Este parece o título de um anúncio que o PSD e o CDS/PP poderiam publicar em qualquer jornal, porque a ausência de candidatos, pelo menos de cabeças de lista, às Eleições Europeias, da parte dos partidos mais à direita começa a ser constrangedor. E as perguntas, legitimamente, surgem.
A verdade é que o PS já anunciou o medíocre Vital Moreira, o PCP a habitual Ilda Figueiredo e o BE o inevitável Miguel Portas.
Mas à direita é o deserto...
O que será que se passa. Não haverá ali personalidades de qualidade dispostas a abraçar esta luta, ou será que toda a gente assume que o momento é tão mau que não vale a pena dar a cara por líderes que se adivinham temporários.
No PP a grande dificuldade será encontrar mesmo alguém. Paulo Portas tem secado tanto o partido que a única personalidade que resta, com possibilidades e notoriedade para ser candidato às Europeias é o próprio Portas. Não seria novidade, pois Manuel Monteiro, quando era líder do PP, também foi cabeça de lista às europeias e nessa altura o partido não estava tão seco. Hoje em dia, sobretudo numa altura em que se anuncia o fim da era neoliberal, os populares parecem bastante comprometidos com a defesa que fizeram dessas doutrinas, parecendo o PCP em tempos de queda do muro de Berlim. No entanto esses sempre mantiveram um espírito de grupo que no PP, o Paulinho da Feiras, mata completamente, como um gigantesco planeta, provocando o esmagamento de tudo e todos, atraídos por uma lei da gravidade avassaladora.
No PSD o problema parece mais sério, porque ali nem a líder tem carisma para enfrentar o Vital Moreira. E ninguém quer dar a cara por Manuela Ferreira Leite, que parece cada vez mais ter os dias contados à frente do PSD. Tem melhorado as suas intervenções, tem sido séria nas suas propostas, à que lhe reconhecer isso. Mas falta-lhe o instinto político, o sentido de oportunidade política, a palavra certa no momento certo. E isto está a matá-la. Não se consegue acreditar que, numa altura em que o PS já tem cartazes do Vital Moreira, com um insípido "Nós Europeus", espalhados pelas ruas, o PSD tenha ocultado o nome do seu cabeça de lista por uma questão de estratégia. Não há pura e simplesmente ninguém. E para provar que estou errado, só há uma forma, é anunciar de vez o candidato. O pior, e que funciona como desvantagem para o PSD, é que com esta demora a expectativa cresce, logo o candidato tem de ser muito bom, porque se não o for, por melhor que seja que o Vital Moreira, será sempre pior porque se esperava que fosse alguém melhor. Ou seja, o PS não apresentou grande candidato, mas está a dar-lhe tempo, já é conhecido e a expectativa ainda não havia sido criada. Com este adiar o PSD está a arranjar o problema da expectativa estar muito alta, logo a decepção poderá ser muito maior.
Pelo que é urgente que saia um bom candidato da cartola de Manuela Ferreira Leite.
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