesso, do Orçamento de Estado. Assim o PS e o Governo garantiu a sua continuidade, com o aprisionamento do CDS num compromisso e o PSD pela necessidade de protagonismo, rebaixando a oposição e garantindo uma continuidade da legislatura que parecia comprometida no seu início, com as iniciativas da oposição.

Mas o cenário negro de cachorro com a língua de fora ainda não acaba por aqui para o PSD: é que para culminar, esta estratégia do Governo, está a fazer com que o PSD reprove nas comissões, antes das votações finais, muitos dos projectos anteriormente aprovados em conluio com a restante oposição parlamentar - o que trás consigo descrédito e contradição, e pior, a negação de propostas e compromissos eleitorais.

O PSD continua a ser driblado por Sócrates e ninguém parece ser capaz de contrariar tal gozação.

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