
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Campanhas Eleitorais

terça-feira, 28 de abril de 2009
Mais milhões para os partidos

A metamorfose de Vital Moreira


(...)"o abandono da pulsão reformista"(...)- (...)"abandono da dimensão social"(...)
- (...)"o PSD podia ufanar-se de ser o partido da modernização das infra-estruturas do país"(...)
- O PSD abandonou a pulsão reformista ao não acompanhar o PS nas "reformas" que este, alegadamente, tem efectuado no país, nomeadamente opondo-se às reformas dos (...)"regimes especiais do sector público, da administração pública, da saúde, da educação, do ensino superior, do sistema judicial, das forças de segurança"(...); abrindo eu a boca de espanto em como é que aquilo que o PS fez nestes sectores se pode considerar como reformas, nalguns casos terá sido uma destruição e noutros uns retoques cosméticos sem efeitos profundos, VM continua a sua tirada acusando mesmo o PSD de se encostar, de uma forma anti-natura, à esquerda parlamentar: "Ainda por cima, essa posição de conservadorismo radical foi muitas vezes acompanhada de convergências puramente oportunistas com a oposição de esquerda, como sucedeu no combate contra a reforma da educação e da legislação laboral.
- O PSD abandonou a dimensão social, porque, segundo Vital Moreira, tem adoptado uma postura neo-liberal (ler o que escrevi acerca disto aqui), sendo isso claro através da (...)"sua proposta para a reforma da segurança social, nas ideias de privatização da saúde e da educação, na hostilidade aos investimentos públicos em geral, na obsessão pela redução de impostos"(...).
- O PSD deixou de estar interessado em desenvolver as infra-estruturas do país e (...)"transformou-se num partido militantemente hostil aos projectos de infra-estruturas em geral e às de transportes em especial, mesmo aqueles que ainda na sua última passagem pelo governo considerava prioritários (caso do TGV)."
- afirmou que o PSD apresentou uma (...)"hostilidade aos investimentos públicos em geral"(...) - MENTIRA - o PSD apresentou-se foi contra o investimento público indescriminado, em especial aquele que, neste contexto de crise, dada a sua dimensão, poderia hipotecar o Estado e o futuro de várias gerações, defendendo o chamado "investimento de proximidade";
- afirmou que o PSD (...)"transformou-se num partido militantemente hostil aos projectos de infra-estruturas"(...) - MENTIRA - não me querendo repetir, o PSD pediu foi mais selectividade e cuidado nesse investimento, afinal, e creio que o VM ainda não percebeu isso, haja alguém que lhe diga, estamos em crise, que se serve para o governo se desculpar, em como não tem culpa, deve servir também para reflectir e ser mais cuidadoso;
- afirmou que o PSD é hostil ao investimento público em infra-estruturas de transporte (...)"mesmo aqueles que ainda na sua última passagem pelo governo considerava prioritários (caso TGV)." - MENTIRA - o PSD defendeu sim que esta não era a melhor altura para avançar com este tipo de investimentos, e, quanto ao TGV, tendo mudado a liderança do PSD, a actual não partilha da visão - como aliás é normal dos partidos democráticos - da liderança dos tempos em que foi governo; aliás é importante recordar ao caro candidato VM que o próprio PS fez um recuo acerca de uma grande obra - o aeroporto - que cheio de certezas e de estudos iria ser na Ota, mas que perante estudos melhores, afinal vai ser em Alcochete; não poderá o PSD antes ter defendido o TGV e actualmente, perante outras informações e estudos, ter mudado de opinião?;
