quinta-feira, 28 de maio de 2009

Assim se promove a segurança


Após os incidentes no bairro da Bela Vista, em Setúbal, apesar das críticas à falta de medidas de inclusão social, também se concluiu, de uma forma quase consensual, que aquele era também um grave problema de segurança. De entre todas as perspectivas apresentadas, as condições das forças de segurança para exercerem a sua missão, foram um dos grandes problemas levantados. Foi concluído que era importante formar, equipar e motivar os agentes de segurança. Certamente esse seria o caminho.

Porém uma notícia de ontem dava conta das deficientes, e sobretudo desiguais condições dos agentes da GNR, em relação aos da PSP.

A GNR é a única força policial europeia que não tem limites horários de trabalho. Em média os agentes da Guarda fazem cerca de 100 horas extraordinárias por mês, sendo-lhes pago um valor máximo fixado por lei de 150 Euros, ou seja, 1,5 Euros por hora extra.

Só em jeito de termo de comparação, uma "mulher a dias" cobra cerca de 6 Euros por hora (e não são extra), com pagamento à parte dos respectivos subsídios e outros direitos, porque caso contrário esse valor aumenta.

Na PSP, em geral, as horas extras não são pagas.


Assim se promove a segurança?!!


A par disto existem as diferenças salariais entre a GNR e a PSP, que são em média de menos 200 Euros dos primeiros em relação aos segundos. A título de exemplo o salário de um agente da GNR ao entrar na Guarda é de 767 Euros, enquanto na PSP, um agente recém entrado aufere de um vencimento de 900 Euros.

Tudo o que o MMS defende em relação às forças de segurança ganha nova acutilância e sentido reforçado perante estas notícias. O MMS, para além de defender, tal como outros, um reequipamento das forças policiais, adequando os seus equipamentos e condições às exigências do século XXI, defende ainda a unificação das forças policiais numa só. Esta união permitiria uniformizar processos, racionalizar meios, e, reduzir custos administrativos e com direcções nacionais, redundantes entre as duas forças e que passariam a ser uma só. O aumento da eficácia, até pela partilha eficaz de informação, que actualmente não acontece, o aumento da igualdade entre agentes e com isso o aumento da sua motivação, logo um incremento consequente da promoção da segurança, são evidentes benefícios destas propostas.

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