Em consequência dos estranhos alinhamentos aqui descritos, o Primeiro-Ministro, dada a sua incapacidade de enfiar a viola no saco e ficar calado, reagiu às palavras do Presidente da República, provocando um choque, desta vez não por questões legislativas nem divergências de pontos de vista, mas por questões de pura política e de divergência de percepção do resultado das medidas adoptadas. Poderá não ser o fim da cooperação estratégica, mas certamente deixa antever um ano político quente, com o Presidente a suscitar muitas dúvidas em relação às medidas a tomar pelo governo. Se isto prejudicará esta recta final do governo Sócrates ninguém sabe, mas que trará um interesse acrescido a estas campanhas eleitorais, isso trará. Aparentemente o Presidente não vai estar à espera de um segundo mandato, vai intervir de imediato, provavelmente impulsionado quer pelas sondagens, onde o PS não descola para uma nova maioria absoluta, quer pela nova dinâmica que Manuela Ferreira Leite está a impor no ritmo do PSD, onde a escolha de Paulo Rangel parece ter ajudado, com os habituais dissidentes, como Santana Lopes e Menezes, a renderem-se à força da proximidade dos actos eleitorais.
O que tudo isto vai dar? Não sei, mas que estou curioso estou.
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