segunda-feira, 15 de junho de 2009

"O objectivo é depois dizerem, 'então não sabe? O que é que anda lá a fazer?' "



O Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, que voltou hoje ao Parlamento para responder às perguntas dos deputados acerca das alegadas falhas de supervisão no caso BPN, depois de na semana passada ter exigido aos deputados mais cuidado no trato com os técnicos do BdP que ali têm feito depoimentos, esta semana continuou ao ataque contra os deputados. É de um desses ataques que sai a pérola que faz o título deste artigo.
O Sr. Governador esquece-se que os deputados são titulares de um cargo eleito, não nomeado, de um órgão de soberania, coisa que ele não é, sendo ele e os outros técnicos hierarquicamente inferiores a estes no Estado. Tal não justifica maus tratos, não há que exigir deles cuidados, até porque eles não estão lá para ser cuidadosos, mas sim para fazer as perguntas que o povo que os elegeu quer ver respondidas. A essas as respostas são poucas.
Por isso é com espanto que ouço este tipo de saídas.
Como é que Vítor Constâncio pode dizer que os deputados lhe fazem perguntas que não fazem sentido, por serem demasiado técnicas, que o objectivo é dizer depois que ele não tinha as respostas e achar que isso é justificação para alguma coisa? Será que o ordenado milionário de Vítor Constâncio não será suficiente para este, sabendo que iria a uma comissão parlamentar, gastar um pouco de tempo a informar-se de todos os pormenores, por mais técnicos que sejam, para poder responder aos deputados? Será que teremos de aprovar um subsídio de apoio ao estudo inerente às respostas necessárias às perguntas dos deputados em inquérito parlamentar?
Se calhar é isso.
A posição de Vítor Constâncio era já muito frágil, mas com saídas destas, ao melhor estilo arrogante, que compartilha com o nosso caríssimo Primeiro-Ministro, torna-se manifestamente insustentável, porque para além de tudo demonstra um profundo desrespeito para com os deputados.

1 comentário:

  1. Boa! É isso mesmo! Falta de verbas..! Os funcionários públicos (nem todos é certo!) têm este problema, diria antes a imagem de marca, de que não são obrigados a nada e de que a causa, será a falta de formação.
    Por isso mesmo. Aprove-se aí uma verbazita para formação a este rapaz.

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