segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O cheiro da política


Há pouco tempo tive uma conversa com um Pastor Evangélico em que este me dizia, muito em tom de crítica para com a minha pessoa, que em jovem já se tinha envolvido em política, que pertencera a uma juventude partidária, mas que deixou tudo isso porque a política cheira mal.

Esta conversa foi-me feita por um homem que é director de uma ipps ligada a uma Igreja. Uma IPSS, que eu saiba é uma instituição particular de solidariedade social, logo é uma instituição política, de intervenção em política social, ou estarei errado? Nessa conversa esse homem disse-me estar presente na Rede Social, no CLAS - Comissão Local de Acção Social - e na Comissão de Protecção de Menores: mas será que estou enganado ou tudo isso são estruturas políticas, profundamente políticas? Não são partidárias, mas são políticas.

Dizer que a política partidária fede, que cheira mal, isso eu aceito, mas dizer que a política, apenas assim, que a política cheira mal, isso não consigo aceitar, até porque a política é muito mais do que aquilo que por vezes percepcionamos como tal.

Além disso se a coisa fede só nos resta duas coisas a fazer: a primeira é promover uma limpeza da porcaria; a segunda é haver quem leve o bom cheiro, se é que me entendem.

Pois é, por essas e por outras é que estou na política, e se não sou o exemplo melhor de pessoa e de crente, pelo menos tenho a coragem de dar a cara pelas minhas convicções e tenho a certeza de que posso fazer melhor, mais transparente e mais justo do que aqueles que até hoje têm comido do nosso orçamento, e, disso que têm comido só nos resta, para nós que os alimentamos, os restos mal cheirosos e escatológicos dessa abundante alimentação.

Por isso achei engraçada uma iniciativa no facebook que procura incentivar pessoal jovem e mais preparado a aderir em massa aos partidos nos quais habitualmente vota, como forma única de promoção da mudança. Sinceramente acho pouco provável que alguém consiga mudar a utopia irrealista, para não dizer pior, do PCP, ou mudar a hipocrisia do BE, ou até o conservadorismo serôdio do CDS, pelo que, embora engraçada, acho esta iniciativa ineficaz. Eficaz sim seria a adesão maciça a um novo movimento político, a um novo partido político, onde sem vícios, de origem, se podem discutir as ideias e encontrar as melhores soluções, bem como, num espírito voluntarioso e sedento de mudança, fazermos alastrar essa esperança, essa ideia de mudança, promovendo assim a mudança de que Portugal urge: uma profunda mudança de mentalidades.

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