domingo, 12 de abril de 2009

Reflexões sobre a Páscoa


A Páscoa é uma festa antiga, historicamente originária do povo hebraico, dos tempos em que, escravos no Egipto, os Judeus alcançaram a liberdade. Páscoa é daí uma festa da passagem, Páscoa é uma festa de libertação: o povo oprimido, pela acção milagrosa de Deus, alcança a liberdade e passa da vida limitada, escrava da terra do Egipto, para uma vida de liberdade e nómada, deambulando 60 anos no deserto até ao alcance da terra prometida.
Com o cristianismo este simbolismo, da passagem e da liberdade, mantiveram-se, sendo no entanto enriquecidos com novas perspectivas e aprofundamento de sentido. A celebração da Páscoa Cristã inicia-se com a morte, não sendo esta a Páscoa, é o princípio da mesma. Tal como na primeira Páscoa judaica, a festa da passagem começou com a morte, a morte dos primogénitos, da qual só escaparam as casas cujo sangue do cordeiro sacrificial, foi espalhado pelas ombreiras das portas de entrada, sendo morto um cordeiro no lugar do primogénito. A Páscoa Cristã celebra depois, e no seu âmago, a ressurreição do Messias, a ressurreição do cordeiro sacrificial que substituiu a morte de cada um, tal como o cordeiro na primeira Páscoa hebraica. Daqui os cristãos celebram a renovação, o renascer, o começar de novo, ou como disse certa vez Nicodemos "Como pode um homem nascer sendo velho? Pode porventura voltar a entrar no ventre de sua mãe e nascer de novo? (parafraseado). Na verdade a Páscoa é a celebração da passagem da escravidão do pecado, para a liberdade dos filhos de Deus, mediante o sacrifício do cordeiro, neste caso de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Pelo que, conforme se costuma dizer que Natal é quando o homem quer, também é possível, e provavelmente mais acertado, dizer que Páscoa é quando o homem quer, quando o homem quer passar da escravidão para a liberdade.

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