Só me espanto mais uma vez pelo espanto que ainda há pela destruição imensa de uma força da natureza, bruta e indomável.
Não sei que mais dizer, não sei que mais pensar, já que de fazer pouco posso, por ser só um. Claro que as correntes, uniões, contribuições, tal gotas, unidas são um oceano, que no lago seco, ressequido, que hoje é o Haiti, toda a falta fazem.
Mas e o ontem, onde a miséria já era a vida, apenas hoje destapada por destroços que levaram os restos de vida que por ali deambulavam.
"Abaixo do limiar da pobreza" é mais uma expressão técnica de economia que já só faz ricochete na nossa endurecida mente, não provoca arrepio nem reacção.
Só queremos milhões, para pontes, estradas e TGV, mas o limiar da pobreza continua uma expressão, seja de um povo longe ou de um mal cheiroso perto - é apenas uma expressão.
Que palavras se podem dizer.
As palavras não dizem aquilo que as imagens mostram, mas ainda aí limpamos os olhos, pelo reflexo do desvio, pelo afastamento mental, que leva à lonjura da mente, à falência do coração.
Deveras há gente a sofrer, longe no Haiti, perto na casa do lado, mas a distância é a mesma, é aquela que colocamos no centro de nós. Sim somos muito capazes desse feito tremendo de viajar pelo mundo sem sair do mesmo lugar, tão pouco haja egoístico refúgio da realidade feia que os olhos querem mostrar, os ouvidos sentir, mas a mente, o coração, o eu, afastar.
Não há perfeição em mim, não a há em ninguém, mas podia haver uma centelha, uma pequena fagulha ainda. Mas não, sou só eu, também aqui pela escrita, em divagações loucas a fazer a mesma longínqua viagem de quem nos outros vê argueiro, com trave no seu olhar.
Não sei que mais dizer, não sei que mais pensar, já que de fazer pouco posso, por ser só um. Claro que as correntes, uniões, contribuições, tal gotas, unidas são um oceano, que no lago seco, ressequido, que hoje é o Haiti, toda a falta fazem.
Mas e o ontem, onde a miséria já era a vida, apenas hoje destapada por destroços que levaram os restos de vida que por ali deambulavam.
"Abaixo do limiar da pobreza" é mais uma expressão técnica de economia que já só faz ricochete na nossa endurecida mente, não provoca arrepio nem reacção.
Só queremos milhões, para pontes, estradas e TGV, mas o limiar da pobreza continua uma expressão, seja de um povo longe ou de um mal cheiroso perto - é apenas uma expressão.
Que palavras se podem dizer.
As palavras não dizem aquilo que as imagens mostram, mas ainda aí limpamos os olhos, pelo reflexo do desvio, pelo afastamento mental, que leva à lonjura da mente, à falência do coração.
Deveras há gente a sofrer, longe no Haiti, perto na casa do lado, mas a distância é a mesma, é aquela que colocamos no centro de nós. Sim somos muito capazes desse feito tremendo de viajar pelo mundo sem sair do mesmo lugar, tão pouco haja egoístico refúgio da realidade feia que os olhos querem mostrar, os ouvidos sentir, mas a mente, o coração, o eu, afastar.
Não há perfeição em mim, não a há em ninguém, mas podia haver uma centelha, uma pequena fagulha ainda. Mas não, sou só eu, também aqui pela escrita, em divagações loucas a fazer a mesma longínqua viagem de quem nos outros vê argueiro, com trave no seu olhar.
Caro Sérgio,
ResponderEliminarNão, não é o único a olhar para o outro lado das coisas. Não se sinta só, venho aqui juntar a minha gota à sua e já dizia a Madre Teresa de Calcutá que: "Sei que o meu trabalho é uma gota de água no oceano, mas sem ele o ocenao seria menor." O importante é não desistir de acreditar e de lutar! Continue. Gostei muito deste texto.
Cumprimentos,
Noélia
Cara Noélia seja bem vinda à textura
ResponderEliminarObrigado pelas considerações acerca do texto e por ser mais uma pequena gota.