- perante a cruzada que VM afirma o PSD tem mantido contra as grandes obras, o candidato conclui que o PSD (...)"entrou definitivamente numa deriva de irresponsabilidade política." - MENTIRA - impõe-se a pergunta - quem é irresponsável, é aquele que quer contrair uma dívida, quando está em crise, da qual não sabe quando vai sair, ou aquele que, consciente dessa crise aconselha prudência? - e mais não digo;
- a maior mentira de VM é esta "Ao contrário do que se pretende, tais investimentos são essencialmente privados, não envolvendo grande gasto público nem endividamento público." - MENTIRA, MENTIRA - dos grandes investimentos públicos previstos, o único que será eminentemente privado será a terceira ponte sobre o Tejo, indo a sua construção ser efectuada por um consórcio, tendo a Lusoponte já se alinhado na grelha de partida para a corrida a tal concurso público, tendo no entanto o governo deixado a porta aberta à entrada de outros competidores, mas, como nenhuma empresa destas entra nestes negócios para perder, o pagamento, mediante portagens, diante 30 ou 40 anos, reflecte-se num custo muito superior aos bolsos dos cidadãos do que qualquer empréstimo bancário; aliás é de recordar que quando o governo de Cavaco Silva negociou com a Lusoponte a exploração das pontes sobre o Tejo, foi muito criticado pelo PS pela opção feita, PS esse que agora, voltados alguns anos, quer fazer o mesmo; em relação ao aeroporto a mentira ainda é maior, porque o investimento é totalmente público, ou a ANA já foi privatizada sem ninguém saber; o mesmo se passa com a RAVE, é pública ou não; claro que é, e esta é que vai pagar o TGV, onde está a dúvida de VM, ou mentiu propositadamente?;
- a mentira de VM, aquela que ele esconde ainda por detrás de tudo é que, estes investimentos gigantescos, vão absorver muita da disponibilidade de crédito dos bancos, que ainda é, devido à crise, bastante limitada; os bancos, perante o financiamento de grandes obras públicas ou o financiamento da 'economia real', como PME's, preferirão, por menor risco, financiar as obras públicas, estrangulando assim ainda mais o limitado crédito que os bancos terão disponível para as empresas e famílias;
- VM prossegue com as mentiras dizendo que esses grandes investimentos públicos (...)"se pagarão em geral a si mesmos, ao longo da sua extensa vida útil, mediante as receitas da sua utilização, como é próprio dos mecanismos de concessão de obras públicas." - MENTIRA - mentira porque já temos a experiência das SCUT's que todos pagamos e depois, vejamos que quem explorará tanto o TGV como o aeroporto são empresas públicas, que poderão nunca dar lucro (o sucesso dos empreendimentos nunca é garantido à partida, por muito que VM sonhe com isso, principalmente o do TGV), como é exemplo a TAP, a CP, a Refer, e tantas outras de transportes.
Claro que não posso terminar nem uma pequena achega: isto mostra a qualidade dos políticos do espectro parlamentar, a lamentável falta de qualidade. Mas o povo tem os políticos que merece, porque é incapaz de ir mais além, de mudar as mentalidades e perceber que existem movimentos novos, com novas ideias. Daí estar profundamente do lado do Movimento Mérito e Sociedade, do qual o cabeça de lista a estas europeias é Carlos Gomes. O nome não dirá nada ao grande público, mas trata-se do presidente do Grupo Fiat para os mercados do Sul da Europa (França, Espanha e Portugal), alguém que conhece a Europa não de ouvir falar, nem do que leu em livros, mas da prática, não da prática política, mas da prática da vida, do trabalho. Certamente é alguém assim que prefiro confiar.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
107 Soluções para Portugal (7,8,9,10)

