domingo, 5 de abril de 2009

Chega


  1. Chega de se continuar a tapar os olhos, os ouvidos e a boca, é altura de se denunciar que em Portugal está a acontecer algo de muito grave com a credibilidade e a sustentabilidade no cargo do nosso Primeiro-Ministro.
  2. Chega de se querer negar que desde Cavaco Silva até hoje nunca um primeiro-ministro esteve tão sob suspeita como José Sócrates está.
  3. Chega de querer-se achar que este caso Freeport não afecta em nada o exercício do cargo de Primeiro-Ministro.
  4. Chega de se tapar o sol com a peneira e de se encarar que na verdade a política portuguesa, já tão descredibilizada e divorciada do cidadão, só mais débil ainda deste caso.
  5. Chega de não se querer entender que não se trata de querer condenar publicamente ou não uma pessoa.
  6. Chega de não se aceitar que, embora não haja nada provado, as suspeitas são o suficiente para se exigir responsabilidade política: veja-se Dias Loureiro e os pedidos para a saída do Conselho de Estado, lugar que não é nada ao pé do de primeiro-ministro.
  7. Chega de se querer achar que tudo não passa de invenções da imprensa, que depois a reboque, como no caso das pressões a magistrados, se vem a saber que aconteceram, ou que, pelo menos, encontrou-se matéria para avançar com uma investigação.
  8. Chega de se querer negar que o primeiro-ministro tem o hábito de contactar redacções para fazer pressões acerca de determinadas matérias, numa demonstração de pressão, conforme as que agora os magistrados disseram ter sido alvo.
  9. Chega de se querer manter num cargo desta importância alguém que não tem as mínimas condições políticas para o fazer.

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