sábado, 30 de maio de 2009

O incompetente Mário Nogueira


Existe um braço de ferro entre a Fenprof, liderada por Mário Nogueira e o Ministério da Educação, com todo o governo e PS a reboque. Hoje mais uma sessão de demonstração de força teve lugar, com a Marcha de Professores no centro de Lisboa. Perante o esforço arreganhado da Fenprof, José Sócrates, em comício, responde que tudo não passa de espasmo muscular em tempo de eleições, motivado pelo interesse meramente partidário. Claro que se podemos observar que os movimentos sindicais em geral, ressalvando-se nobilíssimas excepções, estão de facto aprisionados pelos interesses partidários, a despeito do interesse dos trabalhadores a quem deveriam acudir primeiro, o Primeiro-Ministro errou o alvo, ao afirmar que esses interesses eram manifestos pois tinha visto na televisão vários dirigentes partidários.
Acontece que durante a tarde o irredutível Mário Nogueira, em palavras captadas pela TSF afirmara que todos os partidos tinham ido à manifestação apresentar o seu apoio aos professores, que não era de agora, pois ao longo dos quatro anos da legislatura sempre pediram audiências aos partidos com assento parlamentar, e, com todos eles se reunirão e receberam apoio. A excepção foi sempre o grupo parlamentar socialista, quem nem sequer receber o sindicato quis. Claro que Sócrates sai mal na fotografia de hoje, pois um "simples" sindicalista demonstra a falta de "encaixe" democrático do nosso Primeiro.
No entanto a grande verdade é que o Mário Nogueira não está, ou pior, não é capaz, de resolver, de querer ultrapassar este braço de ferro que mantém com a governação. Como? Basta olhar para o exemplo do aeroporto: Mário Lino garantia que seria na Ota, nunca na margem sul que era um deserto, Sócrates e sua pandilha bramiam aos sete ventos "os estudos, os estudos", aclamando a sapiência da sua decisão com a clarividência de estudos, de entidades eficientes, que sempre demonstraram concordar com o governo; porém uma maldita entidade patronal - a CIP - cansada de estudos e mais estudos, manda fazer o seu e com este desmonta todos os outros, obrigando, corado de vergonha, o governo a mudar o aeroporto da certinha Ota, para o deserto, em Alcochete. Mário Nogueira deveri inspirar-se neste exemplo e, em vez de obrigar os pobres coleguinhas a suportar os 30 graus à sombra que se fizeram sentir em Lisboa, roubando-lhes um dia certinho na praia (para que desta enchessem a barriguinha e para a semana puderem ir votar), devia sim elaborar o seu estudo, sério e credível, consultando os professores, desenvolvendo um modelo alternativo, mas efectivo, de avaliação de desempenho, não com ridículas auto-avaliações. Infelizmente o Mário Nogueira e a Fenprof preferem prosseguir num caminho corporativista, em que os professores são sempre os coitadinhos, que deverão ter direitos sem revelar ou assumir que também lhes pertencem deveres, que uns cumprem, outros não, matando com essa atitude o mérito o o estímulo para o desenvolvimento profissional pessoal, levando a um nivelamento por baixo da qualidade do trabalho dos professores, apesar de haver, porque há sempre, exemplos de professores de excelência, que por o serem merecem ser diferenciados. A avaliação e a diferenciação profissional pelo mérito só servirá para impulsionar para a frente a nossa educação. Os métodos de avaliação são passíveis de contestação, porém a sua necessidade não. Assim os professores, enquanto insistirem em quererem manter este sistema igualitário e injusto não estão a contribuir para o desenvolvimento do país.
O governo tem errado pela incapacidade de dialogar, mas os sindicatos tem errado pela falta de alternativas.
Juntam-se dois incompetentes e dá faísca. Apesar de tudo creio que, saindo mal quer Sócrates, quer Nogueira, a Ministra da Educação tem sido a melhor dos pares, pois apesar de tudo tem feito algumas reformas, especialmente no 1º ciclo do ensino básico, no sentido certo, embora ainda não esteja tudo bem, como nunca estará, pois há sempre algo a melhorar.

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