A Nova Arquitectura Financeira Mundial

domingo, 26 de abril de 2009
Livro do Profeta Ageu (O meu livro bíblico preferido e por isso um dos meus livros preferidos)
No sétimo mês, ao vigésimo primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR por intermédio do profeta Ageu, dizendo: Fala agora a Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e ao restante do povo, dizendo: Quem há entre vós que tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada diante dos vossos olhos, comparada com aquela? Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o SENHOR, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforça-te, todo o povo da terra, diz o SENHOR, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o SENHOR dos Exércitos, Segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saístes do Egito, o meu Espírito permanece no meio de vós; não temais. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, farei tremer os céus e a terra, o mar e a terra seca; E farei tremer todas as nações, e virão coisas preciosas de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos Exércitos. Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos. A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos.
Quem será o salazarento?

sábado, 25 de abril de 2009
Qual o maior legado que uma geração pode deixar a outra? A Liberdade.

o Incrível Vital Moreira (II)
Vital Moreira prevê pedido de demissão de José Sócrates se não tiver maioria nas legislativas
24.04.2009 - 21h07 PÚBLICO
O cabeça de lista às Europeias, Vital Moreira, prevê que se o PS não obtiver a maioria absoluta nas legislativas será “derrubado à primeira circunstância” e “terá que ir apresentar a Belém a sua demissão”. Segundo o candidato, o partido deve pedir a maioria porque só assim conseguirá uma estabilidade governativa.O candidato falava ao Rádio Clube/Correio da Manhã no âmbito da grande entrevista, que vai ser emitida no domingo, ao meio dia. Segundo Vital Moreira com um Governo minoritário, as condições de estabilidade “vão-se ao ar”. O Governo será “derrubado à primeira circunstância, o primeiro orçamento será reprovado, provavelmente o Governo terá que ir apresentar a Belém a sua demissão”, diz o candidato.Por isso “o PS deve pedir a maioria absoluta”, para que possa ter estabilidade governativa durante quatro anos e tomar medidas “mesmo que transitoriamente essas medidas não sejam simpáticas”, acrescentou Vital Moreira.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
o Incrível Vital Moreira

Acerca do enriquecimento ilícito

quinta-feira, 23 de abril de 2009
Reflexões sobre a bondade da elevação da escolaridade mínima - uma resposta

