quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Google assume defesa da liberdade





É impressionante como democracias ocidentais, como os Estados Unidos e a União Europeia se têm vergado ao poder do dinheiro, aceitando ditaduras como chinesa como parceiros naturais de negócios. Sim, os mesmos países que no Afeganistão e Iraque lançam bombas e guerras pela democracia e pela liberdade, apertam a mão aos chineses, fechando negócios, em nome do todo-poderoso dólar, o que envergonha todo o cidadão amante da liberdade.

Também em Portugal temos a nossa carga de vergonha a carregar: Angola, uma ditadura que explora um povo, espoliando-o dos recursos naturais, onde a família do Presidente e os que à sua volta circulam enriquecem cada vez mais à custa do país e o povo morre na ignorância e na miséria. Onde existem milhões para comprar a Zon, mas não existe dinheiro para construir um hospital digno desse nome. Mais uma vez nos calamos em nome do precioso dinheiro que dali escorre através dos negócios.

Vergonha atrás de vergonha, ainda temos aquela, que sendo conhecida de muitos, foi corajosamente denunciada por Manuel Monteiro na última campanha eleitoral para as legislativas: em nome do dinheiro recebemos milhares de emigrantes chineses, que fazem negócio com as suas lojinhas, pois escapam-se aos impstos, usando isenções, que findo o prazo das mesmas, renovam pela simples troca de nome do proprietário.

Aqui um aparte: fala-se muito de presidenciais - se posso recomendar um candidato, creio que o Dr. Manuel Monteiro daria um excelente Presidente da República.

Enfim o dinheiro tem vergado a democracia, sendo que esse valor tem-se sobreposto à liberdade, à igualdade, aos direitos humanos, etc., o que me leva a duvidar, também por isto, desta classe vergonhosa e interesseira de políticos sem vergonha.

Para maior vergonha ainda teve de ser uma empresa - esta sim que vive e existe para ter lucros - a dizer que o dinheiro não é tudo, que a sua integridade enquanto empresa e a defesa da privacidade dos utilizadores dos seus emails se sobrepunha aos 600 milhões de Euros de lucros que podem retirar deste mercado. Assumem que censuraram pesquisas por imposição do governo chinês, mas dizem que não o farão mais, pois este, sem o dizer deixou implícito, tentou assaltar a caixas de email de quem era activista anti-governamental. Do lado da China nada de novo, o que mudou foi que, de Tianamen, onde os chineses foram criticados e ostracizados, pelo poder do dinheiro agora são louvados, mudou foi a perspectiva com que o resto do mundo olha a China: passou de ditadura comunista, a economia comunista, de país fechado a mercado interessante. Que vergonha. Afinal a democracia e a liberdade estão à venda.

Quando alguém diz que tudo e todos temos um preço provavelmente não está a exagerar.

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