Perante as notícias que inundam os noticiários e os jornais acerca da Autoeuropa, tendo em conta que trabalhei nesta empresa mais de 10 anos, acho imperativo colocar aqui algumas verdades acerca da crise actual e da forma como a Administração da Empresa se tem comportado.
A primeira verdade a deixar aqui é que a AE e a CT da empresa tinham um acordo, elaborado no ano passado (2008), até Setembro de 2010, que visava garantir a manutenção dos postos de trabalho até essa altura; a Administração, surpreendentemente, este ano abordou a CT afim de encetar uma negociação, rompendo assim o acordo de empresa que estava em vigor.
A segunda verdade a deixar aqui é que a Administração rompeu propositadamente as negociações que estavam a decorrer, colocando em causa o seu parceiro negocial, a CT, pois perante os trabalhadores esta não devia sequer ter-se sentado à mesa das negociações por haver o acordo anteriormente indicado, procurando a divisão entre os trabalhadores; esta ruptura já se adivinhava desde que, não aceitando as propostas da CT, a Administração na passada segunda-feira, em reuniões de comunicação, indicou uma série de fábricas da VW ma Alemanha que facilmente poderiam absorver a produção da AE, revelando assim a má-fé com que a Administração estava nas negociações.
A terceira verdade acerca da AE é que a Administração não propõe uma não remuneração do trabalho aos sábados. O que acontece é que, num acordo passado, a empresa e os trabalhadores acordaram que, abdicando os trabalhadores de dois anos de aumentos, ou seja durante dois anos não houve aumento de ordenados nesta fábrica, em contrapartida os funcionários ganhavam o direito a parar 22 dias por ano, para além das férias, a que se chamou downdays, dos quais, nos anos com menos produção a empresa marcava paragens, naqueles em que a empresa necessitava que se trabalhasse, os dias que ficassem em saldo desses downdays seriam pagos no final do ano. A grande divergência que existe actualmente entre a empresa e os trabalhadores é que a Administração pretende que, havendo saldos negativos, porque a empresa tem parado e vai parar este ano mais de 22 dias, esses dias de paragem a mais, quando houver um aumento de produção, serão pagos reduzindo os 22 dias, que embora se trabalhe, não serão pagos, mas para além disso a empresa ainda quer que o trabalho aos sábados seja descontado nesse saldo negativo como um único dia de downday efectuado. Isto é completamente inaceitável para os trabalhadores, porque cada sábado de trabalho, segundo o contrato colectivo de trabalho em vigor, deve ser pago a 200%, ou seja três vezes a remuneração de um dia normal. Em negociações anteriores, à revelia da vontade dos sindicatos, a CT negociou e os trabalhadores aceitaram reduzir esse direito, baixando a fasquia para os 100%, ou seja o dobro da remuneração de um dia normal. E isto é o que os trabalhadores querem, quando se pagar os dias a mais de paragem, que um sábado seja equivalente a dois dias de paragem, e, não apenas um só, como quer a Administração.
A quarta verdade sobre a AE é a de que a Administração habitualmente faz estes jogos, jogando sempre com a pressão dos meios de comunicação social, deixando sair notícias muito a conta gotas. A grande verdade é que a Administração pretendeu sempre este rompimento para poder despedir, a reboque e desculpa da crise, despedir os cerca de 250 contratados a prazo e reduzir os turnos para um só, sacando 15% da remuneração dos trabalhadores, correspondente ao subsídio de turno, poupando dinheiro até ao lançamento de um novo modelo. Aí, se precisarem de mão de obra recorrem apenas ao trabalho temporário.
A quinta verdade é que a AE tem um contrato com o estado português que só lhe permite sair após 2014, devendo o governo intervir para lembrar isto mesmo à empresa. A sexta verdade acerca da AE, e que muita gente não tem consciência, é que aquele trabalho é extremamente exigente e muito, mas muito pesado, duro mesmo, com a velocidade e a pressão da linha, o que faz destes um dos mais duros e perigosos para a saúde trabalhos que existem.