O Regresso da Ética

quarta-feira, 22 de abril de 2009
Neo-liberalismo e neo-socialismo

Imagino uma economia onde o mercado é livre, sem pressões nem intervenções do Estado, apenas manifestando este uma postura de controlo, supervisão e regulação, férreas. Acredito que o Estado deve ter uma actuação moderada no mercado, ou seja, deve controlar sectores importantes, não no velho conceito dos "estrategicamente importantes" - onde se costumam incluir a energia e as telecomunicações - mas sim num novo sector dos "socialmente importantes" - incluo aqui sectores que sendo económicos, são também funções sociais básicas do Estado, como a água e o saneamento básico, a saúde, a educação e a investigação científica e tecnológica. Ou seja o Estado deve reduzir a sua intervenção como actor no mercado a estes sectores, pelo que sou profundamente contra a privatização das Águas de Portugal, bem como dos sectores da saúde e da educação públicas, embora acredite que há muito lugar para a entrada de privados na gestão destes sectores, sem que isso seja necessariamente exercido por grandes empresas, porque privado inclui fundações, associações e cooperativas da sociedade civil. O Estado deve resumir-se a ser um bom Estado, eliminando-se o que é mau e supérfluo no nosso Estado, que, diga-se desde já, é muito.
O Carlos Santos que escreve habitualmente no Valor das Ideias escreveu um artigo no blogue onde diz assumir que aceita um aumento do peso do Estado no PIB por razões conjunturais, devido à crise que actualmente atravessamos. Aqui estamos de acordo, este não é o momento para o Estado encetar um processo de emagrecimento, devido aos elevados custos sociais, mas a realidade é que também não podemos continuar assim. O nosso Estado gasta mais de metade da riqueza produzida em Portugal. A grande questão é que essa riqueza não é redistribuída, essa riqueza é absorvida por um Estado que não retorna aos contribuintes em serviços aquilo que gasta, ou seja esse dinheiro é perdido numa pesada e desfuncional máquina que acaba por não garantir aos cidadãos aquilo que era suposto dar: o Estado não garante Saúde de qualidade, Educação de qualidade, Segurança, Justiça, sistema penal e de defesa funcionais, não garante qualidade ambiental nem ordenamento do território, não garante acesso democrático à cultura, não contribui com equipamentos sociais de qualidade, etc.,etc. Logo não se justifica o peso que tem a não ser por estar pesado, como gosto de dizer, morbidamente obeso. Como: 1º - tem funcionários a mais; 2º - tem estruturas intermédias que não funcionam - por exemplo não entendo como é que na segurança social existe um instituto para a dita, outro para a informática da dita e ainda outro para o controlo financeiro da dita, não seria suposto isto ser uma só estrutura?; 3º - a administração pública é extremamente permeável às questões e mudanças partidárias - mudanças de partido de governo e há uma série de nomeações de carácter político, até lugares bem profundos na administração pública, com indemnizações constantes; 4º - os serviços de saúde e educação são mal geridos e os prestados são de má qualidade, sobretudo por falta de organização e despesismo desmesurado; 5º - o Estado não concebe que a sociedade civil pode auxiliar o Estado no seu intervencionismo em causas sociais. Podia dar muitos mais exemplos. Depois faço um exercício de comparação. Em Espanha, um país com uma população muito maior do que a nossa, os funcionários públicos são cerca de 1% da população, em Portugal atingem perto de 10%. Isto não faz tocar alarmes. Certa vez, num outro blogue onde esta mesma discussão acontecia, alguém me disse que em Espanha o Estado é menor porque a sociedade civil é muito mais interventiva e actua em muitas esferas onde o Estado não vai. Eu quando li aquilo pensei: precisamente. Isto acontece porque em Espanha o peso do Estado na absorção da riqueza produzida é muito menor, logo existe muito mais riqueza na sociedade civil para esta redistribuir, intervindo. Em Portugal isto é impensável, aliás uma IPSS não consegue sobreviver sem a ajuda do Estado, isto porque a riqueza disponível é pouca, e, as leis que poderiam estimular a que, por exemplo as empresas, financiassem as IPSS são arcaicas e pouco eficazes. A conclusão que tiro é de que a sociedade civil está esmagada debaixo do peso do Estado. Logo há que aliviá-lo.
O Carlos Santos diz que perante o cenário actual da crise, resta-nos, devido à paralisia económica, a política orçamental, nomeadamente por duas opções:
(...)"há grupos com diferentes propensões à poupança: em fracção do rendimento disponível, a poupança de quem tem mais rendimentos tende a ser maior do que as dos escalões de baixos e médios rendimentos. Nesse sentido uma das propostas que o Ricardo chama de Terrorismo de Estado, tributação dos prémios dos gestores, se condicionada politicamente pelo episódio da AIG nos EUA, não deixa de ter um pouco mais de lógica do que a tributação uniforme: os prémios dos gestores são complementos de rendimento que dificilmente se vão traduzir em procura interna. Nesse sentido, uma fonte natural de rendimentos para o Estado dar poder de compra, via transferências sociais, aos escalões de menor propensão à poupança. A necessária dinamização da procura interna pode ser feita por esta via."
Creio que aqui existem uma série de erros e equívocos. Em primeiro lugar não se pode utilizar episódios como o da AIG para justificar uma sobre tributação de todos os prémios de gestores. Porquê? O que aconteceu foi que uma empresa que recebeu ajudas do Estado para sobreviver não pode nunca utilizar esse dinheiro dos contribuintes para dar prémios a gestores, que ainda por cima, não os merecem, porque se os merecessem a empresa não necessitava das ajudas do Estado. Mais do que uma questão moral é sobretudo uma questão de racionalidade: como é que alguém que dirige mal uma empresa, colocando-a à beira da falência, tendo de ser salva pelo Estado, recebe um prémio de gestão? É incompreensível. Outro equívoco é o facto de se afirmar que, por isso, todos os prémios de gestores devem ser sobre tributados. Onde há ajudas do Estado, não pode haver prémios, mas onde o Estado não intervém, os accionistas dessa empresa devem ter liberdade de, se acharem merecedor, pagarem prémios aos gestores, sem que o Estado deva de por isso ter qualquer direito de obrigar ao pagamento de uma taxa de impostos extra. Outro grande equívoco é o de que o Estado redistribui socialmente a riqueza, através das transferências sociais, conforme aqui discutido anteriormente. Além disso isto abre toda uma nova frente de discussão, sobre como deve o Estado apoiar socialmente as classes mais desfavorecidas, nomeadamente sobre as qualidades e virtudes de prestações sociais como o rendimento mínimo garantido, do qual não consigo ver vantagens práticas nenhumas, mas enfim, isso daria para outro artigo, que, caso o Carlos Santos desejar, podemos discutir noutra vez. Continuando, a outra forma é
(...) "a via complementar é a do investimento público, que aumentará necessariamente esse peso da dívida. Mas, como resulta da declaração final do G20, pode ter o virtuosismo de redinamizar a economia pelo emprego criado e concomitante distribuição de rendimento, bem como pela via de priveligiar opções como a banda larga ou os ditos sectores energéticos e ambientais, que se prevê tenham maior potencial de crescimento no futuro. O rendimento gerado por essa via tornará, eventualmente mais suportável a tributação futura.
No momento presente, sem crédito nem despesa, o drama não seria o Estado fazer demais mas antes não fazer nada. Porque não há correcções de estabilização a uma situação deste tipo com um Estado inerte."
Consigo concordar com a actuação do governo em políticas de contra ciclo aquando de períodos de crise como este, nomeadamente através de investimento público. A crítica essencial que tem sido feita a este governo, apesar de no discurso público este nos tentar convencer do contrário, não é de que o investimento público é mau e todo deve parar, criticado tem sido a natureza desse investimento público e aqui, embora não seja desse partido, seja obrigado a concordar com a Manuela Ferreira Leite. MFL criticou o investimento público a torto e a direito e em projectos megalómanos, ou melhor dizendo, de grande volume, colocando-se as seguintes objecções:
1) num período de retracção da actividade económica e de grande desequilíbrio da balança comercial, com a redução das exportações, essas grandes obras iriam acarretar uma grande incorporação de componentes importados;
2) num período em que o financiamento disponível pela banca é limitado, estas grandes obras iriam competir com o sector privado, com natural preferência pela banca por financiar obras públicas, por esses fluxos financeiros limitados, estrangulando ainda mais a actividade económica privada;
3) num período de desemprego acentuado, nestas grandes obras públicas, não é líquido, é aliás comum, que o emprego criado aí seja ocupado por cidadãos nacionais, ou até emigrantes, sendo sim importada mão-de-obra estrangeira, pelos empreiteiros específicos de cada trabalho, igualmente especializado;
4) além de tudo isto, não havendo certezas de quando a recuperação económica se irá começar a sentir, estar a hipotecar orçamentos de várias gerações, é extremamente perigoso;
5) por fim é extremamente difícil e demorado o efeito social que esses investimentos terão na economia e na sociedade.
Em alternativa MFL defendeu o chamado "investimento de proximidade":
1) investimento em obras próximas da população e de impacto rápido na vida das mesmas;
2) estes investimentos têm uma baixa ou nula incorporação de componentes importados, não agravando assim a balança comercial;
