segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Incendiário é o PS não se decidir já pela substituição de José Sócrates


Apelo a moção de censura é "incendiário" - Política - PUBLICO.PT

Interessante artigo este do Público, no qual se percebe a confusão que reina nos dois principais partidos do espectro parlamentar português. Por um lado no PS há quem estique mais uma vez a velha corda da dramatização, afirmando que se a oposição acha que o Governo não tem condições de governar deve apresentar uma moção de censura - como Capoulas Santos e António Costa. Há outras personalidades socialistas, como Francisco Assis, que acham que esse desafio é incendiário. Aqui também não há novidade, porque Assis tem-se mostrado ultimamente dos elementos mais moderados das cúpulas do PS, o que assenta bem ao líder parlamentar de uma maioria relativa.
Sendo assim parece-me que existe hoje algo de impensável há pouco tempo atrás no PS: uma clara divisão, ainda mais notada através de outras declarações de dirigentes como Sérgio Sousa Pinto.
Parece-me a mim que ao PS, perante os estragos provocados pelas revelações relacionadas com o caso Face Oculta, só resta uma solução: substituir o Primeiro-Ministro. Aliás Marcelo Rebelo de Sousa fez ontem esse exercício lançando três nomes de possíveis futuros Primeiro-Ministros, caso a decapitação de Sócrates aconteça: António Costa, Teixeira dos Santos.
Do lado do PSD já se percebeu a armadilha, sendo que Rangel e Aguiar Branco, com posições mais moderadas, afirmaram ambos, com pequenas nuances, que esta dramatização e estas guerrilhas dentro do PS estão a ser usadas pelos socialistas como uma manobra de diversão em relação aos estragos do Face Oculta, saindo de Pedro Passos Coelho posição mais extremista e também mais desconexa - demonstrando quanto a mim a sua manifesta impreparação, pois estaria disposto a facilmente cair na armadilha socialista da moção de censura.
Na minha opinião a iniciativa aqui deve ser do Presidente da República, mais do que dos partidos, porque não se trata da legitimidade da continuidade do Governo - o que seria razão do moção - mas sim da falta de condições de José Sócrates, do Primeiro-Ministro, pelo que o PR devia, ele sim, demitir José Sócrates e chamar o PS a escolher um novo Primeiro-Ministro.

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