E isto não é exagero, só quem lá trabalha, ou já trabalhou é capaz de lhe dar valor.
A primeira verdade a deixar aqui é que a AE e a CT da empresa tinham um acordo, elaborado no ano passado (2008), até Setembro de 2010, que visava garantir a manutenção dos postos de trabalho até essa altura; a Administração, surpreendentemente, este ano abordou a CT afim de encetar uma negociação, rompendo assim o acordo de empresa que estava em vigor.
A segunda verdade a deixar aqui é que a Administração rompeu propositadamente as negociações que estavam a decorrer, colocando em causa o seu parceiro negocial, a CT, pois perante os trabalhadores esta não devia sequer ter-se sentado à mesa das negociações por haver o acordo anteriormente indicado, procurando a divisão entre os trabalhadores; esta ruptura já se adivinhava desde que, não aceitando as propostas da CT, a Administração na passada segunda-feira, em reuniões de comunicação, indicou uma série de fábricas da VW ma Alemanha que facilmente poderiam absorver a produção da AE, revelando assim a má-fé com que a Administração estava nas negociações.
A terceira verdade acerca da AE é que a Administração não propõe uma não remuneração do trabalho aos sábados. O que acontece é que, num acordo passado, a empresa e os trabalhadores acordaram que, abdicando os trabalhadores de dois anos de aumentos, ou seja durante dois anos não houve aumento de ordenados nesta fábrica, em contrapartida os funcionários ganhavam o direito a parar 22 dias por ano, para além das férias, a que se chamou downdays, dos quais, nos anos com menos produção a empresa marcava paragens, naqueles em que a empresa necessitava que se trabalhasse, os dias que ficassem em saldo desses downdays seriam pagos no final do ano. A grande divergência que existe actualmente entre a empresa e os trabalhadores é que a Administração pretende que, havendo saldos negativos, porque a empresa tem parado e vai parar este ano mais de 22 dias, esses dias de paragem a mais, quando houver um aumento de produção, serão pagos reduzindo os 22 dias, que embora se trabalhe, não serão pagos, mas para além disso a empresa ainda quer que o trabalho aos sábados seja descontado nesse saldo negativo como um único dia de downday efectuado. Isto é completamente inaceitável para os trabalhadores, porque cada sábado de trabalho, segundo o contrato colectivo de trabalho em vigor, deve ser pago a 200%, ou seja três vezes a remuneração de um dia normal. Em negociações anteriores, à revelia da vontade dos sindicatos, a CT negociou e os trabalhadores aceitaram reduzir esse direito, baixando a fasquia para os 100%, ou seja o dobro da remuneração de um dia normal. E isto é o que os trabalhadores querem, quando se pagar os dias a mais de paragem, que um sábado seja equivalente a dois dias de paragem, e, não apenas um só, como quer a Administração.
A quarta verdade sobre a AE é a de que a Administração habitualmente faz estes jogos, jogando sempre com a pressão dos meios de comunicação social, deixando sair notícias muito a conta gotas. A grande verdade é que a Administração pretendeu sempre este rompimento para poder despedir, a reboque e desculpa da crise, despedir os cerca de 250 contratados a prazo e reduzir os turnos para um só, sacando 15% da remuneração dos trabalhadores, correspondente ao subsídio de turno, poupando dinheiro até ao lançamento de um novo modelo. Aí, se precisarem de mão de obra recorrem apenas ao trabalho temporário.
A quinta verdade é que a AE tem um contrato com o estado português que só lhe permite sair após 2014, devendo o governo intervir para lembrar isto mesmo à empresa. A sexta verdade acerca da AE, e que muita gente não tem consciência, é que aquele trabalho é extremamente exigente e muito, mas muito pesado, duro mesmo, com a velocidade e a pressão da linha, o que faz destes um dos mais duros e perigosos para a saúde trabalhos que existem.
E isto não é exagero, só quem lá trabalha, ou já trabalhou é capaz de lhe dar valor.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.