3) a baixa volumetria desses investimentos não iria competir com os privados pelos financiamentos bancários disponíveis;
4) não hipotecam o futuro dos orçamentos de Estado;
5) os números de desemprego poderiam ser impactados pelas obras de proximidade.
Um Estado inerte é um Estado morto, é uma verdade, pelo que a intervenção social do mesmo é importante, a questão que se levanta é de que forma deve o Estado apoiar socialmente a população. Quais os meios e os métodos, mas não vou entrar agora por aí. Embora seja uma questão que, no contexto actual, é inequivocamente importante.
Acerca da crítica feita ao PSD de que existe ali uma discrepância de critérios, que defendia o que ataca, quando se fala da recém aprovada lei de levantamento de sigilo bancário, creio que o mesmo se pode afirmar acerca do PS, que rejeitou o que depois, em concomitância com o BE foi aprovar, numa lei mal feita e atrapalhada, deixando assim espaço para a especulação de que esta foi apenas uma manobra de aproximação política. O facto mais preocupante é que, não criminalizando o enriquecimento ilícito, passando a tributar o enriquecimento injustificado, se está a tornar mais vago o que devia ser mais concreto, está-se a tirar da esfera judicial um típico caso de julgamento, pois se o rendimento é injustificado é necessário exigir justificação ao contribuinte - e isso concordo que esteja na alçada das finanças, havendo um acesso algo controlado às contas bancárias - e se este não a apresentar, ou a justificação não for sustentada, deve haver uma investigação, porque a sua origem é certamente ilegal. Inaceitável é que o Estado diga ainda que, um rendimento injustificado, apenas porque é tributado a 60%, passa a ser lícito, podendo-se falar em branqueamento de capitais pelo Estado. Alguns especialistas em fiscalidade vieram ainda afirmar recentemente que, esta lei, tal como está, ainda agravará mais o sigilo bancário para as entidades que apresentem IRC, que são aquelas que mais facilidade têm em fugir ao fisco. Logo se há posição severamente criticável nesta matéria é a do PS e não a do PSD.
A solidariedade social do Estado é daquelas matérias onde neo-liberais e neo-socialistas mais divergem. O impressionante é que a maioria dos elementos que falam destas matérias em ambos os grupos nunca estiveram no terreno, verificando na prática, entregando de si, não apenas um pouco da sua carteira, para perceberem como é que aplica solidariedade social. A verdade é que em Portugal o Estado está sobre dimensionado nesta matéria. Se é verdade que a cada um deve caber a decisão de receber ou não a ajuda do Estado, em Portugal a percepção corrente entre a população é a de que muitos recebem ajudas que não merecem, não se esforçando para melhorar e mudar de vida porque recebem o suficiente para se irem arrastando. E isto é muito próprio da natureza humana. Isto é um erro básico, pressupor que alguém que recebe um subsídio, por ter direito a ele fará mais do que o necessário para receber o que tem direito: não precisa, porque se tem direito, não precisa de se esforçar mais. Logo o Estado tem de ser o garante, mais do que criar um grupo de subsidio dependentes, tem de ser o garante do desenvolvimento humano, que o nosso claramente não é. Se prestações sociais, como o subsídio de desemprego, ou o subsídio social de desemprego não estão, nem podem estar em causa, a forma como são distribuídos já é questionável. O Movimento Mérito e Sociedade, partido de que sou militante, tem uma proposta de que o sd e o ssd, passem a ser pagos mediante a prestação de serviço social pelos beneficiários. Já prestações sociais como o subsídio social de reinserção são de eficácia duvidosa, podendo-se contar pelos dedos de uma mão os casos de sucesso a nível nacional, de famílias que transitoriamente receberam este subsídio, porque se desenvolveram e deixaram de necessitar dele. Sou profundamente contra este subsídio e acho que estas verbas, devendo ser aplicadas da mesma forma em famílias necessitadas, deveriam ser canalizadas para as instituições (IPSS's) que estão no terreno, que nunca estão interessadas em criar dependentes, mas sim em ajudar concretamente, sendo muito mais conhecedoras do terreno do que o Estado. Creio também que uma proposta do CDS/PP, recentemente rejeitada pela maioria, seria ainda interessante, a de baixar ligeiramente a idade de acesso à reforma, sem perca de valor, a quem esteja à mais de três anos desempregado para os 58 anos, idade em que é muito difícil arranjar emprego até aos 65 anos e asssim ficar com a idade legalo de reforma. Esta é uma verdadeira medida de alcance social. Mas esta discusão poderia levar a muitos outros pontos e para já fico-me por aqui.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Mais uma vez Vital Moreira

segunda-feira, 20 de abril de 2009
Mau Estado

