sexta-feira, 19 de junho de 2009

As grandes obras públicas

A notícia de que cerca de 30 economistas de renome e de vários quadrantes políticos, subscreveram um manifesto solicitando ao governo que trave os grandes projectos de obras públicas, e, aguardasse para efectuar uma reavaliação após as eleições, aperta o PS para uma situação em que nas eleições o seu projecto político, assente sobretudo nessas obras, seja devotado desde já ao descrédito público. O bom senso assim o dita, mas só o governo parece não querer entender.

2 comentários:

  1. A notícia de que a decisão final sobre o TGV ficaria para o próximo governo, foi a medida mais inteligente que tomou este governo (a seguir à substituição de Correia de Campos). Ainda assim, peca por tardia e por apenas ter sido tomada em consequência dos resultados eleitorais, o que prova que não foi por sensatez, mas por taticismo eleitoral.

    De qualquer forma, é preciso mesmo saber se os compromissos até agora tomados, não implicam grandes indeminizações, caso o projecto seja abandonado. Já aconteceu o mesmo recentemente com outras obras que foram abortadas.

    Também a propósito do TGV, ao contrário de alguns notáveis, não sou a favor da suspensão do projecto. Sou totalmente contra a sua realização. Só pode pensar em TGV quem, das duas uma: ou nunca andou nem sabe o que é o Alfa Pendular, ou vai beneficiar (financeiramente) com a realização desta grande obra.

    Já agora, e por causa desta certeza em Abril 2009, o Ministro Mário Lino leva mais 3 pontos para a Superliga "incompetente-mor"

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  2. Essa é a conclusão mais óbvia. O pior é que muitos, mas mesmo muitos vão ser enganados por essa táctica e pela pseudo-humildade de Sócrates.
    Do projecto do TGV tenho a mesma opinião, é para nada. Com esse dinheiro construiríamos infraestruturas ferroviárias mais modernas e eficazes e que certamente iriam ajudar a reduzir as assimetrias regionais, coisa que o TGV só agravará. O reforço das ferrovias para o interior e daí para Espanha, criando verdadeiras linhas de transportes de pessoas e mercadorias, dos quais destaco uma ideia apresentada no blogue "a estrela ao fundo do túnel" (disponível na lista), poderá ser bem mais eficaz e proveitosa para o país. Do aeroporto percebo a sua necessidade, mas já há muito que venho dizendo que com a crise económico o tempo de vida útil da portela alarga-se, pois o abrandamento da actividade económica isso acarreta, logo temos mais tempo para que a situação financeira se restabeleça, pelo menos ao nível da disponibilidade de crédito. Os projectos de autoestradas não podem ser colocados todos no mesmo pacote. Há que ponderar os projectos que são essenciais, e avançar com eles, os que sendo necessários não são necessidades imediatas, logo podem esperar e os que são pura demagogia ou megalomanias, como a terceira autoestrada Lisboa-Porto, que deve ser completamente e definitivamente abandonado Assim sendo há muito que ponderar pelo que este alerta vem a tempo. O pior é que há sempre gente cega e pronta a lançar a confusão, mas este é o nosso destino.

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